Capítulo 39 (Parte 1)

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Marcel

Fiz um movimento nervoso ao deparar-me com os olhos da rapariga e imediatamente afastei-os.

Sim, tinha decidido namorar com a Paola. Mas isso não significava que não gostasse da Bella ou que já não sentisse nada, era impossível esquecê-la de imediato. Mas não podia continuar assim, tive que tomar uma decisão, e essa era ficar com a Paola.

Sentia-me mal, estranho e incómodo com a situação, por isso decidi sair dali, deixando o Harry e o Edward a discutir sobre o suposto "doutor" que nos estava a hackear o twitter. As coisas que nos acontecem a nós nunca vi a ninguém acontecer igual.

***

Bella

-Tenho que ir ao cacifo. - disse-me Harry virando-se em direção ao corredor. Assenti.

-Está bem, vamos. - disse eu e caminhámos até ao seu cacifo.

Ele abriu-o e automaticamente um velho papel amarelado caiu ao chão.

-O que é isto? - disse franzindo a testa e apanhando o papel. Leu-o e depois revirou os olhos rindo. - Aqui há alguém que tem andado muito aborrecido. Isto supera-me.

-O que é que está aí escrito? - perguntei-lhe e ele estendeu-me o papel.

"Rápido e lento ao mesmo tempo. As palavras vão com os suspiros enquanto as lembranças ficam no ar.

Vigia o que fazes, porque eu sei de tudo.

Dr.Pénis."

Voltei a ler em voz alta enquanto o Harry se ria.

-De certeza que é o Niall sem nada para fazer nas aulas. - disse ele negando com a cabeça. - Isto são parvoíces. O que é que diz dos suspiros e das palavras? Ah?

-Ou não. - disse eu.

-Não sei, mas seja quem for tem um sério problema mental. - disse ele pegando num livro e metendo-o na mochila para depois fechar o cacifo e arrancar-me o papel das mãos. - Bem, isto parece uma mensagem de "A" de Pretty Little Liars, só que não me chama puta.

Ri com a sua observação.

-Harry , estão a vigiar-te. - disse rindo.

-Estão a vigiar-me. - disse ele imitando a voz dos trailers dos filmes de mistério. - Está a vigiar-me alguém mais perverso que eu.

-Isso é impossível. - pensei em voz alta e ele deu-me um leve empurrão.

-Ei, não abuses. - disse ele e eu ri.

-Anda, vamos para casa. - disse eu e ele esteve de acordo, abrindo a porta do edifício para ir para o estacionamento.

Quando chegámos a casa encontrámos a Gemma na sala de estar a dormir no sofá. O Harry aproximou-se e atirou-se para cima dela, esmagando-a enquanto ela se levantava de mau humor gritando-lhe coisas.

-Meu Deus Harry, és terrivel. Estava a ter um sonho tão bom. - queixou-se ela.

-O meu dever é chatear-te. - disse ele satisfeito.

-E o meu dever é matar-te quando me acordas assim. - disse ela dirigindo-se a ele.

-Merda. - exclamou e saiu a correr escadas acima com ela atrás.

-Vais ver, Harry. - disse ela.

Ri e neguei com a cabeça, deixei a mochila no chão e fui até a cozinha para comer algo. Tinha tanta fome que comeria a primeira coisa que estivesse no frigorífico.

-Olá.- disse a Paola que se encontrava atrás de mim, sentada na mesa da cozinha. Estava cá em casa há uma semana e meia e essa tinha sido a única palavra que tínhamos dirigido uma à outra. Um simples "Olá".

-Olá. - disse friamente, exatamente com o mesmo tom com que ela me tinha falado.

Não me disse nada, apenas olhou para mim com superioridade. Coisa que ignorei por completo, peguei em algo para comer e saí da cozinha, evitando-a. Não gostava dela. Queria-a bem longe de mim.

-Bella, anda cá. - disse Gemma pegando-me pelo braço. - Tenho que te dizer uma coisa, mas não digas a ninguém.

-Estás grávida? - disse a primeira coisa que me veio à cabeça e ela elevou as sobrancelhas.

-Não. - disse secamente.

-Ainda bem. - disse rindo e ela negou com a cabeça.

-É que a minha mãe ligou. - começou ela. - E eles chegam depois de amanhã.

Arregalei os olhos. Os seus pais? Seria isso razão para me pôr nervosa? Sim, era.

-Os teus pais... - sussurrei.

-Oh, não fiques nervosa por causa deles. São muito simpáticos. - disse ela. - A minha mãe vai adorar-te.

-Espero bem que sim. - disse eu.

-Tenho a certeza que sim. Mas não digas nada aos trigémeos.

-Do que é que estão a falar? - disse Harry aparecendo.

-De nada. - disse eu e ela ao mesmo tempo.

Ele olhou para mim e depois para a sua irmã, suspeitando de algo.

-Vocês estão a esconder alguma coisa. - disse acusando-nos. - Digam-me.

Gemma revirou os olhos.

-Anda, cala-te e vai fazer os trabalhos, que eu nunca te vejo estudar. - disse Gemma passando por ele e indo para a sala de jantar.

-Ia agora fazê-los. - disse Harry olhando em direção à sua irmã antes que esta desaparecesse. - Ajudas-me? - disse olhando-me com um sorriso no rosto.

-Como é que queres que te ajude? - disse confusa.

-Uhm... digamos que tenho que fazer algo mais manual e depois apontar coisas. - disse sedutoramente.

-Então não. - disse eu.

-Anda lá, não sejas má. - disse ele. - Por favor, só uma vez. Só uma.

-Já disse que não, Harry. Não penso ficar semi-nua enquanto me tocas, porque não vais fazer trabalhos nenhuns. - sabia que no curso dele precisava de praticar a sua habilidade de fazer massagens, mas também sabia que poderia correr mal.

Ele esboçou um sorriso atrevido e satisfeito, que eu já não odiava tanto. Agora provocava-me algo mais parecido com um calafrio.

-Ah, então o problema é esse? Eu não fazer os trabalhos? E se não fosse por causa disso, deixavas-me? - disse aproximando-se cinicamente, duma maneira que não tinha feito por muito tempo. Este era o verdadeiro Harry, e a verdade é que não conseguia dizer qual das suas versões gostava mais. Mas esta era irremediavelmente sexy, mesmo que eu me empenhasse em negá-lo.

Sim.

-Não. - disse.

-Acho que estás a mentir. - disse ele aproximando-se ainda mais, fazendo com que eu retrocedesse.- Estás a mentir.

-Harry, não. - disse eu e agarrou no meu braço colando-me mais a ele.

-Não farei nada, juro. - sussurrou sensualmente no meu ouvido fazendo com que as minhas pernas tremessem como gelatina de um momento para o outro e que todos os meus sentidos se centrassem na sua voz, na sua doce voz. Merda, não lhe consigo resistir durante mais tempo.

De um momento para o outro encontrei-me pelos ares, em cima do ombro do Harry.

-Desce-me, estúpido. - disse eu dando-lhe um murro nas costas.

-Não.- disse ele. - Vamos para o meu quarto que tenho trabalhos para fazer.

Os Trigémeos Styles (tradução)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora