Fronteira | 15 ºC
Contagem regressiva: 3 diasEstamos isolados.
Passamos a manhã esperando o carro da Resistência aparecer e levar Matt e Vitor para procurar o último lugar do antídoto e eles não vieram. O diretor do hospital também não apareceu, por isso, a Anna continua conosco, era ele que a levaria embora. Ela não parece preocupada, diz que ainda tem uns dias de folga, mas precisa voltar para tomar o antídoto daqui a dois dias.
Olho para o temporal que parece ainda mais forte que ontem e não tenho dúvida que este é o motivo de eles não terem vindo. As ruas, na parte baixa da Fronteira, devem estar alagadas. Algumas estruturas desabam, árvores caem com a força do vento, pelo menos foi isso que disseram para o Nathan e Matt antes de nos trazerem para cá.
E para piorar a situação, não temos telefone aqui, este não é um abrigo preparado como os outros. Estamos completamente incomunicáveis.
Armon ligou a televisão na sala principal e, depois de alguns minutos assistindo, percebemos que nada tinha mudado. Os mesmos anúncios, as mesmas ameaças, nada do Gabe.
Encaro o mapa que eles estão montando em cima da mesa esperando que ele possa nos ajudar.
— Preciso falar com o Vitor — Matt fala depois de ter uma conversa em particular com Nathan.
— Eu vou chamá-lo — ofereço-me sem dar chance para mais ninguém fazer o mesmo, preciso andar um pouco. Ele está no andar de baixo com o Kyle, precisamos saber se os carros chegarem. Olho para o Lucas que conversa com Armon e Anna e respiro fundo. Só desvio o olhar quando sinto o peso dos olhos do Nathan em mim. Ele me encara por um segundo e então vira os olhos para onde eu estava olhando.
Depois de ontem, preciso não deixar a minha preocupação tão visível para ele. Eu não posso ser outro problema.
Pego a minha xícara de chá e caminho pelo grande corredor. Mesmo que esteja nublado, o pouco de luz que entra pelas janelas de vidro deixa o ambiente menos deprimente. Era horrível estar naqueles lugares fechados iluminados apenas por luzes artificiais.
Aperto o botão do elevador e dou mais um gole antes de ele chegar. Alguns segundos depois a porta se abre no andar debaixo.
— Está maneira — ouço o Kyle falar. Vitor está de costa para ele levantando a camiseta.
— Vitor, o Matt está chamando você — interrompo e os dois se assustam. Estavam tão distraídos que não ouviram o elevador chegar. Vitor abaixa a camiseta e posso até dizer que ele ficou um pouco corado.
— Eu estava mostrando a minha tatuagem para o Kyle — diz sem jeito.
— Tentando enganar a Emily, Vi? — Kyle fala e o Vitor apenas ri para ele.
Ele vai embora enquanto se insultam em uma estranha demonstração de carinho, eu acho.
— Veio pegar um ar ou ficar um pouco longe da Anna? — Kyle pergunta sem cerimônia.
Nós já resolvemos nossos problemas, e nunca foi o Lucas para ficar claro — respondo sentando-me em um banco.
— Eu imaginei — Kyle diz. — Mesmo assim, foi ótimo chateá-la ontem.
— Você é insuportável quando quer — digo sorrindo.
— Mas você nãoconsegue ficar longe de mim — fala.
— Não consigo ficar parada olhando para aqueles mapas. — Tiro as luvas para sentir o calor da xícara nas mãos e tomo mais um gole. — Posso te fazer uma pergunta, Kyle? — indago fazendo-o desviar os olhos da pequena fresta na porta e olhar para mim.
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A Resistência | Contra o Tempo (Livro 2)
Science FictionTrilogia COMPLETA ⚠ ATENÇÃO! Este é o segundo livro da trilogia A RESISTÊNCIA, a sinopse pode conter spoilers. Após descobrir que Emily faz parte da Resistência, o Príncipe Nathan se verá em um perigoso jogo de mentiras e conspirações que promete de...