CAPÍTULO 12

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Pablo me ajuda a carregar os livros que comprei para usar em sala e com eles nas mãos continua a falar

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Pablo me ajuda a carregar os livros que comprei para usar em sala e com eles nas mãos continua a falar.

— Não acredito que fez isso, você prometeu que eu iria com você. Tem alguma noção do perigo que correu? Poderia estar morta agora. A gente tem que ir à polícia denunciar o que ele fez.

— Não vou à polícia — respondo, ajeitando a sacola com mais um tanto de livros que estão nos meus braços.

— Você vai. Esse cara sabe onde você vive, o que te garante que ele não faça coisa pior da próxima vez. E pode tirar essa ideia idiota de achar aquele livro. Esquece! Se fizer alguma estupidez eu juro por Deus que vou chamar a sua mãe.

— Vamos parar naquele café — aviso, caminhando mais rápido para chegar à mesinha disposta na calçada.

— Está me escutando? — ele pergunta, colocando a sacola que carrega sobre a mesa.

Sento-me e ajeito os meus livros ao pé da mesa.

— Escute também. Eu não vou denunciá-lo à polícia, se eu fizer isso posso condená-lo à morte. Você não tem ideia do que Nolasco é capaz, mas eu sei.

— Você está pensando na segurança de um homem que não é nada seu em detrimento a sua. É isso? — questiona, estupefato.

Inclino a cabeça à medida que suspiro e fecho os olhos.

— Pablo, é claro que eu me preocupo com a minha segurança. Mas eu sei que ele não vai fazer nada contra mim, se quisesse já teria feito. Ele é um prisioneiro de Nolasco, como eu também poderia ter me transformado. Se não fosse por Egan, você não teria me conhecido. Eu não seria a Blanca de hoje, não teria estudado e crescido num meio totalmente diferente daquele que eu mesma um dia fui procurar. Você tem alguma noção disso?

Pablo franze os lábios e desvia o olhar de mim, antes de voltar a falar.

— Eu só acho que essa história está tomando um rumo preocupante. Você está colocando a mão num enxame, e o pior de tudo é que está fazendo isso consciente de que pode ser picada.

Ele se levanta para pedir nossas bebidas, enquanto aguardo sentada olhando para suas costas. Pablo não entende o que é viver sem perspectiva de como será o próximo dia. Mesmo que hoje nossas realidades sejam parecidas, ainda assim, ele veio de uma família com dinheiro, sempre estudou nos melhores colégios, viajou o mundo todo antes mesmo de completar vinte anos.

E se ele quiser largar essa vida de professor, pode fazer isso sem a preocupação de como será o dia seguinte. Como pode entender uma realidade tão diferente como a de Egan? Por mais que eu diga de onde vim, ainda serão só histórias que ouviu contar.

Ele volta com um chá gelado para mim e outro para si e senta-se contrariado.

— Não se preocupe tanto assim, eu juro que não estou procurando confusão. Desculpe por não ter esperado você para procurar por ele, mas a única coisa que fiz foi ficar sentada numa praça.

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