Capítulo 21

1.7K 69 3
                                    

João Félix

João- Zee tenho que ir tomar os comprimidos apesar de não me estar a apetecer nada sair daqui.
Margarida- Eu vou buscar diz-me só onde estão.- Assim que ela saiu do meu colo senti logo o frio a percorrer o meu corpo.
João- Deixa lá eu vou, eu consigo. Não vens à minha casa fazer de empregada.
Margarida- Estou a fazer de médica, por isso diz-me onde estão. Se não disseres vou ficar chateada.
João- Mas tu ficas tão gira quando estas chateada... Assim acho que não vou dizer onde estão.
Margarida- João!
João- Estão logo na primeira gaveta do primeiro armário da cozinha.- Respondi rindo.
Ela foi buscar os medicamentos e esteve a por-me mais pomada no tornozelo. Estivemos a ver um filme qualquer que estava a dar na televisão. Sinceramente não prestei assim muita atenção. Só estava a dar mimos à Margarida. Ela tinha a cabeça apoiada no meu peito e rodeava o meu tronco com os braços. De vez em quando sentia os dedos dela a fazer movimentos circulares nas minhas costas e aquilo sabia mesmo muito bem.
Comecei a sentir a respiração da Margarida cada vez mais leve e percebi que ela se tinha deixado dormir. Estava tão calma... Quem a visse assim ia achar que certamente ela era uma rapariga calma, inocente e que levava uma vida super descontraída... Ela era o contrário. Estava a tornar-se numa mulher maravilhosa, e mesmo não a conhecendo assim há tanto tempo já tinha conseguido perceber isso. Era uma rapariga cheia de força de vontade, bastante independente e capaz de enfrentar todas as coisas que se atravessavam no seu caminho. É verdade que ela tinha medos, e muitos. É verdade que havia coisas no seu passado que a faziam chorar, ficar triste, e faziam com que ela deixasse, por momentos, de ter força para enfrentar tudo o que a rodeava, mas era aí que eu entrava. Neste momento era a pessoa que estava mais próxima dela. A família dela estava longe e a prima dela que vivia cá tinha as suas coisas e não estavam sempre juntas. Neste tempo tínhamo-nos tornado melhores amigos e confiávamos cegamente um no outro, por isso contávamos sempre o que nos atormentava e éramos capazes de nos ajudar mutuamente a seguir em frente. Apesar das nossas diferenças, ambos éramos dois miúdos quando deixámos a nossa terra para vir viver numa cidade desconhecida. Um sítio que não nos dizia nada... Mas tudo para realizar os nossos sonhos. Olhar para trás e ver o que já alcançámos era extraordinário.
Estava nos meus pensamentos e a fazer massagens na cabeça da Margarida quando oiço o meu telemóvel a vibrar. Isto hoje estava muito concorrido...
Chamada on
João- Oi mãe, tudo bem?
Mãe- Sim João! Estava a ligar para ver como te sentes hoje. O pai também está aqui, estás em alta voz.
João- Olá pai. Sim já estou melhor. Já tomei os comprimidos, pus pomada e por isso as dores estão a passar.
Pai- Mas vê lá! Não é por já não teres tantas dores que vais começar a esforçar-te.
Mãe- Sim João! Tu tem cuidado! Olha que é a tua saúde que está em jogo!
João- Sim... Não se preocupem está tudo controlado.
Nisto começo a sentir a Margarida a mexer-se e a virar-se para mim. Antes de abrir os olhos e enquanto se aconchegava mais a mim, já com a cara virada para o meu peito disse "João?! Desculpa, passei um bocadinho pelo sono. O filme não é lá muito bom e ontem não dormi nada de jeito...". A minha mãe, que estava a falar comigo, calou-se assim que ouviu uma rapariga. Eu comecei a tocar nos lábios da Margarida e ela abriu os olhos. Quando me viu a falar ao telemóvel abriu muitos os olhos e ficou bastante corada, "Desculpa" disse.
Mãe- João? Estás aí?- De fundo só se ouvia o meu pai a rir e já imaginava o porquê.
João- Sim mãe.- Assim que a Margarida ouviu "mãe" ficou envergonhadíssima e escondeu a cara na minha sweat como se alguém a pudesse ver.
Mãe- Pareceu-me ouvir uma voz de rapariga...
Pai- E ouviste!
Mãe- João não estás sozinho?
João- Oh mãe!
Pai- Tenham juízo! Vê lá filho!
João- Pai não inventes. Vá eu logo ligo mais tarde. Beijinhos até logo.
Mãe/ pai- Juízo!
Chamada off
Margarida- João desculpa eu não sabia que estavas a falar ao telemóvel e ainda por cima com os teus pais!- Disse mas rapidamente se voltou a encolher agarrada a mim.
João- Ei Zee olha lá para mim.- Fiz-lhe uma carícia na cabeça e agarrei-lhe o queixo para ela olhar para mim. Quando ela olhou sorri-lhe e agarrei-lhe a cara com uma mão, de forma a ter os meus dedos junto à sua orelha e a palma da mão na bochecha.- Não faz mal. O meu pai riu-se e a minha mãe perguntou se tinha mesmo ouvido uma rapariga. Não há problema, agora ficaram foi a pensar que ou já fizemos ou vamos fazer alguma coisa... Fiquei de ligar mais logo e despediram-se de mim com um "juízo".- Respondi rindo nesta última parte.
Margarida- Não te rias! Já viste o que ficaram a pensar!- Respondeu envergonhada.
João- Nós sabemos que não se passou nada e isso é que importa. Se bem que aquele teu "João" no início da conversa deixava pouco à imaginação...- Disse metendo-me com ela.
Margarida- Não digas isso!
Depois de lhe passar a timidez estivemos mais um bocadinho a conversar até eu dizer que precisava de ir tomar banho.
João- Margarida tenho que ir tomar banho.
Margarida- Então se calhar vou andando tu tens coisas para fazer.
João- Não... Fica comigo. Fica cá a dormir. Amanhã vamos os dois para o mesmo sítio.
Margarida- Mas eu não trouxe nada.
João- Isso arranja-se eu dou-te roupa minha para vestires.
Margarida- Não posso ir para a rua com as tuas calças. Já as t-shirts fazem de vestido, imagina se levasse as calças... Só se for a casa buscar as coisas para amanhã e voltar...
João- Deixo-te ir se prometeres que voltas.
Margarida- Sim Joãozinho eu prometo que volto.- Respondeu dando-me um beijo na cabeça.
João- Então vá fico à tua espera para te abrir a porta. Logo tomo banho quando chegares e agora vou ligar aos meus pais.
Margarida- Mas eu também preciso de tomar, por isso vai tomando que eu já apareço.
João- Aqui também há água por isso tomas aqui. Vá despacha-te que não quero estar sem ti.
Margarida- Tu adoras-me.- Disse-sorrindo.
João- Tu também por isso shiu.- Dei-lhe um beijo e ela saiu.
Bem agora tinha que ligar para Viseu para explicar o que aconteceu, melhor para explicar que não aconteceu...

Olá o que acharam? Foi muito complicado escrever este capítulo para hoje. Tenho imensas coisas para fazer, mas fiz um esforço e escrevi. Espero que gostem deste capítulo que foi feito com tanto esforço devido à falta de tempo. Amanhã é impossível escrever mas na quinta-feira, em princípio, estou de volta.
Continuem a votar, partilhar e comentar! É muito importante para mim!
Beijinhos e até quinta-feira <3333

Red MarksOnde as histórias ganham vida. Descobre agora