Capítulo 83

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Every day's a battlefield
Between the light and the dark
Angels and demons
Try to tear us apart

Todo dia é um campo de batalha
Entre a luz e a escuridão
Anjos e demônios
Tente nos separar

— O que vamos fazer, Matt? — pergunto enquanto tento acompanhar seus passos rápidos em direção ao grupo. Abro o casaco quando sinto uma onda estranha de calor passar por mim, já que aqui do lado de fora sopra um ar gélido.

— Eu não sei, mas precisamos encontrar o Lucas ou pelo menos fazer com que ele ganhe tempo para conseguir sair da prisão.

— Uma das portas daquele lado não abria — comento, lembrando-me da nossa tentativa frustrada de tentar quebrar o código de uma delas.

— Eu sei, Emily. Aconteceu conosco, por isso, estou preocupado. Eles podem ter ficado presos naquele piso.

— Temos dezoito minutos — Vitor fala assim que nos juntamos a eles. Olho para o Kyle e a frustração no rosto dele parte meu coração. Ele ajeita o boné na cabeça enquanto o Vitor tira o casaco.

Merda! — Matt diz antes de pegar o rádio e, mesmo hesitante, pressiona o botão. — Não vamos embora. Repito, não vamos embora até encontrar o Lucas — diz quando Sebastian responde, mas não dá chance para ele contestar.

— Você está louco? — um dos soldados Resistentes pergunta.

— Só tentando fazer com que todo o esforço valha a pena, Caleb. — A voz do Matt agora é firme. — Nós precisamos resgatar o Lucas e o Philip.

— E a garota misteriosa — Kyle acrescenta. Pela voz, não a reconheci, e, quando saiu da cela, eu estava muito longe, dois segundos depois as luzes ficaram vermelhas, não consegui ter nenhum vislumbre de quem ela é.

— Vocês dois têm que entrar conosco — Matt avisa para Caleb e outro soldado que não sei o nome. — Vitor, Kyle e James, não deixem ninguém ultrapassar estes muros. Atirem se for preciso.

Eu queria que fosse o contrário, sinto-me mais segura com o Vitor e o Kyle por perto, ou o James, mas os dois soldados são os únicos capazes de abrir as portas se for preciso.

— Pode ficar com a minha arma — digo para James antes de sequer ter oportunidade de cumprimentá-lo. Tiro meu revólver do casaco e entrego.

— Que presente de boas-vindas! É um prazer rever você, Emily. — Forço um sorriso lembrando-me de como ele conseguia me tranquilizar nos primeiros dias na Matriz. Mas não neste momento, nada me faria sentir menos tensão ou pânico. James verifica a munição, o que me diz que deve saber usar uma arma, e fico contente por saber que ela pode ser mais útil com ele do que comigo.

— Vamos — Matt diz para os rapazes que, mesmo parecendo em dúvida, fazem o que pediu e nos acompanham.

Sinto um arrepio passar por mim quando atravesso a porta da prisão mais uma vez. O alarme continua soando de forma perturbadora e as luzes continuam vermelhas. Algumas cintilam, outras estão apagadas. De qualquer forma, as sombras que caem sobre nós deixam nossos rostos assustadores.

— Não saia do meu lado — Matt avisa sério e tento não demonstrar o pânico no meu rosto quando uma explosão se faz ouvir. Sinto a vibração debaixo dos meus pés, o que me paralisa, mas não por muito tempo. Rapidamente nos recompomos do susto e corremos para as escadas.

— Granada — Aaron diz, enquanto descemos. — O Philip tinha uma granada, eles devem ter explodido alguma saída.

— Vocês têm granadas? — Matt pergunta irritado. — Por que não falaram antes?

A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora