> 01: Pesadelo

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Atualmente;

— NALIM —
" Você devia ter agido dois anos atrás "

Tampo meus ouvidos quando o microfone cai do palco, fazendo aquele ruído maravilhoso que todo ser capaz de ouvir "adora"

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Tampo meus ouvidos quando o microfone cai do palco, fazendo aquele ruído maravilhoso que todo ser capaz de ouvir "adora".

Olho para o professor de Artes Cênicas, que observa tudo com uma carranca no rosto junto as pernas e braços cruzados. Qualquer um que entrasse neste anfiteatro, temeria sua expressão de desgosto nítida.

Talvez seja a hora de repensar se fiz uma boa escolha ao me oferecer voluntariamente para ajudar os alunos de Teatro. Claro que estas semanas são como uma mina de ouro pra mim e para o meu currículo, mas vale a pena suportar a crueldade com que ele trata seus alunos?

— Você chama isso de atuação? — o professor Bash cospe as palavras, levantando o queixo para demonstrar superioridade. — Ah, faça-me o favor de sair deste palco e só voltar quando tiver algum talento.

Arregalei os olhos e tive que fingir coçar o maxilar para ter certeza de que eu não estava com a boca aberta.

A garota que está no palco olhou para baixo e não conseguiu esconder as lágrimas por culpa dos holofotes, essa cena foi de cortar o coração. Arrasada, ela saiu em passos calmos, dando espaço para que o próximo aluno entrasse.

Como um professor pode ser tão cruel desta forma? E pior: com calouros?

— Por hoje encerramos. Espero que alguns de vocês melhorem drasticamente até a próxima semana. — o professor diz se levantando. Enquanto os alunos vão deixando o local, eu começo a arrumar meu tripé para guardar a câmera. — Srta. Martinez?

— Sim, Sr. Bash? — olho receosa para ele.

— Não vou dizer que está fazendo um ótimo trabalho, mas está no caminho certo. — ele diz e joga seu cachecol por cima do ombro antes de deixar o anfiteatro.

Sozinha ali, não consigo segurar um sorriso e a felicidade ao ouvir aquelas palavras, então pulo e começo a fazer minha "famosa" dança da vitória. Pode não parecer, mas vindo do Sr. Bash, isso é um elogio e tanto!

Termino de arrumar as minhas coisas e saio pela porta principal, batendo a trava. Assim que saio do prédio D, encontro Jeremy parado na porta mexendo em algo no seu celular.

— Oi Jeremy!

— E aí, Nalim? — ele guarda o telefone no bolso. — Eu precisava falar com você. O grêmio e eu estamos planejando a festa de boas-vindas e estávamos pensando em pedir ajuda pra alguém que entenda de documentários. Ta interessada?

— Hm... isso vai me render pontos extras? — cerro os olhos na sua direção, esperando uma resposta.

— Não, mas posso conversar com o presidente e ver se ele consegue bajular seu professor! — o moreno das bochechas vermelhas sorri simpático.

𝐂𝐎𝐌𝐎 (𝐍𝐀𝐎) 𝐂𝐎𝐍𝐐𝐔𝐈𝐒𝐓𝐀𝐑 𝐀𝐍𝐓𝐇𝐎𝐍𝐘 𝐑𝐄𝐄𝐕𝐄𝐒Onde as histórias ganham vida. Descobre agora