— Seu pai quer conversar com você sobre isso, não se preocupe o seu celular está com ele! — Definitivamente eu estava de castigo por algo que eu não fiz a Demi, como se já não bastasse a minha vida estar esses caos todo. — Mas antes, Cloe está aqui! — Mas fiquei feliz e surpresa por ela estar aqui.

— Peça para ela entrar! — Falei eufórica.

— Como é que se diz? — Ela me lançou um olhar de reprovação.

— Por favor! — Dei um sorrisinho amarelo para Mônica que logo saiu. Bom talvez nem seja tão intimidade assim. Embora tenha quase certeza de que ela só está fazendo isso para bancar a mãezona. 

— Vim correndo assim que soube, espero que não pareça um ato desesperado por minha parte! — Cloe chegou falando e colocando a sua mochilha gigante no chão do quarto branco. 

— Com certeza, foi um ato desesperado, mas o melhor até agora! — A abracei em um grande ato de saudade e certeza de que ao menos eu poderia contar com ela.  Não é qualquer pessoa que deixaria o seu pai no hospital para ir visitar a amiga mal compreendida. 

— Lola me mandou mensagens, bom, eu não sabia de nada, viver em um hospital é como se isolar do mundo! — Ela me soltou e então pude a olha-la bem de perto. Ela me pareceu bem cansada. Como se não tivesse dormido a dias. 

— Ela está brava comigo? — Suspirou e se sentou ao chão do lado de sua bolsa. 

— Está, mas ainda mais preocupada! Ela me implorou horrores para eu vir aqui, como se não fizesse isso por conta própria! — Cloe deu de ombros, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo. — Não deixaria minha irmã na mão!! — O seu olhar sobre mim me causou uma especie de compaixão, seja lá o quê, deixou o meu coração quentinho. — Isso quer dizer que você é como uma irmã para mim! — Eu sorri. Ainda achei estranho esse sentimento, mas aceitei.

— Eu conversei com ela! — Mudei de assunto. — Ela me pareceu bem brava! 

— Ela está somente fazendo um pouco de drama! — Cloe dessa vez se embaraçou com as palavras e eu até achei engraçado. 

— Como está o seu pai? — Mas logo me sentei ao seu lado e ela me olhou surpresa pela pergunta. 

— Se recuperando, ele teve o começo de um infarto, sabia? — Neguei. — Na verdade, ele já está bem, só está ganhando tempo no hospital, quando ele tiver alta ele irá direto para a prisão. Ao menos ele está melhor, embora a saúde dele seja uma merda por conta própria! — Talvez ela falasse daquela forma para tentar me impressionar. Pois eu sabia que ele era tudo para ela e o quanto os dois se amam. Talvez ela estivesse se fazendo de durona para mim, mas eu poderia imaginar o quanto ela está chateada com todo esse assunto.

— Como você está com isso? — Toquei a sua mão e ela me olhou nos olhos. 

— Já me acostumei com a ideia! — Não conseguia confiar na mãe de Cloe, não mais. Não queria que ela ficasse com Safira, ela me parece neurótica demais. Sei que isso não cabe a mim como amiga decidir algo ou sequer meter o dedo em assunto de família, mas para mim isso não é uma boa ideia. Quem sabe ela seja uma boa mãe para Cloe, mas ainda não conseguia engolir essa mulher. — Não será o melhor lugar para conversar com o meu pai, mas eu preciso ser forte! — Porque essa é a única alternativa: ser forte. — Isso também serve para você, né? — Murmurei alguma coisa quase nada e percebi que ela estava emocionada, mas tentava disfarçar olhando o celular. 

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