01: Sumna

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Sunma = triste em bielorusso

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Encarei a obra a minha frente. Sem vida, triste e sem emoção. Eu consigo sentir tristeza quando a vejo e é realmente torturante.

Fico me perguntando quem teria a coragem de pintar algo tão deprimente e expor em uma galeria de artes. Talvez essa obra tenha um significado profundo e que me faça refletir, ou pelo menos era para ser. Mas eu, sinceramente, só sinto que deveria ir a procura de algo mais colorido, entretanto, essa obra me puxa para perto sem ao menos eu conseguir perceber.

Sinto que a tristeza de uma pintura pode realmente alcançar uma alma de mesma forma. Como, por exemplo, eu.

Desejei sair de perto da pintura e ir para casa, mas eu simplesmente não consigo deixar essa triste e bela pintura para trás. Sinto que estamos interligados.

Ela, aos olhos de pessoas sem alma artística, é feia, pois é pintada apenas por cores em preto e branco, nada mais. Apenas feia e insignificante. Mas, para mim, ela é bela e tem um futuro próspero, tem o potencial de ganhar almas admiradoras para si. Algo que muitos não pensam.

Da para ver o sofrimento da pintura, da para sentir sua dor, da para ficar mais triste....

Abro um pouco os olhos ao sentir uma presença ao meu lado. Eu estava distraído demais com meus pensamentos que nem ao menos notei o homem ao meu lado.

Olhei para o lado e vi a estrutura alta e magra, porém forte, do homem. Ele usava um sobretudo vibrante, um azul vivo. Este que se destacava perto do cabelo escuro.

Ele mantia seu olhar fixo na obra, então decidi que faria o mesmo. Olhei para frente novamente e tentei não me sentir mal perante a arte, mas era impossível com aquela vibração de desespero que ela exalava.

— Você também sente a vibração depressiva que esta obra nos passa? —  Me assustei ao ouvir a voz do homem ao meu lado.

Tentei ignorar sua pergunta, a propósito, eu não sabia se era comigo que ele falava, ou se apenas pensava alto.

Entretanto, ele retornou a pergunta, só que de forma direta. — Sabe, moço, eu lhe fiz uma pergunta que realmente me interessa e eu gostaria muito que o senhor não me ignorasse ao ponto de me fazer retornar a pergunta.

Eu o encarei boquiaberto. Ele me encarou de novo e eu pude ver seus olhos encontrarem os meus. Senti meu peito subir mais rápido pela indignação que eu sentia pela sua fala.

Não era possível que ele achava mesmo que eu iria aceitar essa arrogância educada.

Ri desacreditado, atraindo sua atenção que havia se desviado de mim, antes de lhe dar as costas.

Sai da galeria de artes olhando pro chão. Eu estava perplexo pelo modo que aquele grosso me tratou. Por mais que ele tenha sido "educado", eu não aceito que falem assim comigo. Não sou obrigado a responder perguntas de um estranho.

— Ei moço, espere ai. — Ouvi ao longe a voz anterior.

Parei no mesmo instante por impulso, virando para o homem poucos centímetros mais alto que eu. Ele mantia  a postura rígida de antes, com as mãos dentro dos bolsos de seu casaco.

— O que você quer?

— Fique calmo. Eu só vim pedir desculpa. Eu não queria ter dito algo que lhe ofendesse.  Não foi minha intenção. — Ele sorriu sem graça no final.

O encarei e ri debochado no final.

— Eu só queria realmente saber se aquela pintura também te trazia certa tristeza, igual trouxe a mim.

— Por que eu deveria lhe dizer? As pinturas são feitas para cada um sentir e interpreta-la de forma individual. Ela mexe com nosco de forma diferente. — O respondi.

— Vejo que sentiu.

O encarei espantado. — Como você sabe?

— Simples. A forma como você se exaltou por causa de uma simples pergunta, te entregou. — Eu vi o sorriso convencido surgir em seu rosto, e caramba, que belo sorriso.

— Tanto faz. — Respondi por fim, me virando para ir embora. Entretanto, parece que o destino não quer que isso aconteça, pois logo sou parado por mãos envolvendo meu pulso.

— Qual é o seu nome?

— E te interessa?

— Se não interessasse eu nem perguntaria. — Esse cara é impossível.

— Eu nem te conheço. Não vou falar meu nome para um desconhecido.

— Meu nome é Hoseok. Pronto, não somos mais desconhecidos. Agora me diga seu nome. — O encarei, desejando que ele me deixasse ir embora. Sinceramente, que cara chato.

Ele suspirou. — Vamos fazer assim então, se nos virmos alguma outra vez, você me diz seu nome. Pode ser? — Encarei seu rosto enquanto eu tentava pensar se faria isso mesmo ou não. No final das contas eu acabei suspirando antes de concordar com a cabeça. — Ótimo. Então tchau.

E ele se foi, como se nada tivesse acontecido. Eu por outro lado, fiquei ali parado, tentando entender o que havia acontecido. No final, eu apenas ignorei tudo e fui pra casa.

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|Obrigada a todos por lerem^^ A fanfic não está como a antiga, mas é porque eu não me lembro nem um pouco como ela era ;-; I'm sad.

Espero que gostem dessa nova versão de bolhas. Até o próximo capítulo^^

Nome: Min YoongiIdade: 27

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Nome: Min Yoongi
Idade: 27

Nome: Jung HoseokIdade: 30

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Nome: Jung Hoseok
Idade: 30

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