Capítulo 11 (atualizado)

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Após o nosso episódio de discussão e entendimento, Raul e eu saímos de carro para uma breve volta na cidade, que durou o restante do dia.

Enquanto Gael e Víctor faziam os últimos preparativos para a noite, nós almoçamos fora, assistimos um filme, fomos a praia e fizemos uma corrida de carros que acabou como fuga da polícia: um típico dia de pai e filha.

Assim que o sol começa a se por, voltamos para a mansão a fim de nos prepararmos para o baile de gala.

Agora já pronta e com borboletas de empolgação rondando meu estômago, me preparo mentalmente diante do espelho para descer até o térreo.

Olho com um leve sorriso de satisfação para meu vestido vermelho de alça fina que destaca meus seios e também minhas coxas com uma fenda na lateral esquerda. Como eu imaginei, esse vestido foi feito para mim.

Meus cabelos estão cobertos pela peruca loira curta até os ombros, a qual fui obrigada a usar, e ostentando uma leve maquiagem de última hora.

Mas ainda uso brincos, colar e pulseira prateada da coleção de espionagem do Gael. Coloco meu último item, sandálias prateadas, e desço para o térreo.

Assim que as portas do elevador se abrem, percebo que estão todos à minha espera. Víctor de óculos, com seu traje social azul e preto, camisa branca e gravata borboleta. Seus olhos estão com lentes azuis e os cabelos recentemente lavados.

Gael, ao lado, ostenta seu terno dourado e preto, com os primeiros botões da camisa abertos.

Raul, encostado em um dos carros, está com sua camisa de estampa militar, gravata slim e jaqueta de couro marrom. Provavelmente, o uniforme dos seguranças do presidente para aquela noite.

Todos os olhos se viram para mim, fazendo-me corar.

—E essas roupas aí? Não tinha algo mais desproporcional? — Raul pergunta sarcástico e de cara emburrada.

—Senti falta disso na minha juventude — digo com um sorriso radiante e Raul continua me olhando com desaprovação.

Os dois homens ao lado de Raul permanecem apenas me encarando. Gael com seu jeito safado e Víctor com um sorriso encantador.

—Isso porque vocês não a viram com vinte e seis anos. — Víctor comenta com os olhos intensos presos são meu, sem perceber que está falando sobre o futuro.

—Podemos ir? — pergunto envergonhada mudando de assunto rapidamente, para que não comecem a fazer perguntas.

—Ah sim, com certeza — eles respondem em coro saindo em direção ao carro.

Na limusine preta, Ellen, a garota do TI e acompanhante do Gael, nos espera.

—Boa noite Alexia — ela diz com um leve aceno.

—Boa noite Ellen, como vai você?

—Muito bem, obrigad... — ela responde se embaraçando com as palavras assim que Víctor senta ao seu lado, de frente para mim.

Apenas sorrio com sua reação; eu a entendo perfeitamente. E olha que ela não o viu com vinte e seis anos. Mas Víctor é encantador em qualquer época, devo admitir.

Raul senta-se ao meu lado e segura minha mão com um sorriso de pai orgulhoso. Gael entra logo em seguida, do outro lado da sua acompanhante, e por um momento, acho que Ellen vai explodir de vergonha.

O percurso foi constrangedor e apavorante, meus olhos percorrem todos os lugares possíveis, exceto as pessoas a minha frente. O local do baile é cercado por enormes portões prateados e seguranças a cada centímetro.

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