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Email

ASSUNTO: Olá filho!

Consegui uma permissão para lhe escrever.

Ivan sinto muito ter saído sem avisar, seu pai ligou para a administração do templo em que estou. Vim buscar a paz em Angkor Wat, no Camboja.

Viajei sem levar nada, para fazer uma limpeza espiritual, preciso desapegar do concreto, preciso me encontrar com meu eu interior, achar a paz que perdi com mentiras traiçoeiras.

Segue anexo uma foto desse lugar lindo que conforta me coração.  Meus pensamentos estão em você.

Fique em paz. K. C

Ivan fechou o email, aparentemente, depois de contarem sobre a adoção, seus pais decidiram agir de forma mais carinhosa, mas ele não estava acostumado com isso

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Ivan fechou o email, aparentemente, depois de contarem sobre a adoção, seus pais decidiram agir de forma mais carinhosa, mas ele não estava acostumado com isso. Principalmente, com sua mãe dizendo fique em paz, ela geralmente falava "Boas energias a você! " por acreditar que ao desejar vibrações boas, teria em dobro.

Escolheu responder o e-mail depois, agora, estava se sentindo injusto com seu pai e irritado com Pietro por ter mentido. Dois sentimentos distintos que estavam tirando sua atenção que deveria estar voltada para a aula.

--◇◇--

Como de costume, Pietro estava se odiando, sentia-se péssimo, terrivelmente arrependido por mentir e com medo de ter acabado com o que estava começando a construir com Ivan, gostava dele e não queria que a confiança se perdesse tão facilmente.

Respirou fundo e encostou-se na parede de azulejos brancos do banheiro, esperando por seu cliente. Havia uma péssima sensação de hipocrisia no ar, se odiava por fazer o que fazia, mas não tinha como mudar.  Era tarde demais para jogar as drogas fora e esquecer Dmitry.

—Trouxe o meu? —Perguntou Vladmir, tirando Pietro de seus devaneios ao entrar no banheiro

—Você pede, e eu trago! —Falou e tirou o saquinho com quatro comprimidos brancos e deu para ele

—A festa hoje será boa! —Vladmir disse sorrindo—Poderia comparecer!

Pietro balançou a cabeça negativamente, não estava no clima de festas, se conhecia o suficiente para saber que se fosse a uma festa em seu atual estado emocional, teria uma recaída, pois se tivesse a oportunidade de usar heroína, usaria.  Inconscientemente, vivia ansioso para que alguém o oferecesse a droga, implorava por uma pequena chance e por isso lutava para se manter alheio a tudo.

Era um trabalho diário, ignorar o vício e tentar esquecer os motivos que o levaram a usar.

—Agradeço seu convite. —Falou ao pegar o dinheiro, vendia mais caro para Vladimir por saber que ele era um babaca, era como se tivesse criado uma taxa imaginaria para o cara—Mas não irei!

O garoto deu de ombros, com seus cabelos longos e casaco marrom gasto.
—Será na casa do Maxim!

Outro alerta, da última vez que esteve na casa de Maxim, quase morreu. Teve sua primeira, e esperava que fosse a última, overdose

Os Traidores - Série Crianças de MoscouOnde as histórias ganham vida. Descobre agora