Capítulo 1 - Entre Promessas e Beijos -

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Ele se olhou no espelho e com uma das mãos jogou para trás os cabelos escuros, que iam na altura dos olhos, a fim de ter uma visão melhor de sua aparência; porém, a viu através do reflexo e lhe dirigiu o mesmo sorriso sincero de sempre.

— Boa tarde, lady Caroline, já pensava que não viria.

— Alguma vez o decepcionei quando dei minha palavra, lorde Albert?

— Nunca! E então? — questionou ele sobre a roupa.

— Magnífico, como sempre querido.
Albert acenou afirmativamente para o alfaiate, como se só aguardasse a opinião dela.

Em seguida desceu do degrau e pediu licença a elas para se trocar.
Instantes depois, ele retornou usando outro de seus inúmeros ternos e com o pacote a tiracolo.

— Obrigado por vir. E seu vestido para o baile? Quer companhia para buscá-lo?

— Sabe muito bem que Eleanor jamais o deixaria entrar em uma loja feminina, seu suborno com o senhor Roland é que é muito bom.

— Claro que sim, nenhuma palavra sobre suas vindas aqui comigo, não ousaria manchar sua reputação imaculada.

Discretamente, ela lhe deu uma cotovelada, o que rendeu uma risada dele.

— Estou falando muito sério.  Já imaginou se te descobrem no alfaiate comigo? Ou em minha casa em uma de nossas tardes de xadrez? Me veria obrigado a pedir sua mão em casamento.

Caroline achou graça no comentário.

— Que idiotice, Albert. Ninguém jamais iria nos descobrir e por certo seria absurdo que nos casássemos. Já pensou? Dois amigos como nós?

Albert ficou sério de repente.

— Poderia ser pior, não?

— Claro que poderia, nos divertiríamos juntos, mas não quero me casar com um amigo, quero amor e paixão. Por falar nisso, estou certa de que logo receberei uma proposta de casamento!

Ela nem notou que o bom humor de Albert se esvaíra completamente.

— E qual a novidade nisso? Pelo que sei, já recebeu várias e rejeitou a todas.

Ela lhe dirigiu um sorriso malicioso.

— Aí está. A proposta que espero receber logo é de Bernard Langford, o conde. É o pedido que desejo desde que debutei e o único que aceitarei.

— Pensei que ele se casaria com lady Mariane Stanford. Todos comentam sobre os dois.

Caroline fez um gesto de desdém com a mão.

— É o que ela quer que pensem. Que homem em seu juízo perfeito a pediria em casamento?

— Bom, muitos, eu creio. É muito bonita e educada, além disso vem de excelente família.

— Tolices...

Apesar do aparente desinteresse, as palavras de Albert a incomodaram. Seria possível que Bernard a trocasse por Mariane?

— E o que ele tem de especial? — Albert interrompeu seus devaneios.

— Ora, Albert. É um dos melhores partidos de toda Londres, bonito, rico e amável, sabe dançar, tem um gosto refinado e é um conde.

— Você é filha de um duque, não deveria aguardar um marquês, no mínimo?

— Não é pelo título. Acho que posso vir a gostar dele de verdade. Critiquei tanto meu irmão por escolher uma moça sem amá-la, não quero cometer o mesmo erro, pretendo me apaixonar.

O Melhor Amigo da LadyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora