3. O casamento

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O jardim do palácio foi cuidadosamente enfeitado para que tudo ocorresse de forma perfeita. Rei Marcus e Klaus fizeram questão disso. Adela ajudou-me a escolher as flores que iriam compor a decoração, assim como os lugares onde colocaria as velas, candelabros e castiçais para iluminar o local. Agora, estou prestes a adentrar o jardim. Com papai e Octavio, a minha direita e esquerda, respectivamente. Minhas mãos suam frio e presumo que a dor no estômago seja por consequência do nervosismo.

— Se quiser desistir… — Meu irmão chama minha atenção.

Lanço-lhe um olhar suficientemente reprovador e respiro fundo.

— Estou pronta. — Encaro papai, o qual sinaliza aos guardas que abram as portas do jardim real.

Meu coração dispara no peito, assim que dou o primeiro passo. Observo as pessoas e, ao mesmo tempo, uma retrospectiva dos meus dezessete anos. À frente do altar, observo Francis. Ele sorri pra mim. Então, nesse instante, sinto meu coração ser acalentado. Seremos felizes. O nervosismo faz parte, afinal de contas, não é todos os dias que se casa.

Por um momento, vejo Klaus e Adela juntos. É inevitável não lhes lançar um olhar cúmplice; rir do sorriso maroto de Klaus e do revirar de olhos de minha melhor amiga. Do lado oposto de meus amigos, enxergo meu sogro, Pierre, e minha cunhada, Meredith. A mãe de Francis morreu sob as mesmas circunstâncias que mamãe.

Lembro-me de quando Francis pediu a permissão de papai para me cortejar. Antes disso acontecer, trocamos alguns olhares nos eventos do palácio, é claro. O senhor Pierre, o qual é conselheiro do rei Marcus, conversou com papai e disse que também fazia gosto do nosso casamento.

E nove meses depois, após quatro meses de noivado, cá estamos nós. Ouvindo o som dos violinos, prestes a nos tornamos um.

— Cuide de Cristal, assim como as Escrituras mandam, meu jovem. — Papai diz a Francis.

— Cuidarei, meu senhor. — Meu noivo pega minha mão e sorri, gesto que é retribuído por mim.

— Se magoar a minha irmã, faço você conhecer Jesus pessoalmente. — Octavio fala firme e depois sorri.

Rei Marcus, o qual fará a cerimônia, não contém o riso diante da sutil ameaça de meu irmão.

— Boa tarde, senhoras e senhores. Que a graça e a paz de Cristo estejam convosco. Estamos aqui para celebrar a união de Cristal Chevalier e Francis Beaumont. — O rei inicia sua fala. — Vamos orar, para que Deus abençoe esta cerimônia: Pai Amado, estamos na tua presença para Te agradecer pela tua Graça e fidelidade. Pedimos que nos conduza e abençoe a todos que aqui estão, principalmente os noivos. Entregamos tudo nas tuas mãos. Amém!

— Você está belíssima. — Francis sussurra, assim que terminamos de orar, e não contenho um sorriso.

— A partir de hoje, a vida de ambos nunca mais será a mesma. A partir de hoje, caminharão juntos na estrada da vida. E todos que estão aqui, desejam que a bênção do Senhor os acompanhe ao longo desta jornada. O amor é o sentimento mais belo que Deus demonstrou para cada um de nós, seus filhos e, agora, vocês terão o privilégio de desfrutar o amor de uma forma única e intensa. Que o amor de vocês seja firmado em Cristo; que vocês honrem as Escrituras Sagradas, amem e temam ao Senhor de todo o coração; que a Presença do Pai seja o alicerça desta união e que a Sua Graça esteja sempre presente em vossos corações, de modo que procurem agir da mesma forma que Jesus agiria. — Rei Marcus sempre soube usar as palavras, mas confesso que nunca havia me emocionado tanto.

É nesse momento que penso no quanto gostaria que mamãe estivesse aqui, mas sou grata por aqueles que fazem parte do dia mais importante da minha vida.

A Coroa Acima da Coroa [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora