Capítulo DOIS- Maya

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[ MAYA ]

Eu ainda não tinha uma imagem formada sobre Erik Callow. Uma hora ele me lembrava um adolescente cheio de espinhas, em outra, um adulto de 23 anos sexy e com um corpo maravilhoso.

— Demorei? — a voz de Aden afastou meus pensamentos.

Aden Joplin era meu namorado há um quase dois anos. E pra falar a verdade, foram anos bastante conturbados, mas acabou que ele conseguiu conquistar a permissão do meu irmão.

— Uma eternidade... — murmurei, enquanto sentia o cheiro de lavanderia da sua camiseta fina.

Ele puxou meu rosto e tascou beijinhos em todos os cantos. Arthur apareceu na cozinha, — todo desarrumado — e abraçou Aden pelas costas.

Acabei cruzando o olhar com Erik, que observava a cena de longe, meio desenturmado. Tentando entender o que estava acontecendo.

— Preciso te apresentar o meu irmão... — Arthur puxou Aden.

Erik soltou um sorriso meio amarelo pra ele, mas ficou ouvindo Arthur falar. Resolvi sair da cozinha, precisava pensar um pouco. Mas acabei me jogando no sofá, e ficando por lá alguns minutos.

Erik Callow tinha crescido, mais que o normal. O vizinho chato que sempre me fazia chorar não parecia tão chato assim de perto. Parecia mais... Maduro.

Era errado achar ele gato demais? Talvez eu devesse escrever +1 segredo proibido.

— May, você já quebrou o segredo proibido número 1... — a voz de Reeli me fez dar um pulo do sofá.

— Do que você está falando?

Ela parou de frente pra mim e começou a passar as mãos no meu cabelo, como se eu fosse uma criança.

Não flertar.

Revirei os olhos e levantei do sofá, me afastando um pouco dela.

— Não estava flertando com o Erik! — esbravejei.

Ela soltou uma risada.

— Viu? Eu nem precisei falar o nome pra você confirmar.

No ano passado, quando todos os meu problemas deram uma pausa. Estabilizei regras/segredos proibidos que eu jamais poderia descumprir, coisas que apenas eu e Reeli sabíamos.

Caso algum desses 12 segredos fossem quebrados, todo o meu esforço pra ser a garota perfeita da UBS teria sido em vão.

— Vou chamar o pessoal, é hora da parte mais legal da festa!! — Reeli exclamou, me deixando sozinha.

[...]

— Transar no primeiro encontro, passa ou bebe? — meu irmão fez a primeira pergunta.

— Que clichê... — Reeli protestou — Claro que bebo.

A garrafa passou pra Lissa e Ravina, que também beberam. Quando chegou a minha vez, Arthur estreitou os olhos, desconfiado com a minha resposta, mas acabei passando a garrafa.

— Mulher que se valoriza, não transa no primeiro encontro... — Code comentou, referindo-se a eu ser a única da roda que passou a garrafa, ou seja, nunca transei no primeiro encontro.

Um comentário ridículo, pra falar a verdade.

Vivemos em uma sociedade machista, na qual quem dita o poder nas relações é o homem. E faz parte disso tudo, tratar a mulher como objeto, cujo a percepção está ligada muito mais a do outro, do que quem ela é.

— É o contrário. — falei.

Code fez uma careta.

Que desprezo que eu tinha dele.

Os 12 segredos proibidos Onde as histórias ganham vida. Descobre agora