A Carta

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Sabe quando você simplesmente não sabe o que fazer? Deixa-me explicar melhor... Quando tudo parece tão, mais tão absurdo que você perde os sentidos e fica meio assim... Em transe? Então, era exatamente assim que Maria Carolina estava, perfeitamente em transe. Ela não sabia o que fazer, então começou a andar de um lado para o outro (BEM NERVOSA); na sua mente começaram a vir os seguintes pensamentos: "Meu Deus! Meu Deus! O que está acontecendo?" e "Só pode ser brincadeira, não é possível! Não, não, não, não!".

Ela continuava a andar de um lado para o outro, seus olhos encaravam a pequena escrivaninha no canto do quarto: uma escrivaninha bem antiga toda feita de madeira. Ela olhou a escrivaninha e se perguntou: "Devo escrever ou não?".

Alguém bate na porta de seu quarto. Uma batida bem suave, quase que como se a pessoa estivesse acariciando a madeira. Carol abre a porta. Era senhora Castanhos.

PLEASE (Attention) ─  Antes eu não havia dito a vocês como nossa "maravilhosa" Senhora Castanhos era então não vou perder mais tempo. Está aí uma breve descrição:

Por mais que pareça Senhora Castanhos não é bem... uma senhora! Ela só tem 33 anos ─ e não ela não é casada, e não meu bem, nem viúva, aliás ela nunca foi comprometida pelo menos é o que todo mundo fala ─, mas ela é a dona dessa pensão, como conseguiu? Eu realmente não sei e nem Carol ─ah ela muito menos ─. Por mais que possa parecer que ela seja uma mulher amarga, na realidade não, só é bem, mais bem rígida. Castanhos é uma mulher alta e de descendência indígena, seus cabelos são extremamente longos, e seus olhos do mel mais claro que se pode ter nessa terra. Ela vive de vestido ou saias com bolinhas ou florzinhas.

Carol larga a carta rapidamente na gavetinha da cômoda. Senhora Castanhos fala a porta:

─ Senhorita!!! Sou eu, não vai abrir?

─ Perdão, perdão Senhora Castanhos, estava arrumando umas coisas... ─ ela vai rapidamente para a porta e a abre. ─ e nem percebi a sua batida. ─ ela ri de modo desajeitado.

─ Tem um homem aqui embaixo e disse que precisa conversar com você urgente.

Carol, sem hesitar, responde:

─ Diga que já desço, por favor.

Senhora Castanhos sai do quarto com ar desconfiado, mas não diz mais nada.

Carol, fecha a porta, senta-se na pequena cama de solteiro e se pergunta: "E agora?", " Será que é essa pessoa, a da carta?", "Meu Pai, o que faço agora, Senhor?"

Maria Carolina se levanta da cama decidida. Abre a porta do quarto e desce as escadas de madeira com forma de caracol. Um homem alto e de social estava na sala de jantar, ele está de costas, mas não é nem necessário que ele se vire para que se confirme quem é. Carol já o conhece a muito tempo:

─ Papai?

Senhor Montenegro era a personificação daquele tipo de homem "bom e simples", já tinha os seus 60 anos mais ainda era alto e esbanjava saúde. Seus cabelos brancos que outrora foram castanhos estavam cada dia mais ralos. Senhor Montenegro era um milagre e Carol sabia... Há 5 anos atrás quando ela ainda era uma adolescente, seu pai sofreu uma queda brusca da escada após ter um desmaio repentino e ficou por 6 meses em coma, mas quando finalmente acordou firmou uma aliança com Deus e se dedicou desde então a missões.

─ Querida ─ disse Senhor Montenegro já se virando para ver a filha ─ Por que está aqui? Volte para casa e esqueça toda aquela confusão.

─ Não acredito que o Senhor veio até aqui para me pedir isso! Eu não vou voltar... Tenho um emprego agora e sobre a faculdade: já pedi transferência.

Dois amores acima do tempo (CONCLUÍDO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora