- Pow valeu aí. Sofri um acidente recentemente e ainda não tô cem por cento, que vergonha.

Alex ia terminando de falar quando foi solto pelo outro banhista, se surpreendeu ao olhar pra trás e ver que o seu salva vidas, na verdade, não passava de Benício.

O babá deu as costas e voltou a dar de braçadas na região onde Allan carregava Julinho nas costas, quando sentiu seu pé ser preso e puxado por Alex. Tentou se desvencilhar, mas sabia que seria em vão.

- Ei, vai ficar até quando assim meu amigão? Me ignorando, deixa eu pelo menos te agradecer porra.
- Já agradeceu agora vaza, antes que se afogue de verdade.

O babá dessa vez saiu sem dar chance de uma emboscada do chefe.

Alex acabou tendo que ficar o restante da tarde fora da água. Teve que se banhar com garrafas de água mineral que custavam o olho da cara. Alugou uma cadeira de praia, fez a festa dos vendedores de biscoito de polvilho, sacolé e mate, mesmo detestando a última aquisição.

No almoço comeu junto a família uma deliciosa corvina, com aipim, batata frita, arroz e salada. Os adultos tomaram uma caipirinha, enquanto Julinho bebeu uma latinha de refrigerante.

De volta a praia viu a família se divertir após o almoço, enquanto ele admirava as belezas do Rio de Janeiro, não a paisagem e sim as belas mulheres com biquíni fio dental, algumas musculosas e siliconadas, outras naturalmente belas, com uma bunda extravagante. Em tempos atrás, mesmo na companhia de Débora e da família, sabia que aquela visão lhe geraria uma ereção dificilmente controlável. Para o Tubarão, os seios femininos lhe acendiam algo além do físico e deveriam ser catalogados como a mais bela expressão da natureza. Mas para o Alex recém nascido, tudo aquilo era normal. Não que as mulheres tivessem perdido a beleza, muito pelo contrário, estavam mais belas do que nunca, mas talvez por se permitir entender que o corpo não traduz a expressão de beleza que uma pessoa pode ter. O Alex sabia que não era através da erotização dos seios que ele obteria o real prazer e sim pelo conjunto. O antigo Alex, jamais conseguiria ver beleza num corpo masculino, já o novo homem conseguia não só ver beleza, como se excitar e até mesmo gozar por um, talvez não apenas pelo corpo, mas por tudo que aquele homem representava pra ele. Pensava isso observando Benício andando em sua direção, abaixou os óculos escuros para tentar disfarçar o seu interesse no rapaz.

Ben sentou e passou mais protetor na pele, fez isso com dificuldade nas costas, em seguida passou na frente. E deitou com os olhos fechados. Alex então passou a olhar os peitos de Benício, eram lindos, estufados, com um mamilo desenhado e um bico saliente.

- Trás mais uma caipirinha- O policial teve que pedir mais bebida para voltar a se distrair.

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Um ronco de um trovão acabou por assustar os banhistas. Julinho que ainda ria do tombo de Benício, agarrou assustado a perna do babá.

- Acho que agora podemos ir né filho?
- Relaxa dona Fatinha, escuta o que estou dizendo, não vai chover.

O policial seguiu encarando os novos movimentos de Benício, Allan e Julinho no patins. Por incrível que pareça, o pequeno estava dando um show no babá. Allan que já era macaco velho, patinava com tranquilidade no calçadão de Copacabana, enquanto Benício se derramava em cada nova tentativa.

- Chega, não tá dando certo, vão lá, vou ficar aqui sentado mesmo.
- Sabe o que é isso? Esse rabo enorme, tá prejudicando a sua gravidade- Cutucou Allan, saindo em disparada como se fosse um profissional, evitando os xingamentos do ex namorado.

Fatinha, para desespero de Alex, acabou por começar a contar para outros banhistas o dia em que os filhos ganharam os primeiros patins e como isso foi uma febre tempos atrás, reclamou que na atualidade poucos meninos e meninas largavam o celular para patinar nas ruas.

QUERIDO BABÁ (ROMANCE GAY)Where stories live. Discover now