23º Capítulo

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Eu: Obrigado- agradeci quando ele deu a sua massagem por terminada

Harry: Não tens que agradecer- disse enquanto me dava um beijo na bochecha

Voltei a sentar-me no meu puff e a pôs as pernas por cima das dele enquanto fechava os olhos a apreciar o vento que batia na minha cara...

Harry: Sabes...

Eu: O quê?- perguntei abrindo um olho e olhando para ele

Harry: Tens de parar de me assustar- sorriu meigamente

Eu: Do que estás a falar?- perguntei confusa

Harry: De à pouco e da outra vez quando estavamos em casa do Justin, dos teus ataques- fez uma cara feia em relação ao assunto- Não gosto nada da sensação que me atinge quando te vejo curvada no chão, toda branca e mal se ouve a tua respiração. Ainda me lembro de quando a minha irmã tinha pequenos ataques de asma, eram horríveis mas nada comparados aos teus

Eu: Talvez seja porque os dela eram de asma e os meus não- mostrei-lhe a língua- Desculpa, a minha intenção não é assustar nem magoar ninguém, simplesmente não consigo controlar estes ataques

Harry: Sim, é. A culpa é tua- respondeu rapidamente- Se fizesses os tratamentos não te aconteceria coisas deste género e os teus pais ficariam muito mais descansados. Eu sei que tens esses argumentos todos mas para mim não são suficientes, acredita que se fosses minha filha eu iria arrastar-te para o hospital e só saias de lá depois de estares curada, mas como não és não há muito que possa fazer.

Respirei fundo e tentei acalmar-me mas não conseguia, acho que era por ter o sangue a ferver de raiva, à conta das palavras dele.

Eu: Então ainda bem que não és meu pai! Neste pais, pelo menos, ainda temos todos direito a fazer as nossas próprias escolhas, a pagar pelos nossos próprios erros... Se parassem todos de me julgar por eu não me querer tratar e se metessem por um pouco no meu lugar, não seria melhor? Achas realmente que gosto de ver os meus pais a sofrer? Achas que gosto de sentir cada músculo do meu corpo a queimar sempre que tenho um daqueles ataques? Não os tratamentos não melhoram isso porque, adivinha? Já devo ter feito umas duas ou três sessões e cada vez é pior!- respirei fundo e voltei a falar, desta vez olhando-o nos olhos- Não penses que é fácil para mim dizer-vos que não sempre que me pedem para fazer os tratamentos, não penses que o faço apenas por um capricho ou muito menos para chamar as atenções, na verdade eu apenas estou farta de viver a minha vida. Acho que ando cá só por andar e por isso prefiro morrer e não fazer com que os meus pais se sacrifiquem por mim. Lamento, se não é aquilo que querias ouvir, Harry, mas é tudo o que tenho- encolhi os ombros enquanto olhava para os meus dedos

Harry: Já fizeste algumas sessões?- Assenti- Quando?

"Eu disse-lhe aquela porra toda e ele só se preocupa em saber quando fiz as sessões de tratamento?!"

Eu: Sei lá,  quando estava no hospital e a enfermeira simpática me acabava por convencer- encolhi os ombros

Harry: Então uma enfermeira consegue convencer-te a fazer o tratamento mas eu não?- perguntou triste

Eu: Harry, não tem nada haver contigo- suspirei- É só que não sei, acho que ela simplesmente consegue convencer-me por já estar lá comigo, todos os dias, à tanto tempo, percebes? Não te consigo explicar mas não é por seres tu ou um dos rapazes que eu não faço, é apenas porque não

Harry: Então se fosse, por exemplo, o Justin a pedir-te, tu farias?

Eu: Ele tentou, mas eu não quis

Harry: Porra, Rose! O que é preciso para te convencer a fazeres a merda do tratamento?- gritou frustrado- A sério, eu faço qualquer coisa que tu queiras mas, por favor, faz esse maldito tratamento

Eu: Porque é que queres tanto isso? Não sou ninguém para ti, Harry! Porque é que te preocupas comigo se nem me conheces bem? Só nos começamos a dar bem desde.... Ontem?!

Harry: És minha amiga e eu preocupo-me contigo! Tens 15 anos, és demasiado nova para morrer, ainda por cima de uma forma tão violenta, percebes? Quero ter tempo para te mostrar o mundo, se assim o quiseres, mas preciso que estejas bem. Não posso levar-te a viajar ou em Tour se estiveres doente- disse calmamente

Voltei a olhar para ele e suspirei. Tinha tantas respostas possíveis na cabeça para ele, mas não queria continuar aquela "discussão". Ainda ontem nos começamos a dar bem e não quero que isso acabe.

Tenho de tentar perceber que ele não gosta de ver uma amiga a morrer, tal como ele tem de tentar e perceber-me a mim... Só assim é que vamos conseguir continuar amigos!

Harry: Ouve- suspirou- Percebo que estejas farta sempre do mesmo assunto, de todos estarem sempre a tentar fazer-te mudar de ideias e tudo isso, mas lembraste da música com que te ajudei ontem?- assenti- Aquela parte onde dizes "Don't let me Go", lembras-te?

Eu: O que é que tem a música, Harry?- perguntei intrigada

Harry: Basicamente, eu estive a olhar melhor para ela hoje e percebi!

Eu: Percebeste o quê?- perguntei confusa

"Por favor, que não seja aquilo que eu estou a pensar!"

Harry: Percebi a música! Por exemplo a primeira parte  falas de ficar sem respirar, de as luzes te estarem a cegar, eu acho que isso é quando tens um daqueles ataques, estou certo?- engoli em seco e assenti- Então depois vem a parte a outra parte da foto que te ajudei a escrever e de certa forma penso que tenha algo haver com uma foto que tens no quarto?! Não sei, a parte dos olhos abertos e do não deixar a pessoa em questão ir, eu interpretei como um pedido de ajuda da tua parte- voltei a engolir em seco- Depois a parte seguinte eu escrevi-a sem noção nenhuma do que estavas a tentar fazer e, felizmente não estraguei a música, mas depois voltámos à parte do pedido para não te deixar ir e estares farta de estar sozinha... Já expliquei essa parte então acho que percebeste o que queria dizer agora, diz-me, foi por isso que a escreveste? Querias que alguém a entendesse ou nunca pensaste que o fariam e apenas o interpretariam como uma simples música?

Eu: Sim, acertaste mas não, nunca pensei que fossem perceber aquilo que eu estava a querer dizer, na verdade, a letra nem era para ser conhecida por ninguém- encolhi os ombros- Era apenas um simples desabafo, percebes? Mesmo estando rodeada por pessoas, às vezes, sinto-me um pouco sozinha- suspirei

Pai: Meninos, venham comer- gritou de dentro da casa

Eu: Estamos a ir- gritei em resposta

Harry: Deixamos o assunto para depois mas, não penses que me vou esquecer!

Eu: Acho que mesmo que não o dissesses, já tinha dado para entender- brinquei um pouco

Harry: Vamos lá comer as pizzas então- disse enquanto se levantava

Eu: Ainda à pouco levaste com uma na cara, não te chegou?- mostrei-lhe a língua

Harry: Muito engraçadinha, não haja dúvida- ironizou

Eu: Sabes o que tem mais piada? É que está gravado e vou poder partilhar com o mundo todo- sorri

Hi girls :)
Desculpem a demora, como estão?
Quem quer dedicação?

Younger ➵ h.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora