JIMIN (Parte final)

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Eu dormi muito bem naquela noite.

Acordei cedo por relógio biológico, mas me dei ao luxo de ficar mais tempo na cama com ele.

Jungkook dormia um sono pesado, com as costas apoiadas no colchão.

Fiquei sobre o cotovelo, para ver melhor seu rosto, e não pude deixar de sorrir.

Esse homem é maravilhoso.

Ri baixinho, usando o indicador para fechar sua boca entreaberta, com cuidado, acariciando sua bochecha no caminho de volta.

Os cabelinhos escorridos caíam se espalhando no travesseiro, deixando a testa bonita exposta.

Fiquei ali namorando seu sono por um bom tempo, antes de selar sua testa e me levantar de vez.

Hoseok e Taehyung estão dormindo agarrados, enquanto o de mullet está com o rosto no pescoço do meu amigo. Eles não se emendam, de fato. Dou uma última olhada no meu solzinho, depois de escovar os dentes, e saio do quarto de vez.

O café da manhã é animado, cheio de gente, e os pais de Jungkook não parecem se importar com a presença de todos nós, pelo contrário, parecem felizes. Quando Jungkook desce, logo sua irmãzinha chega também, reclamando por não ter dormido com nós dois. Acho graça, porque ela adora o irmão mais velho, então o fato de aceitar dividir a atenção dele comigo é algo muito precioso. Ela se senta na perna dele, comendo o café da manhã que ele tinha colocado, enquanto passa prendedores para que Jungkook arrume seus cabelos.

Olha aí se não é o pai dos meus filhos. É sim.

— O que foi? — ele questiona, todo inocente. Ainda bem, porque talvez saísse correndo se soubesse de todos os planos que eu tinha.

Vamos juntos no ônibus, e ele vai na janela, porque gosta de tomar o sol da manhã, escutando música comigo, falante. Falante pra danar, o meu anjinho. Ligando meu celular, vejo as mensagens do meu pai, pedindo para que eu leve Jungkook lá, para o conhecer. De qualquer forma, é algo que eu mesmo já queria, porque iria dar um jeito de o pedir em namoro.

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No final de semana seguinte, no entanto, as coisas, de alguma forma, saem dos trilhos. Eu não entendo absolutamente nada e fico de mãos atadas. Jungkook pede que eu me afaste dele, todo amuado, triste, de um jeito que faz meu coração se partir.

Eu penso sobre os dias e as semanas anteriores. Estávamos bem até o fim de semana. Pondero sobre várias possibilidades, até se ele teria ficado chateado por eu não ter respondido mensagens, no dia que saí com Jihyun. Eu me senti triste, mas majoritariamente chocado, sem compreender mesmo. Ele faltou à aula, então fiz o que podia. Liguei para Jiwon Jeon, sua mãe, para saber dele, e ela me disse que ele estava na casa da tia e não estava muito bem, mas ela também não sabia o motivo. Por isso, recorro à última fonte que consigo pensar: Hwasa. Na saída do colégio dela, espero a baixinha chegar e, assim que me vê, corre até mim, espoleta como sempre.

— Jimin!

— Hwasa... Como você está?

— Bem. Não precisa brigar com os meninos hoje, eu mesma derrotei eles.

Contraio o cenho.

— Devo me preocupar?

— Não.

Assinto devagar.

— Certo. Eu vim te perguntar uma coisa, mas precisa guardar segredo. Você poderia me ajudar? — Ela me olha desconfiada. — Eu te trouxe um chocolate — falo, me sentindo a pior pessoa do mundo. Sabia que era errado usar alimentos como prêmio para crianças, mas eu não conseguiria dormir, se não soubesse, e não podia ir perguntar ao Jungkook.

De pernas pro ar | REPOSTANDO CORRIGIDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora