A lei de Murphy

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Você sabe quando está completamente ferrado

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Você sabe quando está completamente ferrado.

Foi exatamente a essa constatação que cheguei, enquanto pensava, à noite, no meu quarto. Taehyung não é fácil de passar para trás, mas também não tenta bancar o espertalhão e arrancar toda uma confissão de você. Isso é importante, eu acho, respeitar o espaço. Principalmente porque, desde que nos entendemos por gente, somos melhores amigos. Eu sempre soube que ele era meu primo, então nunca teve aquele lance de se apresentar ou coisa parecida. E, como temos a mesma idade, não tivemos problemas em nos acostumar um com o outro. Mas algumas coisas... sempre serão só minhas. Ou pelo menos foi o que pensei, até Park Jimin colocar as garras na maldita meia-calça!

Meto um tapa na minha testa, apertando os lábios. Mas que merda, quais eram as chances disso acontecer? Justo o valentão. Todo mundo sabe que ele e os capangas vieram transferidos por mandar um cara para o hospital, depois de descerem a porrada nele. E eu? Não quero ser o próximo!

A esse ponto, que se dane a maldita meia — me dói pensar assim, mas é a verdade ou pelo menos deveria ser —, mas e se ele resolver implicar comigo, pegar meu dinheiro do almoço, me jogar dentro do armário, essas coisas? Isso, sim, seria um problema.

Tá, não posso me enganar, eu quero, sim, a maldita meia. Aquela droga foi cara, demorou a chegar, e eu queria experimentar a sensação. Até depilei as pernas completamente de novo, para não ficar pinicando ou doendo, sei lá. Encaro o poste metálico, suspirando.

A questão é: Taehyung me fez confessar que Jimin pegou alguma coisa que me pertence, e esse foi o maior erro da minha vida, porque agora ele acha que está em uma missão secreta para recuperar. Eu me arrependo de ter jogado tantos games de investigação com esse maldito. É por isso que ele está bem aqui, ao meu lado, tagarelando, sem dar um segundo de paz, sobre como vamos roubar a maldita meia de volta.

E isso criou mais um problema — é muito difícil ser eu —, porque primeiro: ele quer pegar escondido; segundo: se não der certo, quer denunciar o Park na diretoria; terceiro: se der certo, ele vai saber que comprei a maldita meia e me perguntar eternamente o porquê, até eu contar. E aí, acabou o espaço, o respeito, fora a surra que a gente vai levar.

— Por que você tá me encarando com ódio? — ele questiona, ingênuo.

— Porque você enlouqueceu. Como acha que eu vou pegar aquela droga de volta?

— Droga? Jungkook, você me prometeu que...

— Foi o modo de dizer. Para de pensar que eu tô metido em tráfico, seu maluco! — exclamo, me jogando de costas no colchão, esparramado, antes de voltar a me sentar.

— Sei... O ponto é: todo vilão tem seu ponto fraco, só precisamos vigiar ele até descobrir o dele. Vamos seguir o Park — Taehyung diz, e coloco meu nariz entre os dedos, exausto daquela ladainha.

— Pela milésima vez, não era nada importante, Taehyung. Nós podemos deixar pra lá, sim?

— Mas é claro... — Abro um sorriso. — Que não!

De pernas pro ar | REPOSTANDO CORRIGIDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora