2010
A lua é crescente e a noite é fria. Eu aperto o cobertor em volta do corpo quando mamãe entra no cômodo.
Ela está irritada porque já pediu para que eu desligue a TV duas vezes e eu não o obedeci. É o meu filme favorito e estamos próximos da cena mais emocionante.
Mamãe não gosta que eu assista a esse tipo de filme. Disse que sou nova demais.
Ela está diferente desde que Jonny foi embora. Papai também. A nossa casa ficou mais silenciosa.
Mamãe olha para mim e então para a TV. Ela não diz nada, apenas pega o controle ao meu lado no sofá e desliga o aparelho. Há repreensão em seus olhos no momento em que deixa a sala.
Eu olho para o controle e de volta para a TV. Por um momento, penso em ligar de volta. Mas não o faço.
A brisa fria da noite entra pela janela e bate contra mim.
É quando o noto.
O monstro entra sem ser convidado, pela sala, onde estou. Ele me vê, mas nada faz além de colocar o dedo indicador sob os lábios, pedindo silêncio, pedindo cooperação. É o que eu faço. Ele atravessa o cômodo, até a gaveta. Ele acha a arma que o papai guarda para emergências. Mamãe odeia essa arma. Diz que é perigoso manter algo tão mortal assim dentro de casa. Papai acha justamente o contrário. Argumenta que é para a nossa segurança.
Eu não faço nada, apenas o observo. Tenho medo. Medo porque entendo o que está prestes a acontecer. Sou a única que sabe o que ele vai fazer. Não tenho controle. Não posso fazer absolutamente nada.
Meus pais estão na cozinha, discutindo sobre alguma coisa. Não o notam aparecer. Eles não sabem o que está prestes a acontecer. E quando enfim souberem, vai ser tarde demais.
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Quando Pecadores Rezam
Mystery / ThrillerEspancadas. Violentadas. Assassinadas. Já é a quarta garota que morre na pequena e sinistra cidade de Kerent. O assassino ainda está a solta, rondando por Kerent como um animal faminto, à procura de sua próxima vítima. Nora Conaill tem a vida tranqu...