BOYS DON'T CRY - Delicioso Inferno - (Romance Gay)

⏩ ______ NOVA AMIZADE _______⏪

(N/A: Mano, eu tô me divertindo muito com os comentários de vocês 😂😂😂 Estão indo bem. E o carinha misterioso? Já tem uma suspeita?)

Harry suspirou, já não aguentando mais ficar trancafiado naquele quarto. Pegou a bengala dobrável que Conrad havia lhe comprado. Era a primeira vez que usaria. Saiu do quarto, com a mão na parede enquanto caminhava cuidadosamente. Tanto Conrad como Sophia estavam fora de casa. Conrad resolvendo os problemas da máfia e Sophia na escola. Não tinha com quem ele conversar.

— Ora, se não é o amante do meu marido! — Andrea apareceu, pondo as mãos na cintura. Harry parou de andar, seguindo a voz da mulher, que estava atrás de si.

— Andrea, eu não...

— Não o quê? Vai negar? — Harry se calou, não sabendo ao certo o que dizer. Andrea riu, em deboche. — Escuta, ceguinho, eu não ligo, se é o que quer saber, afinal, logo mais ele vai enjoar mesmo. É sempre assim. Por mais que Conrad seja o Capo da máfia, ele se apega muito fácil com pessoas ingênuas e fracas. Na real, ele sente pena. Já que... você foi abusado por seu pai, não foi? — Harry arfou, prendendo as lágrimas ao máximo ao lembrar de seu maior pesadelo novamente. — Ah, vai chorar, garoto? Não estou falando nenhuma mentira! E minha infância não foi tão diferente da sua, nem por isso eu fico choramingando e me fazendo de coitada na frente dos outros. Você é um sonso, isso sim!

— Mas eu também não fico rebaixando os outros para me sentir melhor, como você faz. — Rebateu, seco, surpreendendo até mesmo Andrea pela forma como ele falou.

— Ora, seu... — Andrea estava pronta para dá um tapa no garoto, quando foi impedida por Pettra, que a olhava com espanto e confusão.

— Mas o que é isso, Sra. Berryann? Iria mesmo agredir um garoto que nem mesmo pode se defender? — Questionou, com o tom calmo, mas repreensor. Andrea a olhou de cima abaixo. Pettra poderia deixar alguém cego por sua beleza. Sempre foi muito vaidosa e bondosa com o próximo. O exemplo perfeito do que é ser uma princesa de verdade.

— Você não tem nada haver com isso! Por que não vai embora?! — Andrea exclamou, irritada.

— Para alguém que não cuida nem da própria filha, não pode receber o meu respeito e atenção. Então, por obséquio, Sra. Berryann, deixe o garoto em paz. Ele não te fez nada. — Disse, mesmo que não seja do seu feitio discutir. Odiava brigas e tensões dentro de um lar, e ainda mais uma mansão que no momento estava tão cheia.

Andrea perdeu a pose com o comentário da princesa, bufando, irritada.

— Não percebe o quão sonso esse cegueta é?! E ainda vive querendo tomar o meu lugar!

— Não quero pegar lugar de ninguém! — Harry exclamou, rapidamente. — Não se preocupe, Andrea, não quero nada que seja seu. — declarou e Andrea sorriu, debochada.

— Não quer? E o Conrad?

— Ele não é seu. É um casamento falso. Ele não te ama, e... para alguém ser tão fria ao ponto de não amar a própria filha, não tem a menor condição de você poder abrir a boca para dizer que ama o Conrad, porque na real, você nunca amou ninguém! — Desabafou, podendo finalmente falar tudo que estava entalado na garganta. Andrea novamente sorriu, mas sem um pingo de humor.

— Você é mesmo um sonso! Na frente do Conrad, é um coitadinho amedrontado. Mas quando ele não está, você finalmente mostra quem realmente é.

— Não finjo nada! Apenas estou cansado de ver o descaso que você faz com a Sophia, que sente a extrema falta da mãe e vive desabafando isso comigo. Sabe por quê? Porque ela não tem coragem de dizer tudo que sente para o Conrad. Acha que ele ama você, e que ficaria chateado se soubesse que a filha todos os dias chora por falta da mãe. Ela não quer que os dois briguem por causa dela. Está vendo o que essa criança está passando por causa da sua incompetência?!! Ela fala comigo, o que não tem coragem de dizer para o pai. E você nem ao menos para se esforçar um pouco e fazer o seu papel de mãe. Ainda acha que está no direito de impor algo aqui?! Você fica querendo rebaixar os outros, mas você não percebe que a única que vai sair machucada é você, e agora a Sophia. Ela ainda é muito nova para entender as coisas. E não pode entender o porquê de viver com a mãe debaixo do mesmo teto, mas não ter ela por perto. Você, Andrea... me causa repulsa. E eu entendo perfeitamente o Conrad por buscar fora, o que não tem dentro do casamento. — Declarou, com os olhos marejados, arrancando a fala das duas que estavam presentes ali.

— Eu... tinha permitido que o Conrad se aproximasse de você. Mas agora... eu vou fazer de tudo para te ver longe dele. Eu odeio você, sua aberração defeituosa!!! — Andrea gritou, empurrando Harry, que logo foi segurado por Pettra, que olhou assustada para Andrea. A mesma saiu, irritada.

— Céus, essa mulher é um monstro. — Comentou Pettra, olhando para o garoto e vendo se ele estava bem. — E você? Está tudo bem? Precisa de algo?

— Não, tudo bem... Só acho que... foi uma péssima ideia sair do quarto. — Comentou, baixinho.

— Ei... você não tem que se trancar só por causa daquela mulher. Você tem que sair, respirar um pouco de ar puro. Se ficar só trancado, vai te fazer mal. — Harry sorriu, assentindo.

— Você é muito bondosa. — Comentou, fazendo a princesa sorri com a fofura do loiro.

— Então eu deveria acreditar que você é meu irmão gêmeo? — Brincou, o que causou uma risada mútua entre os dois. — Vem, vou te levar para passear um pouco. Podemos caminhar no parque. Sempre saio este horário para trabalhos voluntários. Gostaria de ir comigo? — Questionou, prestativa, e os olhos de Harry brilharam com a ideia.

— Claro, eu adoraria! — Exclamou, sorridente. Pettra sorriu, pegando no braço de Harry e ambos saíram, mas antes, preparando marmitas e roupas que já não eram usadas, e poderiam servir para moradores de rua e na caridade. Era rotina diária da princesa Pettra, mas agora ela tinha um companheiro que tinha o mesmo pensamento de ajudar o próximo, ajudar quem precisa.

E é claro que a amizade desses dois iriam se tornar mais forte do que eles imaginam.