23 - Batalha Final - Parte II

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A batalha estava espalhada por toda a cidade. Dezenas de prédios sofriam ataques de causas invisíveis. Vez ou outra, as pessoas gritavam por ter visto homens de kimono preto segurando katanas. A confusão era geral, policiais não sabiam o que fazer, bombeiros lutavam para apagar os incêndios que surgiam, e não conseguiam conter o desespero dos habitantes que lutavam para se esconder.

No meio dessa balburdia, Rukia tentava se aproximar do amontoado de shinigamis que enfrentavam os enormes hollows na rua. Queria encontrar Ichigo e seu irmão para ajudá-los. Não conseguiu encontrar os vaizards para retomar sua katana, e agora estava à mercê das intempéries em sua forma humana. Corria risco de morrer, mas nem por isso desistiria da busca.

Avistou, a uns cem metros, o capitão do sexto esquadrão com seu cachecol branco balançando ao vento, enquanto cortava ao meio um Gillian que tombava no chão. Aproximou-se cuidadosamente e postou-se atrás do rapaz.

Nii-sama? – sussurrou, recuando, quando o capitão mostrou seu olhar frio e inquisidor.

Sabia que este seguia com raiva dela por causa de Ichigo, mas não poderia mais postergar o inevitável. Queria ficar com Ichigo, e nem mesmo seu amor fraterno impediria isso de acontecer.

— Onde está sua espada? Está em forma humana! Saia daqui! – expressou de forma direta para que a pequena saísse.

Podia ser frio diante de todos, mas se importava com a cunhada que se tornou irmã. Havia feito uma promessa a falecida esposa de cuidar da menina, e não iria falhar.

— E-u não sei onde ela está! – sussurrou temerosa com a reação de seu irmão mais velho.

Não gostava de falhar na frente dele, mas dessa vez não tinha como consertar isso. Até que os dois foram despertados com a algazarra que um grupo fazia. Eram os vaizards.

— Hunf! Era só o que faltava! Quem são esses caras? – Toushiro postou-se ao lado de Byakuya e este o desprezou para entrar novamente na batalha.

Antes de sumir do campo de visão de Rukia, ele a olhou de soslaio e transmitiu sua preocupação. Rukia sabia que debaixo daquela fachada fria, tinha um líder preocupado com seu bem estar.

— Kuchiki-san é melhor sair daqui! Está muito perigoso! E sem sua espada, corre riscos demais! – alertou o capitão da espada de gelo.

Após o aviso, desapareceu com ela a frente consumindo o ar ao redor e o congelando. Rukia meneou a cabeça e se voltou aos vaizards. Eles deveriam saber onde estava sua katana.

— Ei! Hirako, certo? Por favor, você sabe onde está minha espada? Por favor! – não era muito de se humilhar, mas precisava de ajuda.

— Ah! A mulher de Ichigo! O Rose está com ela! – apontou para o rapaz que estava literalmente sendo esmagado por um hollow de proporções exageradas.

Rukia estava vermelha pelo comentário descuidado de Hirako. Mas saiu do próprio torpor e cuidadosamente se aproximou do outro rapaz, que conseguiu sair do agarre do monstro.

— Ola? Acho que precisa disto, certo? – mostrou a pequena katana, que jazia pendida em sua cintura.

Rukia sorriu e quando estendeu o braço para tomá-la, ambos foram envolvidos por dezenas de hollows de menor tamanho. Não houve tempo para se defenderem e foram agarrados pelos braços e pernas. Uma risada cortante surgiu por trás de um prédio, e com passos lentos e decididos, Aizen surgiu do meio dos destroços e fumaça.

— Exatamente quem eu queria! – aproximou-se de Rukia e acariciou o rosto pálido da garota.

A pequena tentou virar o rosto, mas ele o segurou com um pouco de pressão, aproximando os lábios a bochecha num leve roçar. Rukia tremeu, pois sabia que deste homem nada de bom poderia sair.

— O-o que você quer comigo? – enfrentou os olhos do inimigo e sentiu ser tomada pela cintura por Tousen.

— Você será meu passe livre com meu maior problema! – sorriu e meneou a cabeça para que Tousen o seguisse com a garota.

— Deixem minha irmã no chão! – Byakuya falou, surgindo com imponência e sem esperar, recitou um kido para aprisionar Aizen, mas este foi mais rápido e desfez o encantamento, lançando um poderoso kido que explode no local em que o capitão se encontrava.

— Não vou ter impedimentos, meu jovem! Tenho um mundo para conquistar! – a voz ecoou pelo lugar, tomando a atenção de vários shinigamis e aliados para si.

— Tire suas mãos sujas dela! – ao longe Ichigo gritou, com o cenho franzido, em sua aparência mutante de transformação.

Era exatamente a pessoa que Aizen queria presente.

— Que bom que veio, pois preciso de volta o que é meu!

Tomou posição de batalha e avançou contra o rapaz. Foi muito rápido e todos só puderam ouvir o grito aflito de Rukia ao ver seu amado namorado ser transpassado pela katana do inimigo. Ao retirá-la do corpo de Ichigo, uma pequena joia brilhante saiu, sendo colhida pelas mãos hábeis de Aizen. Ichigo sofreu uma rápida retraída em sua forma e aparência, e caiu inerte no chão.

— Agora não precisamos mais dessa menina! Livre-se dela, Tousen!

E sem precisar dizer mais nada, Tousen atravessou as costas de Rukia, na altura do peito, com a espada. A menina caiu de joelhos com o sangue escorrendo e a respiração ofegante. Sua forma humana era frágil e sua vida esvaia de forma lenta e dolorosa. Tousen não permitiria a ela uma morte rápida. Limpou a espada e seguiu seu mestre sem parcimônia, sem olhar para trás.

— Ru-kia!

Ichigo levantou parte do corpo e com desespero no olhar, se arrastou em direção da garota, que já não tinha o brilho violeta nos olhos. Estava morrendo. Antes do corpo dela cair, Byakuya a segurou e deitou devagar.

— Perdoe minha fraqueza! Não pude salvá-la!

A dor não estava somente marcada no capitão, vários outros shinigamis estavam tristes. Renji apareceu com a equipe de contra ataque, mas quando viu a amiga caída se desesperou, entrando feito louco na batalha para matar o máximo de monstros que seus braços conseguissem.

— Rukia está... – perguntou o ruivo ao se aproximar de Byakuya, tentando conter um espasmo de dor, mas estava difícil de respirar, já que a ferida na barriga, que Aizen lhe fez, jorrava descontrolado seu sangue quente.

— Ela ainda não está morta! – ouviram uma voz suave, mas firme.

Unohana surgiu com sua tenente para curar os feridos. Nunca tantos capitães e tenentes lutaram no mesmo lugar. Aquela batalha seria épica por gerações. Ela se aproximou e iniciou a cura na pequena, enquanto sua tenente cuidava das de Ichigo e de Byakuya.

Após constatar que a garota estava estável e segura com a capitã, Ichigo e Byakuya utilizaram toda a velocidade que possuíam para ir atrás de Aizen. Ichigo não estava em sua forma transformada, mas tinha a negra katana e uma roupa negra similar a dos shinigamis. Sua energia cobria o corpo e incendiava a alma. Ódio e ira emanavam dele. Destruiria aquele que ousou tocar no que lhe era mais sagrado.

— Aizen detenha esse ataque estúpido! Nunca tomará a Soul Socyte! – falou em tom firme e pesaroso o velho capitão Yamamoto, acompanhado de seus aliados, entre eles os capitães, Juushiro e Kyuraku, formando uma barreira a quem ousasse ultrapassar o portal, que ainda permanecia aberto.

— Não, Yamamoto-san! Sua era acaba aqui! – falou Aizen, e um brilho dourado o envolveu e uma nuvem de reiatsu negra inundou o lugar.

Ichigo e Byakuya chegaram a temerosa nuvem negra, e ficaram em posição de batalha. Sabiam que dali sairia algo que jamais imaginariam. A luta verdadeira iria começar.

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Notas da Autora

Mais um pouco de combates, mas dessa vez com o Aizen conseguindo o que tanto quer. Será que nosso querido casal conseguirá sobreviver nessa guerra? Espero vcs no próximo!

JJ

Fonte da capa: https://images.app.goo.gl/xkvXdm3ojcG3nk2f9 

Recomeçar não basta!Where stories live. Discover now