O Mundo Além Dos Espelhos

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Os olhos verdes observavam atentamente os dois pequenos orifícios que adornavam a pele morena e apetitosa de seu pescoço. Essa não foi a primeira vez que eu o vi admirando a pequena arte que eu havia feito em sua pele, naquela noite de Halloween. Dois meses haviam se passado rapidamente e eu ansiava saborear aquela pele e aquele corpo novamente. Porém, infelizmente, eu não poderia ir ao mundo dos humanos, essa permissão só nos era concedida uma vez por ano e infelizmente o Halloween ainda estava longe de chegar.

Nós, os vampiros, viviamos em outra realidade e ao contrário do que pensa os humanos, não éramos sugadores insaciávies de sangue. Na verdade, nós nos alimentavamos uma única vez ao ano. Sendo assim, a menos que a presa fosse nosso parceiro, não nos era permitido nos alimentar por mais vezes. Para ser sincero, não sentia fome com frequência, mas quando provei o sangue do meu prometido, senti minhas entranhas clamando por mais. Senti-me vivo, mesmo sabendo que era impossível.

Minha fome tinha nome e era linga. Minha fome se resumia a figura esbelta e nua diante do espelho, minha necessidade se chamava Eren Jaeger. Felizmente, os vampiros possuiam o dom de observar o mundo dos mortais através dos espelhos, Eren não sabia, mas eu o via a cada momento que ele se aproximava de algum espelho fosse em sua casa ou trabalho. Isso era tudo que me confortava.

Para minha desgraça, eu só poderia consumar nossa união se ele aceitasse vir morar em Eldia comigo, o que significaria que ele deveria abrir mão de qualquer contato com o mundo dos mortais, pois vampiros transmutados não podia transpor a passagem e retornar ao seu mundo de origem. Nem mesmo durante o Halloween, ou seja essa não seria uma escolha fácil. Talvez ele nunca pudesse escolher.

-Conde Levi. - ouvi a voz de meu conselheiro trazendo meus olhos para o mundo real. A imagem de Eren admirando mais uma vez a marca que feita por mim desapareceu lentamente do espelho.

- Diga Smith. - com sorriso cortês e olhar altivo eu o observei se aproximar e llentamente sentar-se ao meu lado.

- Madame Breska quer ver o senhor. - era notório através de seus olhos que ele se incomodava em dizer tais palavras. Erwin sabia como me custava falar com esta mulher.

-Ela não sabe que eu já encontrei meu escolhido? - questionei ajeitando minuciosamente minha gravata branca.

-Senhor, embora tenha encontrado seu parceiro, ainda não o transformou em um de nós. Sendo assim, ainda é o solteiro mais cobiçado de Eldia.

- Tch... eu me recuso a receber em meus aposentos tal criatura Smith, Diga-lhe que volte a me procurar no próximo século.

Smith apenas assentiu e se retirou de meus aposentos. Eu observei sua enorme silhueta desaparecer e ouvi o suave barulho da porta a se fechar.

Felizmente a solidão  se tornou a minha única companheira mais uma vez.

- O que estará fazendo meu belo companheiro? Preciso saber sua resposta, já que naquela noite não me foi possível perguntar.

O espelho diante de mim mais uma vez mostrou a imagem do único ser que povoava minha mente. Ele vestia um pijama branco e estava calmamente deitado em sua cama. Seus belos olhos estavam ocultos por suas pálpebras. A mais bela criatura repousava calmamente e descansava no mundo dos sonhos, ao qual eu não tenho acesso.

Infelizmente, por mais que desejasse,eu não poderia transpor com segurança a barreira entre os dois mundos a menos que fosse Halloween. Porém a ideia de ter que lidar com a presunçosa Rikku Breska, me dava a força  que eu precisava para quebrar esta regra.

-É arriscado...posso enfraquecer rapidamente fora de Eldia, sem falar que precisaria de uma quantidade considerável de sangue para poder retornar com segurança a meu próprio mundo, mas por ele valerá a pena. São meses longe de meu parceiro, é mais do que posso aguentar,

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