Perfeição É Para Os Fracos

"Bônus" Mathias

 Mathias

 A parte racional de mim sempre soube que tudo isso ia resultar em uma grande merda. Eu sabia. Mas quis me arriscar, para que a Amanda ficasse melhor. Eu sei que isso é muito gay da minha parte, mas não julguem-me. Vocês também iriam querer ajudar se ela estivesse sempre ao seu lado, com aquele rosto de "está tudo bem" que não enganava nem a ela mesma. Eu sentia no ar a falta que a amizade das duas fazia em ambas as partes. E me chateava não poder ver o sorriso tão cativante da minha garota predileta.

 Eu encarei Amanda, completamente aterrorizado. O que dizer? Como explicar? Ela iria me ouvir? Na verdade, será que ela pelo menos ligava para tudo aquilo? Eu havia a agarrado (e céus, como aquilo fora bom...), mas ela ainda não havia me dito nada sobre compromisso nem sobre ficar comigo. O que, pensando bem, era ótimo para mim, já que tecnicamente eu já sou compromissado. Porém, eu devo confessar que o fato dela não admitir nada para ninguém ainda me deixa nervoso, triste e enciumado. Desde que ela começou a usar aquele tipo de roupa, os olhares desejosos para ela aumentaram... Ainda mais!

 Fui trazido de volta para a realidade quando Amanda pigarreou, se virou e... Saiu. Simples assim. Eu soltei Larissa, apavorado, e corri atrás da garota que tão carinhosamente apelidei de brigadeiro. Ela andava quase correndo, mas ainda num ritmo inferior ao meu. Eu a alcancei em pouco tempo, e a abracei por trás, a apertando forte. Tomei um cuidado extra para não apertar nenhuma parte inadequada dela, embora minhas mãos estivesse coçando de saudades daqueles seios perfeitos. Foco, Mathias, Foco.

  - Não é o que você pensa. Eu posso explicar o que viu. - falei carinhosamente em seu ouvido.

 Por favor, não me pergunte porque ela me deixa tão carinhoso. Ela simplesmente faz com que eu me sinta calmo e amado. Embora, se eu sou, ela realmente não demonstra. Porém, eu me sinto um tanto derretido perto dela. Talvez seja porque ela tem esse temperamento tão doce, que agora mostrava abertamente para todos, atraindo ainda mais pessoas para estarem ao seu lado, apesar de ainda falar completa e inescupulosamente a verdade.

  - Está tudo bem. Eu entendi agora. - ela disse.

 Como assim? Ela é tão louca quanto eu, para entender um plano tão louco quanto o que eu bolei de última hora para juntar as duas amigas? Afinal, realmente não fazia muito sentido agarrar a melhor amiga da sua namorada para que ela percebesse que ainda continua sendo a melhor amiga da sua namorada.

  - Você é um mulherengo. - ela declarou simplesmente.

 Eu podia sentir o tapa na minha cara. Juro que sentia.

  - O quê? - perguntei, a soltando de repente, irritado.

 Não é porque eu estou tecnicamente noivo e apaixonado por outra que eu sou um mulherengo, ok? Na verdade, eu estou me controlando bastante para ignorar as garotas que se jogam para cima de mim todos os dias. Estou na seca há semanas, aquelas garotas têm seios grandes, bundas empinadas, e ser acusado disso é absurdo! Eu simplesmente me irritei imensamente no mesmo momento. Mas que coisa, eu estava sofrendo de abstinência por ela!

  - Você me deu uns beijos, e então quis fazer o mesmo com a Larissa. - ela disse, ao virar para mim - Eu entendo, você é homem. - ela deu de ombros - Eu só não esperava isso dela. Acho que a Larissa que eu conhecia nunca existiu. Ou talvez eu seja cega...

 Ah, eu conhecia aquele olhar. Ultimamente, ela andava assim o tempo todo: qualquer coisa que a lembrasse da Larissa, a fazia ficar pensativa e um tanto triste. Ela viajava por minutos antes de ser acordada do seu transe por alguém. Era quase como se ela tivesse déficit de atenção. Porém, no momento, eu não estava muito preocupado com a sua infelicidade. Na verdade, cansei. Isso tem que acabar. As duas se adoram, e ficam aí, se odiando visualmente enquanto sofrem. Garotas burras. Eu segurei os braços de Amanda com força e a sacudi violentamente.