Prólogo

1.5K 179 69
                                    

Coração não é tão simples quantopensa,
Nele cabe o que não cabe na despensa."

(A Banda Mais Bonita da Cidade)

Prólogo

JP

― Ainda não acredito que me convenceram a fazer isso! ― Resmungo irritado querendo tirar essa gravata ridícula que minha mãe me obrigou a usar.

Hoje é a festa de formatura da minha irmã Maria Luísa, também de Lise e Gabi que além de nossas vizinhas, são melhores amigas. Achei que havia me livrado dessa festa chata, mas a minha mãe praticamente me obrigou a acompanhar Gabi que estava sem par, não gosto de ficar muito perto dessa garota, ela me deixa nervoso. Minhas mãos soam e meu coração bate forte no peito, além de não conseguir desviar os olhos dos dela. E isso definitivamente não é nada bom, se eu fizer alguma coisa errada, estarei ferrado para o resto da vida, melhor ficar longe!

― Não esquece filho. Tira uma foto bem linda de vocês para a mamãe ver. ― Claro que ela não ia perder a oportunidade de ficar ao redor de mim tirando mil fotos. Ás vezes, acho que a minha mãe pensa que ainda tenho sete anos.

― Não vou tirar foto nenhuma.

― Vai sim, moleque! E sorrindo ainda! ― Tira uma poeira invisível da minha camisa.

― Pai! ― Peço socorro a ele com o olhar.

― Deixa que eu converso com ele, Jess. ― Ainda bem que ele intervém fazendo a mamãe sair do quarto, inconformada. ― Certo, além de não querer ir para esse baile, porque está agindo assim? Achei que tinha uma queda pela Gabi.

― O quê? ― Grito e me engasgo no processo. ― É claro que não! ― Falo rápido demais e meu pai ri. Droga!

― E eu nasci ontem.

― Ela sempre foi irritante e esquisita! ― Minto e desvio o olhar dele.

― Filho, assim você me decepciona... Gabi é uma menina doce e muito inteligente, faça a noite dela ser especial. ― Segura meu ombro. ― Não seja o babaca da história. Posso contar com você? ― Não respondo nada. ― Acho bom repensar sobre essa postura.

― Ok. Prometo tentar aturá-la a noite toda sem ser grosseiro. ― Ele me dá um olhar de advertência e aperta o meu ombro saindo em direção à porta.

― Filho?

― Sim, pai. ― Tiro os olhos do celular e levanto o olhar pra ele.

― Leve isso aqui e a entregue. ― Me dá uma rosa. ― Um dia irá me agradecer... ― Fala com um ar misterioso e não entendo nada.

Assim que saio do quarto dou de cara com Juliana e André, meus irmãos mais novos, Malu já saiu tem um tempo ― preciso lembrar de ficar de olho nela, não quero nenhum marmanjo dando em cima da minha irmãzinha .

― JP você está namorando a Gabi? ― Ju, pergunta curiosa como sempre.

― Não.

― Porque não? Ela é tão legal! ― Solta uns gritinhos empolgados, não tenho tempo de respondê-la. ―Tá namorando! Tá namorando! Tá namorando! ― Ju começa a gritar e André se junta a ela. Pronto, meus irmãos fazem uma plateia perfeita.

― Que saco! ― Pego as chaves do carro do meu pai e a minha carteira. ― Fui!

― Escovou os dentes, filho? Olha Pedro, meu bebê cresceu, já é um homenzinho! ― Nem acredito que ela está realmente chorando.

Deixo todos eles falando ao mesmo tempo passando a maior vergonha e entro no carro de uma vez, mesmo assim vejo o meu pai sorrir daquele jeito presunçoso como se soubesse de algo que ninguém sabe.

Desde SempreOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz