A textura dos lábios dele era os melhores que já toquei — mesmo eu tendo beijado duas pessoas na vida. O polegar dele na minha nuca fazia um pequeno carinho, me puxando mais, assim que sua língua invadiu minha boca e eu fiz o mesmo. Sua boca tinha um gosto de uma combinação perfeita e um pouco estranha: café e menta. Eu poderia ficar o dia todo sentindo aquele gosto, que amaria de qualquer jeito. Nossas línguas se enroscaram, me tirando um suspiro satisfeito.

      Adam desceu suas duas mãos para a minha bunda, eu poderia protestar e parar o beijo. Mas não fiz, eu estava gostando bastante das apalpadas ali. Ele me puxou mais para perto dele e me colocou em cima do seu colo, me forçando a colocar uma perna de cada lado da sua cintura.

      — Mary... — sussurrou entre o beijo quando me mexi em seu colo.

      Uma mão dele entrou por debaixo da minha blusa, percorrendo minhas costas e indo para a minha barriga, fazendo um carinho gostoso ali. Um gemido escapou da minha boca quando Adam tocou meu seio por cima do sutiã e apertou com força o suficiente para me tirar mais um gemido.

       Pesei meu corpo para frente o empurrando com as mãos para se deitar na cama e o mesmo fez, separando o nosso beijo, e me olhando por breve segundos. O beijei de novo, com mais urgência que antes e Adam continuou passando suas mãos curiosas e rápidas pelo o meu corpo. Me mexi mais  um pouco em seu colo, e senti algo debaixo de mim, endurecido e firme, o que me assustou de fato e fez meu corpo se arrepiar por inteiro. Quando o mesmo afastou um pouco o meu sutiã para colocar a mão no meu seio, a campainha nos interrompeu, me assustando.

       Sai de cima dele tão rápido que quase cai da cama, e por pura sorte, ele me segurou. Adam estava ofegante, com os lábios vermelhos e os olhos azuis me encarando. Passei a mão sobre a testa percebendo que eu estava soada mesmo estando frio. Minha pele estava quente o suficiente para soar. Fui até a janela tentando ver quem estava na varanda e vi o entregador de comida chinesa.

      Droga!

      Esqueci que tínhamos pedido comida chinesa. Me virei para Adam que estava sentado, com os pés no chão e os cotovelos apoiados na coxas. Ruborizei não querendo o encarar, eu estava com tanta vergonha.

      — A comida chinesa chegou... — digo com a voz falha.

      Adam apenas concordou com a cabeça e se levantou, indo até a porta e saindo do meu quarto.

      Mil vezes drogas! Eu havia beijado Adam. Eu sabia que eu iria me arrepender, muito! Como eu poderia fazer isso comigo? Com Hanna? Hanna era a minha melhor amiga desde que éramos da pré-escola e eu havia beijado o namorado dela e o pior: eu havia gostado, demais. Foi o melhor beijo da minha vida, superando até Lyan.

     O toque dele me arrancou tantos suspiros e suas mãos passeando pelo meu corpo. Que pecado! O que eu estava fazendo? Adam era proibido para mim, não fazia o meu tipo, nunca fez. Adam era o Adam, com aquele jeito idiota é grosseiro, mas divertido e engraçado. Eu viajava e me perdia nos seus olhos e me perdi na sua boca, no seu toque...

      Fui interrompida pelo o mesmo fechando a porta do quarto. Ele caminhou até a cama e me entregou a sacola meio desajeitado, logo tentando abrir os refrigerantes em lata. Rasguei a sacola já que a mesma não abria e Adam riu do meu jeito.

       — Nada delicada você. — revirei os olhos com esse comentário.

Mostrei para ele a língua e o mesmo ergueu a mão me mostrando o seu dedo do meio. Entreguei o pote com a comida dele e abri o meu, logo afundando meu Hashi ali e pegando uma boa quantidade para levar à boca. Eu amava comida chinesa com todas as minhas forças, era umas das coisas mais divinas da terra. 

       — Calma, Cooper! A comida não vai fugir.— comentou colocando o Hashi dentro do da embalagem e pegando um pouco — Esse frango é muito gostoso.

       Adam ergueu o braço, levando o seu Hashi junto da comida até minha boca. Qual era o problema dele em levar comida até a minha boca? Pensei. Mastiguei devagar, saboreando o máximo que eu poderia. Sorri para o mesmo e Adam continuou saboreando sua refeição. Peguei os biscoitinhos da sorte e joguei um para ele que segurou na hora. O abri com o maior cuidado e estava escrito à seguinte frase: "Há um grande passo para um tempo curto, há um grande amor para um espaço minúsculo"

       — Não entendi o meu. — digo franzindo a sobrancelha.

       Por incrível que pareça, eu sempre acreditei em biscoitos da sorte, confio muito neles. Minha avó sempre comprou para mim e desde então, sou viciada.

        Adam abriu o dele e leu o mais rápido que pude acompanhar pelos seus olhos. Sua testa se franziu e ele revirou os olhos.

        — Que bobeira! — exclamou jogando seu biscoitinho de volta para mim.

         O abri e li: A felicidade está na sua frente, basta enxerga-lá.

         — Troca comigo? — perguntei fazendo biquinho.

        — Não se troca a sorte. — Adam revirou os olhos.

Pequenas mentiras Where stories live. Discover now