No ponto mais alto da cidade de Sighisoara, situada na Romênia, o termômetro marcava os 9°C e era apenas o início da manhã.
Este é o meu dia final de estadia na cidade, e por ter apenas poucas horas para visitar pela última vez os incríveis lugares turísticos que aqui residem, decido levantar consideravelmente cedo para aproveitar cada minuto dos meus restantes momentos aqui. Confesso, não foi uma tão bela ideia já que meu corpo adora me ferrar nas ocasiões menos convenientes, pois este já era o meu provável oitavo ou nono espirro em menos de dois minutos e meu nariz já estava igualmente assemelhado a cor de um morango fresco ou, se preferir, dos meus cabelos tingidos recentemente.
O fato é que meu sistema imunológico nunca fora bom para friagens. É tão sensível que por qualquer coisinha eu pego um resfriado forte o suficiente para durar uma semana inteira. Até mais. Sendo assim, definitivamente, tempos frios não são os meus favoritos. Mas ao decidir vir para a Romênia, eu deveria ter me preparado para ocasiões como essa com antecedência. Minha condenação é merecida.
Agora deixemos de lado o importuno, algo melhor está para acontecer.
Neste exato momento, eu estou a caminho de um dos lugares mais bem comentados e bonitos da cidade. A Igreja da Colina. Por ser a que eu mais tinha curiosidade de conhecer, a deixei por último para finalizar minha visita aqui com chave de ouro.
Nas ruas, poucos carros circulavam e também não haviam tantas pessoas espalhadas por ainda ser muito cedo para a maioria, isso deixou meu percurso até lá bem mais tranquilo. Algo bom, para variar.
Quando finalmente cheguei, primeiro passei por escadas íngremes (também atrações do lugar) e subi os 175 graus de madeira para chegar até o topo. Uma vez em cima, já era possível ter uma bela visão da cidade de Sighisoara. Além da vista de tirar o fôlego, a estrutura medieval tinha uma forma que eu considerei espetacular, fazendo a igreja dar jus ao reconhecimento que possuía.
Mas, para mim, quando pude vislumbrar uma boa imagem da cidade através com uma visão mais ampla, acabei por ver também um antigo cemitério alemão ao lado da igreja que, por algum motivo, me chamou mais a atenção do que a igreja em si. Talvez porque eu realmente acho lugares desse tipo muito mais atraentes.
Obviamente, segui para o cemitério, completo e totalmente guiado pela minha curiosidade. Quando entrei, ele estava completamente vago. Pelo visto, não era um dia agradável para prestar continência aos mortos. Aqui é um memorial de vítimas da Primeira Guerra Mundial, como dito na placa no início do cemitério. Não haviam mais do que 30 sepulturas dispostas simetricamente. Cada uma pertencente à um soldado. Acho que consigo entender porquê não há pessoas aqui.
Penteei meus cabelos avermelhados para trás com os dedos calmamente antes de prosseguir. O cemitério em si não parecia ter nada de muito interessante a princípio. Imaginei ter sido enganado por mim mesmo, porém, depois de andar um pouco mais usando o celular para tirar algumas fotos de recordação e me dispondo a ler os nomes dos falecidos serventes do país, um dos túmulos me deixou curioso, pois ali não residia apenas um soldado, e sim dois.
— Park Jimin e Jeon Jungkook. — me agachei sem que meus joelhos tocassem o chão para ler os nomes gravados na lápide e apertei os olhos, ainda muito curioso. — Por que há duas pessoas no mesmo túmulo? — questionei sozinho, aos ventos. Fitei o meu redor. Falta de espaço? Não. Seria idiotice.
Voltei a encarar a pedra de mármore do túmulo e outra coisa ali também não batia. Os anos datados da morte de cada um eram diferentes.
Estava escrito que Jimin havia morrido em 1916 e Jungkook em 1917. Então porque enterrar dois corpos datados com o óbito de um ano de diferença na mesma cova?
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Conte Minha História • jjk + pjm
Historical Fiction[CONCLUÍDO] Em uma de suas viagens, Kim Taehyung acaba descobrindo um túmulo interessante, onde residiria um dos soldados vítimas da Primeira Guerra Mundial. No entanto, para sua surpresa, aparentava-se que naquela cova não descansava apenas um, mas...