A expressão "você estava no lugar errado e na hora errada" nunca fez tanto sentido como naquele momento. A entrada repentina dos seis homens empunhando armas poderosas, as ameaças entoadas em gritos, a pressão nos funcionários da joalheria de luxo...
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Conferi a minha imagem no espelho mais uma vez e suspirei satisfeita. Depois de passar alguns dias com a autoestima lá embaixo, me sentindo a mulher mais desajeitada e nada atraente do mundo, hoje finalmente pude me sentir mais agradável. Era como se eu estivesse renovada. Posso dizer que estou feliz. Hoje é um dia feliz para mim.
— Está atrasada — Somin disse séria, mas riu em seguida. — Você não tem jeito, (s/n).
— Você acha que é fácil tentar parecer apresentável pra sair na rua? — Retruquei passando o meu crachá na catraca para ter acesso ao lugar reservado aos médicos.
— Não exagera — bufou. — O preceptor disse que você está por um fio, se cuida — alertou piscando o olho e eu arregalei os meus.
— Onde ele está?
— Ala quatro — apontou para o caminho. — Sala seis — completou.
— Obrigada — corri até o local e assim que entrei, encontrei o homem com uma expressão nada boa. Parecia estar bravo. E agora, para completar a sua fúria, a recém-formada que sempre se atrasa acabava de chegar na sua sala para importuná-lo. — Posso entrar?
— Deve — sua expressão piorou assim que me viu. Tossi brevemente, preparando-me para falar normal e não parecer muito nervosa. — Atrasada novamente, não é?
— Perdão. Eu tive uns...
— Problemas familiares — completou, interrompendo-me. — Os seus problemas familiares nunca vão acabar, senhorita (s/n)?
— Me desculpe. Eu não me atrasarei mais, senhor Lee.
— É a sua última chance. Comece não se atrasando para a volta do horário de almoço e amanhã quero você aqui antes de todos os residentes.
— Certo — levantei-me. — Obrigada por me dar mais uma chance, senhor Lee.
— Vá para o quarto cinquenta e quatro e confira o estado do paciente Wang.
— Mais alguma coisa?
— Não, pode ir.
Saí da sua sala com extrema pressa e fui direto para o quarto do Jackson, assim como o senhor Lee ordenou. Ouvi os chamados de Somin pelo corredor, mas decidi fingir que não ouvia. Eu não podia ser vista conversando pelos corredores depois do puxão de orelha que levei.
— Como se sente? — Perguntei enquanto arrumava a minha prancheta no braço esquerdo. Parecia extremamente desajeitada e reconheço isso.
— Se atrasou de novo, não foi? — Riu.
— O senhor deve responder as minhas perguntas ao invés de se preocupar com os meus horários — falei rapidamente fazendo-o rir ainda mais.
— Você quer perder a sua residência, (s/a). Não faça isso.