Capítulo 5

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Aline Novais
Quinta-feira.
11:43am

Com ambas as mãos apoiada na frente da parede e o corpo apoiado na mesma tento ao máximo respirar fundo. Por incrível que pareça plantar bananeira trás quietude e a estabilidade que nos faz sentir o corpo traduzir em nosso estado emocional, nos fazendo sentir mais calma e centrada. Além de ser uma posição de estímulo de alegria e diversão.

Ouço o barulho de chaves, no instante que a porta se aberta empurro meu corpo para frente me estabilizado em pé novamente.

— O que você está fazendo? — Indentifico o tom de voz familiar da Gabrielle, ela que ficou responsável de trazer meu almoço essa  semana já que dá última vez Paolla tentou me matar, o que é uma longa história.

— Tentando morrer. — a maioria das coisas que falo a faz ou rolar os olhos ou reprimir os lábios, muitas das coisas que falo são brincadeiras mas outras carregam um pingo de verdade — O que tem pra comer hoje? — Me aproximo dela retirando a sacola de suas mãos, me apresso em abrir e vasculhar lá dentro, sinto o cheiro inconfundível de filé grelhado e antes mesmo de comer a primeira garfada estou com agua na boca.

— Trouxe algo para você beber também. — Ela se aproxima relutantemente com uma latinha de DellVale.

Acho a atitude estranha, ela nunca fez questão de me trazer nada além do que era mandado e agora me aparecia com algo para beber?

— Obrigada. — Agradeço meio desconfiada do seu jeito

— Gabrielle. — Nos às duas giramos a cabeça em direção a porta, arrumo a postura ao visualizar um rosto desconhecido.

— Oi? — Ela se vira olhando para seja quem for o cara de porte médio.

— Vai meu, pedi pra trazer a comida e vir embora. — Vejo a maneira que ele a olha, franzo as sobrancelhas intrigada enquanto divido o olhar entre ambos.

Gabrielle empurra uma mecha do cabelo atrás da orelha de maneira calma, ambos conversam pelo olhar por um decorrer de segundos antes dele dar dois minutos pra ela.

— É seu namorado?

— Na.. namorado? — Ela gagueja disfarçando com uma risada. — Claro que não, não fala merda.

— Não foi o que o olhar dele disse. — Murmuro me deliciando com o filé.

Ela apruma os ombros tentando se manter indiferente.

— Cala boca, vadia. — Ordena sem argumentos, reviro meus olhos para o xingamento mais do que comum.

Assisto ele caminhar pra fora e mais uma vez trancar a porta do barraco, retorno a comer a comida dentro da embalagem de isopor. Duas hora mais tarde estou mofando no sofá sem ter absolutamente nada para fazer, a uma hora atrás estava entediada ao extremo e fui comer o Juízo dos seguranças que descobri que estavam fazendo a guarda aqui na frente, quanto tentei fugir ontem descobri que após a porta existe uma grade, poderia abrir a porta mas a grade permaneceria fechada.

O meu maior hobby enquanto estou presa aqui dentro é me sentar na porta para pegar um vento no rosto enquanto converso sozinha com os dois vigias. 

Sinto vontade de urinar, caminho até o banheiro que a aquela altura precisava de uma água sanitária com sabão urgente, após fazer minhas necessidades me coloco de pé na frente do espelho, observo os hematomas coloridos se transformado em cores mais esverdeadas assim como as feridas em minha barriga que começavam a cicatrizar. Nunca senti tanta dor em torno dos meus trinta anos de vida, mas em momento algum permiti que ele visualizasse a dor que estava me causando. Se existe uma situação que eu não permito que me vejam é estar agindo como uma fraca.

Destino Traçado | NA AMAZONOnde as histórias ganham vida. Descobre agora