Do princípio à nova ordem

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A cada sete séculos o mudo místico e o mundo físico se alinhavam em um ato único, exclusivo e imprevisível. A Lua, o Sol, a Terra os Mares e o Silêncio Branco colaboram entre si para dar ao mundo e à vida um choque de equilíbrio ou ordem necessária. Um evento no qual a natureza era capaz de demonstrar todo seu poder e grandeza.

De sete em sete séculos. Tempo demais para que registros precisos fossem feitos ou que algum tipo de padrão pudesse ser encontrado. O mundo já havia sido um mundo sem vida animal, já tinha sido um mundo selvagem, o mundo também já havia sido lar de bestas e monstros, já havia voltado a ser um lar sem donos, já conheceu seres fantásticos que tinham sua força ligada algum animal, demônio ou pura luz.

Seres de todas as naturezas e formas já haviam passado por aqui e dominado o mundo como um todo. De forma geral, aqui já prevaleceram seres dominados pela Lua, seres dominado pelas Marés, seres dominados pela Terra, seres dominados pelo Sol e seres chamados Silenciosos. Sempre aquele cuja evolução pudesse colaborar mais com os planos de equilíbrio e evolução da natureza.

Há milhões de anos a natureza havia encontrado um ser cuja evolução lhes permitia não ser dominados por apenas um dos elementos místicos, mas todos como uma união de perfeito equilíbrio. Este ser foi chamado de humano e foi considerada criação mais perfeita feita da fusão do mundo místico e físico.

Complexo em sua simplicidade, o homem dominou o mundo por milhões e milhões de anos encontrado através dos séculos apenas evoluções de si mesmo. Mas até mesmo aquele ser considerado perfeito começou a se perder e causar desequilíbrio na natureza, o problema do homem no fim das contas foi que o único ser criado que continha em si ligação com todos os elementos místicos havia perdido completamente a sensibilidade e a conexão com o mundo místico.

O homem perdeu-se daquilo que o unia com a natureza e pouco a pouco, perdeu também sua humanidade. E então aconteceu mais uma vez, um dia a cada sete séculos e desta vez o da existência e dominância do homem foi colocada em prática através de um ousado plano que envolveu a união desta espécie complexa com seus irmãos com almas mais simples e humildes e talvez por isto extremamente ligados ao mundo místico.

Era chegado o tempo de uma nova espécie surgir. Ela teria características que os fariam parecer inferiores aos humanos, mas era exatamente o oposto; era a evolução. Seres com dons e capacidade de levar o humano comum à ruina.

Quando o primeiro humano nascido com capacidade transmorfa atingiu a idade de maturação, aquilo que lhe fazia um ser especial e superior foi visto como uma monstruosidade. Um menino cuja aberração genética não tinha precedentes na ciência e na medicina.

Aquele ser foi imediatamente transformado em cobaia entre estudos e experimentos científicos. Os humanos jamais superariam sua incapacidade de aceitar aquilo que desconheciam e que podia ser tão diferente e, fisicamente, tão semelhante a si próprio.

Ao genoma não humano mapeado naquele ser foi dado o nome de Shifter. Uma referência às criaturas mitológicas com capacidade de transmutar-se com uma específica espécie animal. A comprovação de um ser mitológico ou apenas o registro de uma aberração pouco importava, à curiosidade da espécie humana importava apenas que aquilo não era um ser humano normal.

No princípio Shifters eram raros e casos realmente muito isolados, sua origem ou motivo de existência foi impossível de se precisar ou mapear. Naquele início desafiador ninguém seria capaz de prever a enorme mudança que a aparição desta nova raça iria causar. A natureza é sábia e neste mundo já foi dito que apenas o mais forte prevalecerá. Em sua escolha de ignorar as influencias do que era m'místico, os seres humanos não foram capazes de determinar exatamente qual foi o evento que desencadeou a existência destes humanos bestiais cujas almas eram emaranhadas com seu "eu" animal, mas bastaram as semelhanças encontradas em dezessete experimentos em cobaias (doadas por seus familiares) para que fosse descoberto que aqueles que se chamavam de Shifters eram o genoma superior que iria, em algum momento, colocar em risco o humano comum.

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