[ MAYA ]
Eu ainda não tinha uma imagem formada sobre Erik Callow. Uma hora ele me lembrava um adolescente cheio de espinhas, em outra, um adulto de 23 anos sexy e com um corpo maravilhoso.
— Demorei? — a voz de Aden afastou meus pensamentos.
Aden Joplin era meu namorado há um quase dois anos. E pra falar a verdade, foram anos bastante conturbados, mas acabou que ele conseguiu conquistar a permissão do meu irmão.
— Uma eternidade... — murmurei, enquanto sentia o cheiro de lavanderia da sua camiseta fina.
Ele puxou meu rosto e tascou beijinhos em todos os cantos. Arthur apareceu na cozinha, — todo desarrumado — e abraçou Aden pelas costas.
Acabei cruzando o olhar com Erik, que observava a cena de longe, meio desenturmado. Tentando entender o que estava acontecendo.
— Preciso te apresentar o meu irmão... — Arthur puxou Aden.
Erik soltou um sorriso meio amarelo pra ele, mas ficou ouvindo Arthur falar. Resolvi sair da cozinha, precisava pensar um pouco. Mas acabei me jogando no sofá, e ficando por lá alguns minutos.
Erik Callow tinha crescido, mais que o normal. O vizinho chato que sempre me fazia chorar não parecia tão chato assim de perto. Parecia mais... Maduro.
Era errado achar ele gato demais? Talvez eu devesse escrever +1 segredo proibido.
— May, você já quebrou o segredo proibido número 1... — a voz de Reeli me fez dar um pulo do sofá.
— Do que você está falando?
Ela parou de frente pra mim e começou a passar as mãos no meu cabelo, como se eu fosse uma criança.
— Não flertar.
Revirei os olhos e levantei do sofá, me afastando um pouco dela.
— Não estava flertando com o Erik! — esbravejei.
Ela soltou uma risada.
— Viu? Eu nem precisei falar o nome pra você confirmar.
No ano passado, quando todos os meu problemas deram uma pausa. Estabilizei regras/segredos proibidos que eu jamais poderia descumprir, coisas que apenas eu e Reeli sabíamos.
Caso algum desses 12 segredos fossem quebrados, todo o meu esforço pra ser a garota perfeita da UBS teria sido em vão.
— Vou chamar o pessoal, é hora da parte mais legal da festa!! — Reeli exclamou, me deixando sozinha.
[...]
— Transar no primeiro encontro, passa ou bebe? — meu irmão fez a primeira pergunta.
— Que clichê... — Reeli protestou — Claro que bebo.
A garrafa passou pra Lissa e Ravina, que também beberam. Quando chegou a minha vez, Arthur estreitou os olhos, desconfiado com a minha resposta, mas acabei passando a garrafa.
— Mulher que se valoriza, não transa no primeiro encontro... — Code comentou, referindo-se a eu ser a única da roda que passou a garrafa, ou seja, nunca transei no primeiro encontro.
Um comentário ridículo, pra falar a verdade.
Vivemos em uma sociedade machista, na qual quem dita o poder nas relações é o homem. E faz parte disso tudo, tratar a mulher como objeto, cujo a percepção está ligada muito mais a do outro, do que quem ela é.
— É o contrário. — falei.
Code fez uma careta.
Que desprezo que eu tinha dele.
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Os 12 segredos proibidos
RomanceAntes de ir pra universidade e se tornar a garota perfeita que seus pais sempre sonharam, Maya escreveu 12 segredos proibidos. Coisas que não poderia quebrar em hipótese alguma. Porém, tudo fica mais difícil quando Erik Callow - seu inimigo de infân...