Capítulo 11

212 17 14
                                    


Vieira levantou-se da cama com calma, deixando o corpo de Magali que estava apoiado ao seu de um lado com cuidado e ao perceber o vazio da cama, ela abraçou o travesseiro dele com força. Haviam chegado por volta das duas da manhã no hotel, haviam feito amor loucamente até o fim da madrugada e com certeza ela estaria esgotada. Foi até o closet e separou uma roupa esporte para ambos, depois voltou até a cama e sentou-se ao lado dela, os fios dourados espalhados pela cama deixaram Gustavo ainda mais apaixonado por ela, era estupidamente linda.

- Magali? –Acariciou suas costas mas ela nem se mexeu. –Querida, acorde... Magali? –Ela abriu os olhos procurando aquela voz que parecia distante e esfregou os olhos. –Levante, vem, temos algo a fazer.

- Ainda não amanheceu, Vieira. –Murmurou sonolenta sentando na cama.

- Eu sei, mas vista-se, vamos fazer uma coisa.

Magali assentiu e levantou-se enrolada num lençol branco, caminhou até o banheiro e viu sua roupa ali separada sobre a pia. Fez sua higiene, vestiu-se, amarrou o cabelo num rabo de cavalo, nem se deu o trabalho de passar maquiagem, apenas calçou o tênis e caminhou até a sala onde ele estava esperando-a.

- Nem precisa levar bolsa, vamos antes que seja tarde.

Eles saíram juntos e ao sentir aquele frio típico da manhãzinha, ele a abraçou e pegou sua Ferrari onde dirigiu até um local onde o trajeto foi completamente silencioso. Assim que estacionou o carro, Magali deu um sorriso ao ver o local onde estavam, mais precisamente na Pedra do Arpoador, onde o sol nascia e se punha da maneira mais linda do mundo. Vieira segurou sua mão com firmeza e sentaram-se no local, ela estava de costas para ele com sua cabeça apoiada em seu peito, ele a abraçou com carinho e amor como se pudesse escondê-la em seu corpo. Magali sorriu ao sentir como era protegida ali, jamais havia conhecido esse sentimento por parte de algum homem, exceto seu pai. Piscou os olhos várias vezes para não perder nenhum momento daquela beleza e de repente seu sorriso se desfez ao lembrar-se que dia era aquele. Domingo. Logo suas pálpebras estavam trêmulas, mordeu os lábios segurando o choro.

- Eu quero que fique comigo. –Vieira disse acariciando seu braço desnudo e ela virou-se ficando cara a cara com ele. –Eu vou comprar um apartamento e colocá-lo em seu nome...

- Você irá me ver as poucas vezes que a sua empresa decidir que você deve vir para cá e eu ficarei esperando sentada com roupas caras até o dia que você aparecer. –Ela interrompeu.

- Nunca te tratei como prostituta, Magali.

- É exatamente isso que está fazendo agora. –Segurou o rosto dele. –Eu quero mais, eu quero muito mais do que você pode oferecer.

- Você quer mais quanto? –Franziu a testa buscando o olhar embaçado dela pelas lágrimas.

- Eu quero um vestido branco, véu e grinalda... Um conto de fadas como eu sempre sonhei. –Pausou uns segundos para chorar. –Quero filhos, meus filhos.

- Você sabe que não posso, Magali. –Negou com a cabeça.

- Também não tenho mais nada a lhe oferecer, Gustavo. Hoje é domingo e tudo acaba por aqui.

- Não quero que acabe. –Vieira lhe deu um selinho demorado.

- Eu também não quero muitas coisas. –Fechou os olhos sentindo os lábios tocando os dele. –Mas eu não sou mulher para você, entende? –Disse lembrando das palavras de Flor na noite anterior.

Ele negou com a cabeça e a abraçou fortemente. Agora os dois estavam chorando e Gustavo sentia um nó na garganta, um desespero em seu coração.

Uma Linda MulherTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon