Fetiche 6. Sorrisos

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6. Sorrisos;
Cada pessoa sorri e ri de um jeito diferente, e eu acho isso lindo. Gosto quando os olhos se fecham, ou quando um curvar de lábios é tão preguiçosos quanto o sol da manhã.
Edição 2015/12/16: pessoalmente adoro quando os sorrisos vem acompanhados de piercings, parece que fica ainda mais atraente – como se fosse possível.

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Já havia quase uma semana que Hyunjin não via Yongbok.

Desde aquele dia na casa do mais velho quando ele pensou que as coisas estavam resolvidas e que talvez agora eles pudessem transar de verdade, o Lee praticamente sumia do mapa.

Sendo um pouco menos dramático, o mais novo ainda respondia às mensagens do mais velho bem de vez em quando, não se trombavam na faculdade e, quando o faziam, tinham que correr para as próximas aulas. Felix também dizia que não podia sair, sempre dando a desculpa de que estava trabalhando e que não seria daquela vez.

Não é como se fossem namorados nem nada, mas depois de experimentar o que seriam as preliminares de uma transa com o australiano, não queria mais se segurar, ficar só na imaginação. Queria te-lo entre os braços, apertar sua bunda entre os dedos, beija-lo e bate-lo, machuca-lo e depois cuidar dele por quanto tempo fosse necessário.

   Se sentia meio mal por pensar em machucar a pessoa que está gostando, mas o que podia fazer? Era quem era, um sadista.

   Mas também não faria nada que o mais novo não quisesse. Nunca. Não queria ser o motivo do medo e do olhar de pavor de alguém.

   Como não tinha muitos amigos em seu prédio da faculdade, tinha muito tempo para pensar nas merdas que não queria e nem deveria fazer, dentre elas, correr atrás do australiano numa necessidade louca de te-lo perto.

   O objetivo, à princípio, era não deixar ninguém, absolutamente ninguém, saber o que havia conhecido naquela semana. Ninguém podia ter a mínima das ideias de que Hyunjin, como alguns boatos diziam, era um garoto bonito que visa fazer sexo fetichista com seus pares românticos, e mesmo que Felix já fosse considerado "uma piranha", pode-se assim dizer, dentro do campus, o fato de que havia quase transado com um garoto que estava lhe ajudando não o ajudaria tanto.

   Yongbok é sim, popular, mas sua popularidade vinha com essa maldição: estava sujeito a ser chamado de putinha por qualquer um que decidisse não pegar. E, infelizmente, ele se importava mais do que deveria.

   Os únicos que sabiam além dos dois eram, pelo lado de Hyunjin: Tzuyu, sua melhor amiga que nem mesmo mora no país e, pelo lado de Yongbok: Yedam e Eric, seus melhores amigos e estepes das horas de necessidade.

Então, na sexta-feira que completou uma semana desde o incidente na casa do Hwang, lá estava o mais velho, pintando.

Sentiu saudade das mãos do australiano dedilhando o ukulele, da galáxia de sardas em suas bochechas – e da de tinta em sua clavícula –, dos olhos de hazel e dos comentários de duplo sentido. Sentiu a falta da voz rouca que acompanhava seus pensamentos quando queria dormir, e de como sua pele era macia. Sentiu falta das tatuagens, do corpo, da mente, sentiu falta de tudo.

   Mais ainda, sentiu falta de seu sorriso e dos piercings que o acompanhavam. A genuinidade da sua risada alta de quando gostava de algo que Hyunjin falava, dos lábios esticando sempre que o cachorrinho se aproximava de si, dos olhos que se apertavam, ah, era como o nascer do sol.

   Seu interfone tocou na cozinha e Kkami começou a latir, pulando de um lado pro outro e correndo, arranhando a porta dos ateliê do dono. Hyunjin estranhou a visita inesperada, mas parou de pintar e foi até o cômodo citado, atendendo a ligação de voz e perguntando quem era.

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