Eu Faço - 1

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Vamos lá pra mais um!!!

Capítulo 1

A vida é engraçada. Muitas vezes desejamos muito que algo aconteça, e quando o nosso desejo é realizado, temos a sensação de que não era o momento certo da vida para ele acontecer.
Comigo foi assim, desejei por anos a felicidade da minha amiga Beatriz, desejei mais do que todos em sua volta, para que ela encontrasse alguém que a amasse, e a levasse para o altar. Bia é minha melhor amiga e sócia, o que faz com que eu passe mais tempo com ela do que com minha família, assim, eu via o quanto ela sofria por ser só, eu queria muito que o cara certo chegasse logo e a tirasse da solidão.
E este é o momento certo na vida dela, não na minha.

Afinal, ela já está com uma vida financeira boa e tem muita maturidade para dividir seu banheiro com alguém, pelo resto de sua vida.
Sim, o momento mais que certo na vida dela, porém, na minha vida ele chegou na hora errada, não que eu não quisesse mais que ela se casasse, é tudo o que eu mais queria, no entanto, não estou passando por uma situação agradável para compartilhar a felicidade da minha amiga.
Hoje, não sei se acredito mais no matrimônio e se casar é uma boa opção. Justo eu, que sempre acreditei em casamento, estou duvidosa sobre esse assunto.
O meu casamento não está no melhor momento, tem problemas sérios a serem resolvidos e, não posso esperar passar o de Bia, para decidir o que farei.

E, para ajudar, ela me nomeou como a organizadora da cerimônia e madrinha. Engraçado, não tenho autonomia para resolver o meu casamento, mas o dela eu tenho carta branca para tomar qualquer decisão. Tive que recorrer a "Nossa senhora protetora dos casamentos das noivas amigas", não sei se conseguirei fazer um casamento à altura para Bia e Miguel e, muito menos, pousar de "casal feliz" no altar com o meu marido. Se é que ele vai ser um marido até lá.
Só em pensar nessa palavra "marido", minhas mãos ficam úmidas e volto a me questionar pela milionésima vez:
Será que Pedro não me ama mais?
Será que ele não sente mais atração pelo meu corpo?
Eu não estou acima do meu peso, pelo contrário, meu corpo mudou depois que me casei, mas era para melhor, devido às minhas aulas de Cross fitness.
Será que Pedro está interessado em outra pessoa, que está dando o que não posso lhe dar?
Meu Deus, eu estou enlouquecendo, pois ele resolveu ter aquela conversa comigo há exatamente doze horas, e justo há três dias antes do casamento de Bia.
Ele não poderia ter esperado passar a festa? Ou falar depois do ano novo? Ou quando estivermos velhinhos deitado em meu leito de morte?

Não, Pedro decidiu jogar tudo isso nos meus braços ontem à noite. E pensar que a tal conversa começou com uma brincadeira estranha minha, eu propus que fôssemos naquele clube Cast, o mesmo que minha amiga Bia começou a visitar meses atrás, o que fui festejar minha despedida de solteiro, pois ele é de um amigo meu da faculdade.
E essa minha curiosidade besta em praticar voyeur com o meu marido, resultou em descobrir toda a verdade.
Verdade essa que eu preferia que fosse mentira, que me deixa desesperada e totalmente insegura em planejar um casamento, enquanto o meu está quase acabando.
No entanto, eu estou tentando mostrar para a pessoa mais interessada nele, que o casamento está correndo bem.
Pelo menos, até agora.
As flores já foram encomendadas, a banda está contratada e a fazenda, no interior de São Paulo, onde ocorrerá a festa, já está reservada.
E, por sinal, é de um velho amigo meu, o mesmo que é o dono do Club Cast e o que me ajudou muito com o meu casamento, ou com a minha despedida de solteiro.
Rubens, o conheci na universidade enquanto cursávamos Administração na Fundação Getúlio Vargas. Ele foi um grande amigo, e também o cara mais lindo da minha turma, o estereótipo que qualquer mulher olhava e já sentia tesão imediatamente. Forte, alto, moreno bronzeado, e todo musculoso, sem deixar de falar do seu rosto perfeito e másculo, com um queixo quadrado e olhos castanhos marcantes.
Não sei por que todo moreno grandão faz sucesso, ou era apenas Rubens com sua bomba ninja de testosterona?
E, para completar, ele é rico, muito rico, só cursava Administração para cuidar de sua herança, mas enquanto ela não vinha, ele brincava com seu irmão mais novo no Club para maiores de 18 anos, no centro de São Paulo, e alguns bares espalhados pela cidade. Agora ele também é amigo da minha melhor amiga, Bia, que, por sinal, irá se casar com Miguel, que também é o melhor amigo de Rubens.
Assim, como uma família feliz, o meu colega de faculdade também será padrinho deste belo casamento. Como este mundo é pequeno.
Mais um casamento que ele ajuda a realizar, pois ele está empenhado na realização da cerimônia na sua fazenda no interior. Tomara que, pelo menos, este casamento dure.
Tudo nesta semana me recorda o meu casamento, que foi o dia mais feliz da minha vida.
Pensando bem, ele já começou diferente, meu marido era uma pessoa diferente, ousado, feliz, corajoso e aventureiro.
Conheci Pedro em Amsterdam, em um curso de "Como cultivar tulipas", não que ele estivesse fazendo o curso, era eu quem fazia, mas ele estava em um Pub no centro da cidade, no qual, no final de um dia cansativo, parei para tomar uma cerveja.
Não era difícil de notar aquele homem que aparentava estar na casa dos trinta anos, no meio do restante do bar. Ele não era um cara forte, mas dava para perceber que por trás daquela camiseta branca, havia um corpo atlético, ombros largos, bíceps redondos e firmes, o moço com a barba serrada também se destacava pela sua altura, ele era alto, diria que acima de um metro e noventa.
O bom que de onde eu estava sentada sozinha, conseguia ver perfeitamente o sorriso por trás de sua barba impecável, seus lábios possuíam um magnetismo imensurável, que quanto mais eu os admirava mais minha boca formigava por sentir aqueles lábios. O som do seu sorriso penetrava nos meus poros e fazia com que meu sexo pulsasse a cada gargalhada sensual que ele emitia. Nessa noite, olhando aquele cara conversar com seus amigos eu pude entender o quanto o sexo casual era importante na vida de uma mulher.
Porque eu o queria muito entrando no máximo de buracos que ele conseguisse no meu corpo, dava para perceber nitidamente que o cara com aquela mochila à minha frente, era apenas um forasteiro e não daria nada a mais que uma boa trepada de banheiro a qualquer mulher que estava ali.
E olha que eram muitas, de onde estava eu podia ver, todos os olhares estavam sobre o moreno despenteado que emanava feromônios. Eu era uma delas e não consegui tirar meus olhos de cada movimento seu.
E foi aí que ele me viu, e eu vi que ele era brasileiro e isso foi o suficiente para eu arriscar e sentar ao seu lado e puxar um papo bobo.
— Olá, desculpa o atrevimento, mas percebi que você é brasileiro e eu estou meio perdida por aqui.
Isso foi o bastante para ele passar a noite toda contando sobre suas férias pela Europa e terminamos essa noite não no banheiro daquele bar, mas sim, no quarto do meu hotel.
Por duas semanas, não nos desgrudamos mais, e nossa paixão mútua por Paris fez com que ele ficasse mais próximo de mim.
Pedro Henrique tinha um apetite voraz por sexo, e isso meio que prejudicou os passeios que tínhamos planejado para o fim da minha estadia pela Europa.
No último dia de nossas "férias", estava deitado nu em um hotel no centro de Paris, eu ainda estava ofegante e com a cabeça encostada no peito de Pedro, quando ele decidiu revelar de fato quem era:
— Eu sou juiz.
Continuei deitada, brincando com os dedos em seu peito, não entendi o que aquilo significava naquele momento.
— De quê? — Dei um pequeno beijo em seu tórax malhado e me sentei na cama, não me preocupando em cobrir meu corpo.
— Eu sou juiz trabalhista em um fórum da Barra Funda, em São Paulo.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 16, 2019 ⏰

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