15 장 - 꽃, 비디오 게임 및 카이수

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— Está dizendo que estou viciado nos meus amigos?

— Não. Isso foi só um exemplo. Estou dizendo que não está tirando proveito de tudo que você mesmo pode lhe dar, então acaba buscando isso em outras pessoas e na bebida.

— Eu faço tudo o que preciso.

— Faz mesmo?

O doutor se arrumou na poltrona e prosseguiu.

— Olhe para si mesmo. Para o Sehun de agora e o Sehun de antes. São pessoas diferentes, certo?

— Claro.

— Qual deles é o mais feliz?

Sehun engoliu em seco e abaixou a cabeça. Era difícil admitir.

— O de antes — disse quase num sussurro.

— Tudo bem. Agora olhe para o Sehun de antigamente. O que ele tinha de especial? O que ele fazia que você não faz mais? Quem ele era e quem você se tornou?

— Preciso responder?

— Só quero que reflita sobre isso.

— Hm.

O doutor olhou para seu relógio de pulso e se levantou.

— Sehun, infelizmente nosso tempo acabou.

Sehun também se levantou. Os dois se cumprimentaram, mas antes do garoto sair da sala, o doutor disse:

— Tenho uma lição de casa para você.

Já próximo da porta, Sehun o olhou, esperando que continuasse.

— Quero que tente resgatar o antigo Sehun de dentro de você. Existem várias formas de fazer isso: você pode comer coisas que ele comia, beber o que ele bebia, fazer coisas que ele fazia, deixar de fazer coisas que ele não fazia. Você decide. Apenas tente. Você tem a semana toda para isso. E apareça lá em casa. Minha mulher e meu filho vão adorar te receber.

— Uhum — disse, forçando um sorriso.

— Então até semana que vem.

Saindo da sala, Sehun passou direto pela recepção e foi em direção ao elevador. Sozinho, começou a mergulhar em sua cabeça. Era super estranho. Se olhava no espelho e não se via. Havia mudado tanto, e nem era na aparência.

Enquanto ia para o ponto de ônibus, não sentia que estava caminhando, mas sim flutuando. Não estava ali.

Durante todo o trajeto, olhava pela janela, mas não via nada. Nada além de seus próprios pensamentos, da distância de seus dois "eus".

Chegando em casa, ainda em nuvens, olhou da calçada para a fachada da casa. O Sehun do passado nunca deixaria aquilo ter acontecido. Aquelas plantas secas, mortas, cheias de mato. Um verdadeiro jardim abandonado.

Abriu o pequeno portão de madeira e caminhou lentamente até aquelas plantas cadavéricas. Se agachou em frente a elas e repousou seu queixo sobre os braços, que estavam cruzados sobre os joelhos.

Respirou fundo e tomou coragem.

Levou sua mão até uma das flores. Uma rosa. Flor favorita de sua mãe. A tirou do caule e se sentou no chão, acariciando aquele ser já morto.

E assim como sua mãe, aquela rosa se despedaçou em seus braços, e junto a ela, seu coração.

— Você é um monstro, Sehun. Você é um monstro! Você não merece chorar por ela. Não merece!

Mas suas palavras não cessaram suas lágrimas.

Com as mãos obre os olhos, Sehun se deitou sobre a grama e rolou de um lado para o outro. Depois, pôs seus braços ao lado do corpo e ficou olhando para o céu, estático, apenas sentindo as lágrimas continuarem a cair.

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