O Incidente do Sapatinho

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Anastásia tinha completa ciência de que não havia como eliminar todas as garotas que haviam sido convidadas para aquele baile

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Anastásia tinha completa ciência de que não havia como eliminar todas as garotas que haviam sido convidadas para aquele baile. Além de levantar muita suspeita, perderia um tempo que agora era vital.

Assim, depois de conferir sua aparecia e colocar cada fio de cabelo em seu devido lugar, a garota estava convicta que conseguiria sua dança tão desejada e sua chance de fazer o Príncipe se apaixonar perdidamente por ela.

Ela tinha acabado de fechar a porta do banheiro no primeiro andar do palácio, perdia no meio daquele longo corredor com milhares de outras portas idênticas, quando escutou o barulho de passos apressados sobre o carpete. Anastásia permaneceu ali parada, intrigada com quem poderia estar causando tanto estardalhaço quando todas as garotas mal arredavam o pé do salão principal.

A última coisa que se passou em sua cabeça foi ver Ella correndo em desespero, olhando para os lados como se não soubesse para aonde ir enquanto segurava o volumosos vestido azul. E por mais que ela quisesse muito saber como a loira arranjara aquele vestido estonteante, o que mais lhe preocupava era saber como tinha conseguido sair de casa, mesmo tendo absoluta certeza de ter trancado todas as portas em seu caminho.

Ignorando todas as perguntas que se formavam rapidamente em sua cabeça, ela olhou a sua volta em busca de algo, qualquer coisa que a ajudasse se livrar de sua não querida irmã postiça definitivamente. Anastásia não deixou que a irritação tomasse conta de si, apenas deu um passo comedido atrás do outro em direção de Ella que olhava as dezenas de portas idênticas naquele corredor com o crescente pânico se destacando em seu rosto. Com uma calma inexplicável ela admirou um cesto de frutas falsas sobre um pedestal de mármore e escolheu cuidadosamente uma maçã dourada, lançou-a para cima algumas vezes para avaliar seu peso, surpresa por ser mais pesada do que imaginava.

A morena riu consigo mesma ao soltar o ar pelo nariz, se posicionando e mirou seu alvo ambulante. Era engraçado ver Ella toda desengonçada, tropeçando em seus pés por nunca ter usada salto alto. E aquela incógnita incomodava profundamente Anastásia por não ter ideia de onde a pobre garota tinha arranjado todas aquelas peças maravilhosas.

Talvez, em outro momento quando não estivesse tão preocupada em conseguir entrar na família real e sua janela não estivesse diminuindo rapidamente, poderia conseguir as respostas.

Depois de constatar que estavam sozinhas naquele longo corredor, Anastásia apertou aquela réplica em sua mão com força e a jogou em direção da loira. Ela não piscou, ansiosa pelo trajeto da fruta que cruzou rapidamente o ambiente e acertou-a nas costas, desequilibrando e levando-a ao chão.

Sorrindo, tratou de se aproximar antes que sua irmã postiça se recuperasse. Rapidamente ela apoiou seu pé na nuca da loira ao constatar que ela franzia o rosto com uma careta ao tentar se levantar, forçando-a a continuar deitada com o rosto virado para a parede. Anastásia não pretendia machucar ninguém naquela noite, nem mesmo aquela garota por quem nutria sentimentos repulsivos e que lhe dava pavor. Por isso, com o relógio trabalhando contra ela, rasgou a barra do vestido de Ella em uma tira larga e amarrou as mãos nas costas, imobilizando-a.

Feita de Cristal (Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora