A Conferência de Imprensa

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Desci das escadas com pressa. Estava um pouco enrolada por não ser acostumada a usar saltos altos. Eu me sentia uma palhaça de circo. Era como se me transformasse em outra pessoa. Me sentia podre. O pior era que havia gostado do jeito que meu cabelo ficara, do jeito que minhas unhas estavam, como a roupa fazia eu me sentir confortável. Aquilo me deixava aflita, pois aquela pequena parte que havia gostado, era, naquele momento, meu pior pesadelo.

Estaria me tornando aquilo que tanto odiava? Deus, como me arrependia daquela escolha que havia feito.

— ESTÁ ABALANDO, AMIGA! Nem parece você.

Luke era bem indiscreto... E, exagerado.

— É verdade, Senhorita Aruna, você está linda! Não que antes não fosse, mas agora... Uau! — Mandy falava desajeitadamente.

O jeito que ela falou me fez rir.

O silêncio reinou na grande sala depois da fala atrapalhada de Mandy. Depois de alguns minutos, o senhor Grinde resolveu quebrar o silêncio após olhar o relógio.

— Aruna, precisamos ir agora. Estamos atrasados.

Ele estava impaciente. Odiava o jeito que ele batia o pé no chão, como se para mostrar sua impaciência pelo meu atraso incessante.

— Okay... — Dirigi-me aos funcionários — Muito obrigada, por tudo.

Foquin esboçou um sorriso e piscou de um jeito amigável para mim.

Senhor Grinde abriu a porta do salão para que saíssemos. O luxuoso carro preto, o qual já devia estar acostumada, estava em frente ao salão, ligado. Entramos dentro no veículo e fomos, finalmente, até a esperada coletiva de imprensa.

Meu coração estava á mil. Odiava ser o centro das atenções. Aquela coletiva me arrancava a calma. Milhões de coisas se passavam na minha cabeça. Como eu deveria andar, sentar, falar, que perguntas deveria responder. Meu estômago brincava comigo, ora no lugar, ora de cabeça para baixo, a cada quilômetro percorrido pelo carro.

Te acalma! Vai dar tudo certo! Respira. Aparentemente minha consciência dava um comando, o corpo respondia contrariando-a.

Não sabia quantos minutos se passavam. Mas, me surpreendi quando o carro parou.

— Chegamos. — Grinde disse com uma leve pontada de alívio em sua voz.

Olhei para a rua. Estava lotada de om vários cartazes, fazendo muito alarde. Havia também muitos policiais controlando as pessoas. Uma onda de vontade de sair dali, voltar para minha casa, invadiu meu corpo. A porta do carro abriu. Era Jarbas. Saí do carro e logo estávamos frente a um enorme prédio de concreto, cheio de ornamentos. Uma rajada de flashes me atingiu ao sair do carro. Havia o triplo de jornalistas há mais do que na frente da minha casa. Vários seguranças me rodeavam fazendo caminho para que eu passasse.

Os flashes me deixavam tonta. Minha garganta começou a arder durante a caminhada que fazia até o centro de eventos. Minhas vistas começaram a ficar turvas. Eu ia cair. Meus passos começaram a ficar mais lentos e um desespero correu em minhas veias.

O que estava acontecendo?

Estava quase na enorme porta de vidro quando minhas pernas fraquejaram, e tudo escureceu. Senti meu corpo pesar contra o ar enquanto se aproximava do chão. Eu ia cair.

Então senti algo agarrar minha cintura, impedindo que caísse. Tudo de repente ficou em câmera lenta. Me virei.

Era o Príncipe.

Ele estava de blazer cinza, uma calça social combinando, e a camisa preta meio desabotoada. Os cabelos perfeitamente penteados. Ele olhava para mim com aqueles olhos azuis piscina semi-cerrados. Ainda segurava-me contra seu peitoral musculoso.

Um Príncipe em Minha VidaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora