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Samantha e Dean são melhores amigos; uma garota tímida e um menino extrovertido. Totalmente opostos, a amizade deles é como sal no açúcar. Apesar de suas diferenças, eles sempre se deram bem e partilhavam uma sintonia sem igual, ao ponto de ger...
“Eu estou tentando esconder, tentando fazer isso desaparecer. Mas assim como na batalha de Troia, não há nada de sutil aqui. Estou tentando não ceder a você. Mas com meus sentimentos em chamas, acho que sou uma má mentirosa.”
Bad Liar – Selena Gomez
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Ashley pregava alguma parte do vestido, acima da minha cintura, tendo cuidado para não me ferir com a agulha. O tecido em meu corpo era preto e cintilante, ela pretendia adicionar algumas correntes pratas no pescoço e quadril, pelo menos era o que parecia no esboço em seu caderno.
— Sinceramente, quem ele pensa que é? E ainda tem a audácia de vir falar comigo, fala sério! – não pude evitar rir de sua indignação simplesmente porque um amigo de Dean havia lhe repreendido. Eu amo a minha amiga, mas duvidava seriamente de que o garoto não tivesse pelo menos um pouco de razão em interromper seu discurso de xingamentos. Minha risada logo foi interrompida por um grito de dor quando ela cutucou minha pele com a agulha. — Oh, desculpe. Se você parasse de rir, talvez isso não tivesse acontecido. – a fuzilei com o olhar, mas não voltei a rir.
— Sabe, eu não acho que ele tenha feito por mal, só achou que você estivesse exagerando. – falei calmamente, sem vontade de inspirar ainda mais raiva em uma Ashley com agulhas nas mãos tão próximas de mim.
— Essa é a questão. Ele não tinha que achar nada! – se afastou de mim, olhando seu trabalho final. Ela não me deixava olhar no espelho até que tivesse finalizado totalmente, porque “dava azar”. — Pode tirar, em casa eu faço os últimos arranjos e vai estar pronto. Está tão lindo. – fez cara de choro e eu ri, indo para o banheiro e tirando o vestido com cuidado, logo abotoando minha jardineira jeans e ajeitando o cropped listrado colorido. Ashley havia praticamente me coagido a usar a peça, mas até que não tinha ficado ruim, principalmente porque a jardineira cobria minha barriga. — E então? O Dean deu sinal de vida hoje? – perguntou finalmente, e eu sabia que ela estava engasgando aquela pergunta desde o início da tarde.
Não gostava de pensar naquilo, porque ainda me parecia muito estranho. O Dean não costumava mentir para mim, e certamente ele estava mentindo. No bilhete que tinha deixado na cabeceira estava escrito:
“Hey, eu acordei mais cedo e percebi que não tinham cuecas, precisei ir pra casa, nos vemos na escola? Te amo.”
O bilhete inteiro parecia muito forçado, escrito às pressas. Além de que, sim, eu olhei sua gaveta e tinham cuecas o suficiente para uma semana no mínimo. E, se não tivesse, podíamos muito bem passar na sua casa logo que eu acordasse. Enfim, existiam milhares de soluções para o problema imaginário que ele havia criado, mas ele escolheu me ignorar completamente pelo resto da manhã. Eu gostaria de ficar brava com ele, como Ashley dissera, mas não conseguia evitar cogitar que, talvez, seus atos estranhos estivessem ligados ao que tinha acontecido na noite anterior. Talvez ele tenha pensado que eu fosse beijar ele? E tenha ficado estranho porque não sabia como me rejeitar? Preferi encobrir essa parte quando contei à Ashley, mas estava difícil ir por outro caminho além desse.
