Capítulo 1 Assassino

4.9K 438 91
                                    

Estamos em maratona, cem comentários liberam o próximo capítulo.
Ou nos vemos somente na semana que vem.
Não se esqueça de seguir a página da autora www.facebook.com/senhoranunes e entrar no grupo Loucuras românticas da Bárbara Nunes.
Add Cuba Libre em sua biblioteca.

Add Cuba Libre em sua biblioteca

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Isabel

Viver é como um jogo de xadrez, sim tudo na vida parece se encaixar, como se os jogadores entendessem muito do jogo, mas não dispomos das peças, ao contrário somos apenas as peças no tabuleiro, num jogo onde os deuses escolhem quem tomba e quem ganha e no final somos colocados dentro da mesma caixa, vencedores e perdedores, como se nossas escolhas não fossem relevantes para o dono do jogo.

Depois de mais de três anos esperando, consegui uma promoção no meu emprego, trabalho em um escritório de executivos em São Paulo. Um conglomerado onde se exala negócios.

Me formei em secretariado, minha segunda opção, depois prestei jornalismo e agora depois de anos era uma aluna novamente.

Naquela sexta-feira seria era meu último dia na vida antiga.

- Bel mais uma vez senhor Souza reclamou que o café dele veio com cafeína, deve ser descafeinado! Você sabe como aquele homem é intragável e ainda comete uma dessas? Já te falei procure melhorar o mais rápido possível, semana que vem você vai servir café para o assassino e sabe que ele pode dar fim no seu corpo.

Tentei disfarçar a minha cara de bunda, detestava aquele trabalho, passar o dia inteiro anotando e fazendo planilhas era no mínimo um castigo divino por não ter me mantido a moça casta que minha mãe sempre desejou.

- Sim, vou procurar melhorar - sorri de maneira meiga e afetuosa, disfarçando que eu fervia por dentro.

Eu era uma secretária Júnior no grupo Fiorelli e como nenhuma secretária queria trabalhar com Alexandre, minha promoção surgiu aí. Era a grande oportunidade, eu poderia além de servir café, fingir que meu patrão não estava quando atendesse o telefone e ele não quisesse falar com algum cliente, definitivamente eu odiava aquilo.

Quando fui designada para ser a secretária de Alexandre Policarpo, ouvi diversas piadas, decidi então provocar minha demissão, emprego era difícil, mas era melhor passar fome do que conviver com um homem que cortou a garganta da mulher grávida.

O meu primeiro dia de trabalho veio e com ele percebi que talvez não fosse tão fácil a minha missão.

Alexandre era um homem extremamente calado, e absurdamente bonito, claro já o tinha visto na televisão na época só prestei atenção ao desenrolar da história, ou melhor a falta dele.

Laura Policarpo morreu em um assassinato na casa deles, atitudes suspeitas, e investigações posteriores descobriram um seguro no valor de três milhões de reais onde ele era o único beneficiário.

Houve uma investigação e a família da moça o acusava ainda.

As investigações não foram conclusivas e acabaram sendo arquivadas.

E nos cinco anos até o momento em que ele foi contratado para presidir o grupo Fiorelli, não soube mais nada sobre ele.

- Você é minha secretária pelo visto - ergui a cabeça e dei um sorriso para ele, os olhos verdes encontraram os meus, e o olhar sério e frio me fez engolir o riso.

- Sou Isabel Santana, sua secretária.

- Ótimo, venha comigo eu preciso que você anote algumas coisas.

O segui até a sala dele, o ambiente amplo e totalmente envidraçado dava uma visão espetacular da Marginal Tietê.

Começamos o rito de anotações e ele de repente parou de falar e me olhou.

Era uma máquina de disparar ordens, minha roupa, meu cabelo e até mesmo os meus sapatos foram criticados, em nenhum momento falou como gente, além de assassino, era arrogante, enquanto as outras secretarias tinham medo, eu tinha ranço.

- Gostaria de saber o motivo de sua expressão sofrida...

- Como é? - o encarei erguendo uma sobrancelha.

- Sua expressão me parece desconfortável...

- Bem está muito calor e estou de casaco e essa roupa - respondi desinteressada, enquanto olhava os sapatos dele.

- Não me interessa se você sente calor ou frio, você não está aqui para sentir nada, está aqui para anotar.

- Sim senhor...

- Se vamos trabalhar juntos por favor olhe nos meus olhos - encarei os olhos verdes e fiz cara de quem não estava feliz.

- Não sou oftalmologista, meu trabalho é anotar e só - o lembrei.

- Mal educada.

- Se você não gosta pode pedir para outra vir trabalhar com você - coloquei o indicador na boca - Ninguém quer vir.

- Você...

- Não tenho medo do seu tipo, aliás, tenho mesmo é desprezo, matar uma mulher grávida... Caso não goste pode me mandar embora...

- Não pretendo te mandar embora, você fica e vai anotar tudo o que eu precisar.

E foi o que fiz anotei relatórios, arrumei pastas até a hora do almoço, quando então fui dispensada pra fazer minha refeição.

Sai da sala dele e encontrei as meninas em polvorosa, todas queriam saber como era o assassino, algumas lembranças da época e até mesmo boatos inéditos para mim vieram a tona.

- Ele é asqueroso, não sei o que a primeira mulher viu nele.

- Beleza e dinheiro, mas pelo que eu soube desde que ela morreu, não houve outras - Helena franziu o cenho.

- Claro, quem teria coragem? - perguntei.

- Ah aquele maníaco que apareceu em São Paulo no fim dos anos 90, nem era tão bonito e casou-se na cadeia...

- Deus é mais! - olhei para Helena, e suspirei.

- Meu noivo quer que eu saia daqui - Helena revirou os olhos - E eu vou sair quando aparece um chefe que não seja um velho barrigudo que tem cara de não ter bolas? Está certo que há o medo dele ser perigoso...

- Não sei porque esse medo... Duvido que ele mate alguém em horário de serviço, além do mais, me pareceu bastante calmo, o provoquei e ele ignorou solenemente.

- O provocou como?

- O chamei de assassino... Queria tanto minha demissão, pegar minha rescisão e curtir meu seguro desemprego - dei de ombros - Agora tenho que passar as tardes com esse aí...

- Depende de como passarem as tardes!

- Como assim? - a encarei.

- Olha ele é muito bonito. Uma sessão de sexo à tarde no escritório eu queria, use uns decotes, boba. CEO bonito igual ele, só em livros...

- Ele é um assassino - revirei os olhos.

- O seu sonho não é ser um Gil Gomes de saia? - olhei para ela com cara de bunda - O investigue, já imagino seu nome nos jornais, como uma secretária desvendou um dos maiores crimes da elite Brasileira, se você conseguir é capaz de dividir a bancada com o William Bonner, já pensou?

Encarei Helena, tirando todo o exagero, ela tinha certa razão.

Investigar o mistério Policarpo poderia me dar a oportunidade de sair daquele escritório e enfiar aquele arrogante na cadeia.

Os dias de liberdade de Alexandre Policarpo estavam contados.

Obscuro CEO *Degustação*Onde as histórias ganham vida. Descobre agora