Capítulo 8 - A Bastarda

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N/A: No último capítulo, Eleanor e Eliott partiram rumo ao castelo de Azelaer. Nesse capítulo será a primeira vez que Gisele e Eleanor vão se ver e se conhecer.

¹: Lombardia é um reino que fica em Montesarchio (ao lado de Belverdere).
²: Dulcinéia seria o que hoje chamamos de "amada".
³: Dissimular o desatino seria fingir que o assunto não é com a pessoa, "fingir demência".
⁴: Esculhambar o varão seria o famoso "rompompom".

E agora criei um capítulo APENAS para as informações dos reinos e o mapa (no momento o mapa não tá pronto mas quando estiver vou colocar lá também), se quiser saber mais informações sobre Belverdere só ir conferir esse capítulo!

É só isso, espero que gostem do novo capítulo. 💙

《Gisele Crowther》

Falar com meu pai sobre o ocorrido com Hector não mudou nada, nem com Alisander me ajudando para reverter a situação. Ele apenas deu de ombros e falou que eu estava inventando história.

Tentei não me abalar mais com aquilo, a tamanha injustiça e a falta de compreensão de meu pai. Mamãe então, nem se fala, ela ficou triste com minha ação naquele dia, chegando a me evitar nos primeiros momentos até ceder e conversar comigo onde contei o que realmente havia acontecido e ela pareceu acreditar e ficar do meu lado. Tentou até conversar com papai, mas foi em vão. "Entendo você, Gisele."

E para minha surpresa, ela contou algo sobre seu passado, na qual nunca tocava no assunto.

- Quando eu era mais jovem, estava prestes a me casar com um homem que eu não queria, lá em Lombardia¹. Eu então matei ele... - Falou em um tom mais baixo para que os guardas não escutassem - Em seguida, fugi para Azelaer e me casei com seu pai, mentindo que era a "prometida de Lombardia". Ele só descobriu quase dois anos após nosso casamento... Eu ignorei normas e casei com um homem que já havia uma noiva arranjada, essa era minha irmã mais velha, Amélia.

- Você matou um homem? - Falei, ainda sem acreditar. Jamais havia passado na minha cabeça que minha mãe havia matado alguém.

- Esqueça, Gisele. - Bebericou um pouco mais de seu chá - Não ouse tocar nesse assunto novamente.

- Mas mãe...

- Não, minha filha. Vá arranjar o que fazer. Alisander já foi? - Assenti com a cabeça e saí do cômodo indo em direção a meu quarto.

Atravessei o longo corredor cheio de janelas e quadros, desci as escadas e fui até meu quarto que ficava no segundo andar. Entrei porta adentro e havia uma garota parada de frente para a janela, observando-a.

- Dulcinéia²? - Indaguei, parada na entrada do quarto com a mão na maçaneta. Ela não respondeu. - Não venha dissimular o desatino³!

- Tragam uma taça de vinho pra essa princesa! - A garota virou-se, revelando ser Braeden, minha melhor amiga - Estou de volta, finalmente! - Reverenciou.

- Braeden! - Corri e abracei-a, feliz em revê-la - Como estava a viagem?

- Por que Onier é tão longe? - Suspirou, sentando na poltrona - Estou exausta, mas diga-me, o que aconteceu na minha ausência?

Braeden é filha do melhor amigo do meu pai, o duque Gregório de Osbourne, ela tem traços exóticos, uma beleza deslumbrante, seus cabelos longos vão até à cintura, em um tom castanho claro, olhos verdes e sempre com a postura mais impecável possível. Usava vestidos em tons de amarelo e adorava tiaras com flores. Seu coração acelerava sempre ao encontrar-se com o filho do duque de Henderson, o Edwin, que é um ano mais velho.

- Muita coisa aconteceu, Braeden - Juntei-me a ela, sentando na poltrona ao lado - Foi uma semana tão intensa. No dia do baile, Hector tentou beijar-me, e eu... dei um tapa em seu rosto. Meu pai ficou de queixo caído e mal falava comigo, ele nem sequer me ouviu. O rei Hector saiu ileso de toda situação. Chorei a noite inteira, sozinha. - Na semana das comemorações do aniversário do meu pai, Braeden e sua família estavam em Onier para tratar de assuntos da corte.

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