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— Fernanda — a menina se apresenta

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— Fernanda — a menina se apresenta.

— Bem Fernanda, não tenho certeza se vou te ajudar com isso — Valerie diz, recostando no assento. Ela poderia ajudar sim, mas queria ver até onde a menina ia para ganhar esse tipo de auxílio.

— Se eu te contar o que aconteceu, você concordaria em ajudar?

— Eu concordo em escutar, mas não vou prometer isso.

— M-mas se eu narrar o que aconteceu comigo e com... — Fernanda parece um pouco incerta em continuar a falar. Porém, depois de respirar fundo, ela continua. — Como eu vou saber que você, quer dizer vocês, não vão espalhar?

— Só posso falar por mim. Posso até não te ajudar, mas não falarei dessa conversa com ninguém. Se alguém me perguntar, você nunca nem veio aqui...

— Obrigada! — a menina olha para as outras integrantes da sala, e mesmo sem comentar mais nada, as meninas concordam em deixar com que aquela conversa morra ali naquela sala.

— Pode ir desembuchando então...

E a menina começou a contar o que tinha acontecido.

Na manhã anterior estava caminhando para a escola, quando pensou ser seguida. Sempre que olhava para trás, só conseguia ver uma porta abrindo ou fechando, pessoas de cabeça abaixada e ninguém particularmente interessado nela.

Fernanda tinha terminado um relacionamento há pouco tempo, e as coisas não se encerraram da melhor maneira. Palavras fortes ameaças foram disparadas, dos dois lados, e por isso, sem querer, mas já esperando o pior, ela estava bastante apreensiva na última semana.

A sensação de ser perseguida era grande demais para se ignorar, então, ela começou a modificar normalmente o caminho que fazia para a escola, indo por locais mais movimentados.

— Então, por não andar sempre por aquelas ruas, eu acabei errando uma esquina, e me vi num beco sem saída — nenhuma das quatro teve coragem de interromper o relato da menina. — Fiquei nervosa, mas fiquei alerta. Sem ver muito, peguei um cabo de vassoura largado no chão e esperei o momento para atacar. Vi quando a pessoa entrou no beco. E quando percebi que estava carregando uma espécie de lâmina, nem pensei duas vezes e girei a madeira com toda a força que tinha em mim.

Quando a menina não falou mais nada, April arriscou: — E então? O que aconteceu? A pessoa caiu desacordada? Ou ficou muito puta da vida por levar uma vassourada?

— Sim, caiu. Era exatamente quem eu pensava, a minha ex-namorada deixou cair o canivete no chão. Mas pro meu completo desespero, não vi que tinha um prego considerável na ponta da madeira... E foi de encontro com a cabeça dela. 

— Pelo que você me falou, ela não me parece ser a melhor das pessoas, então posso questionar o motivo de você estar querendo ressuscitá-la?

— Não tinha falado pros meus pais ainda sobre a separação. Quando cheguei em casa, minha mãe me disse que ela tinha passado lá em casa pra dar um passeio com o Skye, meu cachorro. Ela pegou o meu cachorro. Fui na casa dela, mas ele não está lá... Já espalhei fotos e recompensas, mas estou desesperada! Não consigo me livrar do sentimento que algo de ruim vai acontecer com ele se eu demorar demais... Não precisa ressuscitar, basta que aquela maldita me diga onde está meu cachorro!

— Ah, entendo...

— Você vai ajudar?

— Olha Fernanda, eu simpatizo com a sua causa, mas saiba que não vai ser tão fácil assim retirar essa informação da pessoa, quando uma pessoa morre, ela não vira automaticamente uma santa.

— Tenho consciência disso. Mas acho que vale arriscar...

— Certo, se eu te ajudar, na boca miúda, eu nunca te ajudei, estamos combinadas? — Fernanda abre um sorriso aliviado ao escutar essas palavras da Valeria.

— O que você vai precisar?

— Bem... Um objeto que ela tinha muito apego vai servir...

— Droga, eu não tenho mais isso. Quando terminamos, fiz questão de devolver tudo que ela me deu, pelo menos as mais importantes. Não acho que ela tem muito apego pelas quinquilharias que eu ainda tenho dela. Não serviria o corpo?

— O... Corpo?! — April pergunta assustada. — Você ainda está com ele?

— Ele está no laboratório de química — Fernanda dá de ombros como se fosse a informação mais comum do mundo.

— N-no labora... — Mona até começa a falar, mas começa a esverdear um pouco e Ivy a ajuda a vomitar dentro da pequena lixeira.

— Perfeito então. Mãos à obra? — Valerie diz e apenas ela e Fernanda parecem determinadas.

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