Capítulo 23

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As tempestades de neve pareciam sempre acontecer do meio da madrugada até a metade da manhã

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As tempestades de neve pareciam sempre acontecer do meio da madrugada até a metade da manhã. Às vezes, Bárbara podia reparar o barulho de algum caminhão que jogava sal na tentativa de abaixar o volume absurdo da neve.

Estranhamente, os dias pareceram mais leves, quase como um arco-íris no final da tempestade. Thiago estava um pouco mais brando com ela. Não conversavam além do básico, não trocavam gentilezas, mas também não havia mais a costumeira agressividade por parte dele. Das vezes que acordava mais próximo um do outro na cama, nenhum deles tecia nenhum comentário.

Também reparou que ele passou a escolher a casa para trabalhar. Algo tinha a ver com a neve expressa bloqueando as passagens. Por isso, a mansão de repente ficou cheia de visitas, em sua maioria, homens mais velhos, que cumprimentavam Thiago com um beijo no dorso de sua mão direita. Algo que particularmente ela achava bizarro, visto a diferença de idade entre eles. Um entra e sai de homens importantes, quase que o tempo inteiro. Todos parecendo querer tratar algo especificamente com Thiago, ou simplesmente querendo estar no mesmo ambiente que ele e ela só evitava ao máximo esbarrar com algum deles.

Ainda se lembrava de, em um determinado dia, passar com Júlia em frente à biblioteca e escutar barulhos estranhos. Era o barulho de um homem que chorava. Mas não era qualquer choro: parecia lamentar uma sentença.

Não era problema dela, Bárbara sabia, mas não havia como não se comover. Sabia que o marido mexia com assuntos sérios e ilegais, que somente alguém de pulso firme e frieza necessária poderiam lidar. Por este motivo, escolhia manter a filha bem distante dos locais de recepção das visitas, e de forma a entretê-la, brincava a maior parte do tempo nos fundos do jardim da casa, sempre na companhia de Gabriela e de um comboio de homens armados, apesar de odiar estar sendo vigiada.

Elas só puderam sair de casa no décimo dia quando a tempestade de neve finalmente cessou. O céu estava bem azul e a temperatura um pouco mais amena, constando dois abaixo de zero.

Bárbara e Júlia estavam muito animadas para conhecerem o lago congelado. Tinham acabado de comer o pranzo e nonna, antes de se retirar, havia comentado que o lago de águas que havia na propriedade, naquele período, ficava totalmente congelado e era um dos mais belos espetáculos de se ver naquela temporada.

Bárbara havia reparado que Marietta tinha ficado mais aberta e observadora. A maioria dos passeios com Júlia eram acompanhados por ela enquanto Thiago não estava, e, após sua chegada, a mulher parecia ter ficado quase que aliviada. Ela não sabia ao certo explicar se era isso mesmo, ou apenas impressões.

Bárbara colocava as luvas nas mãozinhas da filha quando Thiago apareceu acompanhado de dois homens. Um deles, era Diogo e o outro, ela nunca havia visto, mas quando a viu, estagnou repentinamente parecendo tomar um susto. Diogo e Thiago perceberam e apenas olharam de forma enigmática.

Júlia quando viu o pai, correu para ele abrindo os bracinhos, sendo recebida com beijos e abraços. Thiago era um bom pai, e Júlia o amava. A relação era amorosa e por mais incrível que parecesse, ele era atencioso e gentil com a garotinha.

A Dama Sem Nome: Um Romance da Máfia- NOVA VERSÃO 2023Onde as histórias ganham vida. Descobre agora