Lutherapy

15 장 - 꽃, 비디오 게임 및 카이수

O sentimento de ficar à toa, sentado numa cadeira, é uma das piores coisas. Olhar para aquele teto branco. O ventilador dando voltas e voltas. As plantas decorativas agitadas com o vento.

Parece que nem música resolvia mais.

Péssima ideia ir ao consultório sozinho. Mas perturbar alguém em pela sexta feira depois de uma noite daquelas não era a melhor coisa a se fazer. Não após vomitar no carro de Suho e, além de sujar todo estofado, sujar Kyungsoo, com quem havia acabado de fazer as pazes. Ir devagar não ajudou em nada.

Olhou para a mesa da recepção. Kim parecia ocupada. Estava olhando a agenda. Provavelmente marcando alguma consulta.

Cansado de esperar, Sehun desceu até a entrada do prédio, se sentou sob a sombra da marquise e começou a observar a rua.

O tempo estava abafado e seco. Era verão e não chovia a semanas. Talvez devesse ter ido de bermuda e sandálias. Talvez não devesse ter tomado banho tão cedo.

Seu cérebro estava fritando.

A única coisa em que conseguia pensar era sua casa. Pra que saiu? Estava tão bom ficar em sua varanda, de óculos escuros e bermudão, olhando para o nada. Era assim que gostava de chamar os vizinhos. Nada.

Olhava as fotos da noite anterior. Não estava tão ruim. Quase não se notava que estava perdidamente bêbado.

No Instagram, Chanyeol e Baekhyun postaram fotos deles, as quais cada uma completava um pedaço da outra, como um quebra-cabeça. O pior era que eram as mesmas fotos em ambos os feeds. Coisa do Baekhyun, com certeza.

As legendas das fotos também se completavam, mas eram textos diferentes. Pelo menos isso.

Estava feliz pelos três anos dos amigos, mas não por essa babação de ovo que tinham um pelo outro.

Comentou um simples "parabéns" na última foto dos dois feeds e aproveitou para começar a seguir os perfis de Lay, Chen e Luhan.

Não conseguia lembrar o motivo pelo qual chamara Lay de babaca antes. Ele parecia tão legal agora.

Mas por fim percebeu que não era nada. Lay não era aquele nojo de pessoa que falavam. Apenas um homem de poucas palavras. Não metido, apenas reservado.

Riu de si mesmo ao perceber o quanto era trouxa por sempre confiar em quem não devia e desconfiar de quem também não devia.

Talvez devesse mandar uma mensagem agradecendo por ontem. Para ele e para Luhan também.
De qualquer modo, faria isso mais tarde, pois seu celular anunciou uma chamada. Ao atender, foi informado por Kim que a consulta anterior havia acabado.

Subiu pelo elevador e respondeu ao "boa tarde" que um outro paciente, que acabara de chegar, lhe dissera.

Entrou na sala e o doutor o mandou ficar à vontade. Se sentou no sofá, de frente à poltrona, e aguardou que ele lesse sua ficha, na qual parecia não ter muita coisa escrito.

— Boa tarde, Sehun.

Sehun apenas sorriu, sem mostrar os dentes.

— Fazem quantos dias desde que nos vimos pela última vez?

— Três ou quatro.

— Certo. Soube que veio sozinho hoje.

— Sim.

— Por quê?

— Não é nada. Só imaginei que todo mundo estivesse cansado demais hoje.

— Certeza que é só isso?