De volta ao mundo dos vivos.

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Meninas estou deixando o capítulo 1 pois o prólogo é apenas o acidente mesmo e a história demora um pouquinho pra desenrolar por causa dos detalhes da vida da Helô e da história em si. Espero que gostem, que comentem, que acompanhem, que conversem comigo!! Obrigada desde já. <3

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- Heloísa! Heloísa! - a voz me chamava e eu tentava prestar atenção na mesma. - Volte, menina. - a voz tinha um leve tom desesperado. Assim que abri os olhos consegui ver o sorriso vitorioso do paramédico que estava ao meu lado. - Bem-vinda de volta.

- Obrigada. - minha voz não soou tão firme quanto queria, estava fraca e não era só a voz, eu estava fraca por inteiro.

Observei o lugar, estava em uma ambulância e ainda estava na estrada, pude ver pelas duas portas traseiras da ambulância que estavam abertas e a escuridão da noite ainda permanecia. Sentei-me na maca em que estava, meu corpo tombou levemente para o lado esquerdo, involuntariamente.

- Oh, Deus! - pensei alto.

- Você bateu a cabeça forte, sentirá muita tontura. - o paramédico avisou, me segurando pelo braço para não tombar mais.

- Tudo bem, isso é o de menos. - falei, e realmente era. - Onde estão os meus pais? Como estão?

- Conseguiram tirar a moça do carro, já o rapaz esta bem mais complicado porque o caminhão pegou a parte da frente inteira. As pernas de ambos devem estar esmagadas e por consequência presas, então se sobreviverem vai ser um milagre. - ele comentou com naturalidade, olhei pasma para ele, sentindo as pontas dos meus dedos formigarem. Como ele podia falar isso pra mim? Questionei-me. Depois de segundos em silêncio apenas fitando os olhos castanhos dele com uma indignação, ele conseguiu percebeu o que tinha falado. - É o que eu acho, pode ser que não tenha acontecido nada disso! Afinal eu achar e Deus achar, são coisas diferentes, não são? É ele quem manda, não eu. Sou apenas um paramédico. E, são hipóteses, e hipóteses podem ser mudadas. - ele tentou corrigir o que tinha dito.
Achei engraçado o jeito embolado dele se explicar e tentar me acalmar, me divertiu um pouco, mas infelizmente o divertimento momentâneo foi embora porque eu sabia que era verdade o que ele tinha falado. Se sobreviverem seria um milagre.

- Carter, precisamos da sua ajuda aqui. - um rapaz perto do carro gritou e o Carter que estava comigo saiu em direção.

Ainda sentada na maca pude ver o corpo da minha mãe sendo levada a outra ambulância, já o de meu pai estava sendo retirado. Eles haviam conseguido, mas eu não vi nenhum dos dois mostrarem sinal de vida desde quando estava dentro do carro. Esforcei-me para tentar sair da maca, mas fui impedida pela dor insuportável em minha perna que arranco um grito meu. Eu tinha quebrado a perna, a cena do meu osso tíbia para fora da perna e sangue escorrendo pela mesma que foi vivida dentro do carro passou ligeiramente pela minha mente.
Eu quero vê-los. Pensei comigo mesma encarando minha perna tentando ignorar a dor.

- Ei! Alguém!? - gritei e logo uma moça veio para perto de mim. - Meus pais, aquele casal sendo retirado do carro. Eles estão m.. - e minha voz travou bem aí, não consegui pronunciar a palavra, simplesmente era demais para mim. Involuntariamente meus olhos encheram de lágrimas só de pensar nessa hipótese, mas são apenas hipóteses, não são? Pelo menos eram. Como o tal de Carter tinha falado.

- Eu sinto muito. - ela disse depois de acenar com a cabeça positivamente.

Foi nesse momento que o meu mundo desmoronou junto com as lágrimas em meu rosto.

- Não.. não. - eu sussurrava enquanto chorava. - Você está mentindo para mim! - gritei para a moça que se assustou e saiu de lá rapidamente.

Ignorando a dor arrastei a minha perna quebrada para fora da maca, ergui meu corpo amparando-me na maca e na parede, pulei em uma perna só até chegar perto das portas abertas, me sentei ali desajeitadamente e desci da ambulância. Pulei em uma perna novamente até o capo do carro da polícia que tinha ali perto, minha mão escorregou no capo úmido causado pela chuva e acabei caindo no chão em cima da perna fraturada, mas a dor que sentia antes já não existia mais, e hoje sei que é culpa de todo esse meu comportamento é da adrenalina, eu realmente não sabia que ela era capaz de tudo isso. Na verdade pensava que ela não passava dos impulsos nervosos que o nosso Sistema Nervoso emitia e em pouca quantidade. A quantidade de adrenalina que tinha em meu corpo era bem maior do que eu lia nos cadernos de Biologia e por consequência disso eu não sabia o que estava fazendo direito, pra ser sincera, eu só me lembro do meu objetivo: chegar aos meus pais.

Os olhos azuis. (Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora