Capítulo quatro

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Só para agradar um pouquinho vou deixar mais um capítulo <3

Há alguns anos...

Elena

Arthur sempre esteve presente em minha vida. Nunca ouve um momento em que o Arthur não estivesse. Crescemos juntos e, quando crianças, brincávamos o tempo todo. Eu era péssima no vídeo game e ele ganhava fácil, algumas vezes ele deixou que eu ganhasse e eu sempre soube disso, porém, ele dizia ser sorte minha. Em uma de nossas brincadeiras, Arthur foi meu cliente no salão de cabeleireiro que montei em meu quarto, minha tia Carla brigou muito comigo e minha mãe quase me matou, pois eu acabei com o cabelo dele, mas fazer o que? Ele queria um corte moicano.

Peguei birra do Arthur, quando ele começou a se achar o "todo, todo" do colégio, ele era o "popular" e para mim, ele não passava do meu primo, cheio de espinhas com quem eu compartilhava minha vida e que não trocava por amiga nenhuma. Ele vivia me perguntando se eu ainda era BV (boca virgem) e eu dizia que não, falava que já tinha beijado muitos garotos, mal sabia ele que meus lábios só conheciam o espelho. Tirava barato da minha cara por eu gostar do Justin Bieber e do One Direction. Éramos cumplices, amigos e confidentes, claro que odiei saber que ele beijava as meninas por aí, mas guardava isso a sete chaves dentro de mim e não entendia o sentimento que corroía meu peito.

Nos meus quinze anos, papai e mamãe fizeram uma festa na casa da praia, falei para a mamãe que queria um luau com meus amigos e assim foi feito. Aquele aniversário foi o melhor de todos. Vários amigos vieram e o céu estava lindo com as estrelas brilhando. Eu nunca esqueceria aquele dia, porque foi nesta noite que beijei pela primeira vez, e foi com ele. Naquela época achei estranho, o aparelho dele machucou meu lábio, foi molhado e desajeitado para mim. O ruim, foi o que senti depois disso, pois nunca mais olhei para o Arthur da mesma forma. E ele se afastou.

No ensino médio, nosso beijo parecia nunca ter acontecido. Arthur tinha a turma dele e se mantinha o máximo que podia afastado de mim. Foi um tempo onde os estudos se tornaram nossa prioridade, estudávamos muito, pois ambos já tínhamos escolhido medicina. Ele já não tinha mais espinhas, ia para academia, estava ficando alto e sua voz estava mais grossa. As meninas viviam atrás dele, até mesmo minha melhor amiga, e quando você é a "prima", acaba não sendo poupada dos comentários e dos pedidos para que eu arrumasse uma forma dela ficar com ele. Eu fugia da Pati todas as vezes que ela chegava com esse assunto, contudo, um dia eu peguei os dois se beijando e fiquei com muita raiva deles. Depois disso, comecei a ficar com os garotos que me agradavam e nesse período parecia que nos odiávamos. Mas um dia caí na saída do colégio e quebrei meu braço, ele assim que me viu no chão, correu ao meu encontro e carregou-me no colo até encontrar ajuda. Arthur segurou minha mão o tempo todo e enxugou minhas lágrimas que não paravam de escorrer diante da dor que eu sentia. Aquele dia eu vi que ele sofria por ver minha dor, estava aflito e nervoso. E o tempo todo dizia: "estou aqui com você"

Em nossa formatura, ele estava lindo, foi o orador da turma. Passei a tarde toda com a minha mãe e minha irmã para escolher o meu vestido. A única vontade que eu tinha era que ele me achasse bonita, sentia-me transparente na frente dele e queria chamar a sua atenção.

***

Chegamos à faculdade e mais seis longos anos juntos teríamos pela frente e nesse tempo voltamos a nos falar mais, já que os estudos nos obrigavam a isso. Vivíamos trocando e-mails e fazendo trabalhos em grupo. Um desses trabalhos foi feito em duplas e nós caímos juntos e marcamos em minha casa. Quando Arthur chegou a minha casa e subimos para meu quarto, ele sentou em minha cama com as pernas sobre ela e abriu meu notebook em seu colo.

— Você já fez as pesquisas? — perguntou olhando para o note a sua frente.

— Não, esperei por você — respondi.

Espera-me (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora