Décimo Sexto: Fuja de Jeno

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"Lee Jeno
Acho que você também me deixa estranho, Nana."

Bem, depois de ter recebido essa mensagem de Jeno, eu entrei em pânico. Enterrei a minha cara na cama, e não a tirei de lá, ignorando totalmente a existência daquela mensagem que eu acabei vendo pela barra de notificações.

Solto um suspiro percebendo o quão medroso eu sou. Nesse sábado, ontem recebi a mensagem da pessoa que eu gosto falando que sente "algo estranho" por mim também. E o que eu fiz? Ignorei. Pois sou um medroso.

Me viro de barriga para cima e olho aquela mensagem novamente só pela barra de notificação, e solto um riso bobo, sentindo aquilo tudo que eu estava tão acostumado, novamente.

Jogo o celular na cama e me levanto, e resolvo seguir a minha rotina: fazer pipoca, pegar doces e um copo gigante de suco, voltar para o quarto e assistir séries e filmes o resto do dia. E assim vai ser meu domingo.

Se um certo alguém não tivesse batido na porta.

Bufo e deixo as coisas arrumadas no quarto, e vou atender a porta, dando de cara com o meu melhor amigo: Lee Donghyuck.

- O quê você quer, Hyuck? - Digo sem interesse algum, observando o Donghyuck agitado virar um Donghyuck puto da vida.

- O quê eu quero? Eu quero que você pare de ser galinha! E também que conte as fofocas para mim! - Ele diz me dando alguns soquinhos no peitoral, e me sinto confuso. - Como assim você se declarou para o Jeno dentro daquele banheiro de merda da escola?

- Ah... Aquilo. - Solto um risinho e olho para o chão, movimentando meu pé. - Ele falou sobre...? - Falo levemente esperançoso, olhando novamente para Donghyuck, com um sorrisinho no rosto.

- Idiota do caralho... - Ele murmurou e entrou na casa me empurrando, indo direto para meu quarto. Dou de ombros e fecho a porta, seguindo ele em seguida.

Entro no meu quarto e dou de cara com Donghyuck deitado na cama já comendo minha pipoca. Murmuro em irritação e me sento ao seu lado, pegando alguns doces.

- Então, você literalmente se declarou para o Lee dentro do banheiro da escola, aliás, uma péssima escolha de lugar. - Ele disse enquanto colocava mais pipoca na boca, e ao finalizar de mastigar, ele volta a falar. - E largou a sua Cinderela lá? Sinceramente Jaemin, eu sempre imaginei que o Jeno seria a Cinderela e você o príncipe.

- Não entendi a comparação. - Falo dando uma mordida no chocolate, e ele me dá um chute fraco como se estivesse brigando comigo por eu ser lerdo.

- A Cinderela largou o príncipe no castelo. Você é a Cinderela, o Jeno é o príncipe e o banheiro é o castelo. A diferença é que um castelo bem imundo. - Ele disse e ficou quieto por alguns segundos, apenas encarando a parede e colocando uma pipoca atrás da outra na boca. Parece um esquilo. - Vai fazer o quê agora?

- Algo bem simples: nada. - Rapidamente Donghyuck olhou para mim em total irritação, e deixou o pote de pipoca no chão, e voou para cima de mim. Solto um grito. - Caralho! Sai de cima!

- Eu vou comer seu cu e não é no bom sentido! - Ele gritou de volta, batendo em mim. Tento me defender colocando os braços na frente do rosto, enquanto mandava ele parar. - Sinceramente, espero que o namoro com o Renjun dê certo! Ninguém merece!

Fico quieto até que ele canse de me bater. Quando tenho chance o empurro de cima de mim, arrumando a minha roupa.

- É complicado para mim, está bem? É a primeira vez que eu gosto de alguém, eu entro em desespero. Eu nunca sei o que fazer perto do Nono. - Fala observando Donghyuck, tentando fazer ele entender o meu lado. Ele solta um riso.

- É tão engraçado você apaixonado. Ainda mais quando obviamente ele gosta de você. - Ele se ajeita na cama, dando mais uma risadinha. - Qual é Jaemin, ele aproveita qualquer chance que tem para segurar seu pulso, ou deitar a cabeça em seu ombro.

Sorrio de automático ao pensar na possibilidade de Jeno gostar de mim, e em um ato de coragem, pego meu celular e disco seu número, levando o celular a orelha em seguida. Donghyuck sorri grande e fica apenas observando em silêncio.

- Alô? - Disse Jeno do outro lado da linha, e ouvi alguém falar algo no fundo e uma risada em seguida.

- Oi, Nono... Eu preciso falar com ti. - Falo sorrindo e enrolando meu dedo na manta da cama, nervoso.

- Ah... Agora eu saindo com o Renjun, mas, quando eu voltar a gente conversa. Beleza? - Fiquei estático por alguns segundos, e olhei para a cara de Donghyuck, que estava espremendo os lábios.

- Ah, não se preocupe tanto, a gente se fala na escola... - Fala ouvindo um "Até" de Jeno, e desligo o celular. Olho para Donghyuck, dando um sorrisinho meio desanimado para ele.

- Bem, depois de amanhã tem aula. Você tem tempo para colocar os pensamentos em ordem. - Ele disse dando de ombros, e em seguida mudou o assunto, mandando eu colocar um filme aleatório.

[...]

Já era o dia seguinte e eu já me encontrava na escola, conversando sobre qualquer coisa com Donghyuck e Mark. Até que vejo Jeno se aproximar (sem Renjun dessa vez), e sorrio pequeno.

Permaneci parado ali, sorrindo que nem um bocó, apenas olhando Jeno se aproximar, até que eu finalmente entendi: eu teria que falar com Jeno sobre aquilo, eu teria que dizer na frente de Jeno que eu gostava dele.

Então, eu fiz a coisa mais inteligente (ou idiota) que eu poderia fazer: sai dali o mais rápido possível, dando a desculpa que eu estava apertado e precisava ir no banheiro. Antes de sair apressado, vi a cara confusa de Jeno, e rapidamente sai do corredor.

...

Já havia se passado o dia, e estava quase na hora da saída. E eu evitei Jeno o dia inteiro.
Uma verdade que eu não posso negar de jeito nenhum: eu sou covarde. Mas, eu tenho meus motivos. Tenho medo de vacilar com Jeno, e acabar sendo um péssimo namorado (Já que eu não faço a mínima ideia de como ser um), então, se for para mim sofrer, que seja o mais cedo possível.

Enquanto eu andava calmamente pelos corredor, sou empurrado para dentro de uma sala. Ao sentir o empurrão, solto um "caralho" pelo susto. E quando olho quem havia feito isso, era ninguém mais e ninguém menos que Lee Jeno.

- Por que caralhos me empurrou assim? Quase quebrou meu braço! - Eu disse, me sentindo extremamente nervoso enquanto eu observava ele trancar a porta, e se encostar nela, ficando com os braços cruzados. Mordi o lábio inferior, me sentindo envergonhado e agitado.

- Por que está me evitando? - Ele disse por fim, me encarando como se pudesse ver minha alma. E eu duvido nada disso. - Por que se declarou para mim, e simplesmente corre de mim todas as vezes que quero me aproximar?

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Vou parar aqui se não o capítulo fica muito longo

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