chapter nine [orange]

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   Ashton aos poucos foi se acalmando porém estava ensopado de lágrimas. Nunca pensei ver o rapaz em uma versão tão sensível de si próprio. Ele parece ter a personalidade bem confusa. Até eu fico confusa numa situação dessas.

— Ashton, você deveria ir tomar um banho.
— Estou defendo?
— NÃO! — digo e percebo o tom de voz usado — Só falei porque é bom para relaxar.
— Podia me mostrar onde é o banheiro? Eu não explorei seu lar, se é o que pensou. Também não cheiro calcinhas. — penso em rir mas ele estava sério demais.
— Tudo bem. — conduzo o rapaz até o local e ele tira a blusa na minha frente. Viro o olhar imediatamente e então encaro seus olhos num acidente. — Uma toalha nova pra você usar quando terminar.
— O que é? Vai querer me ver pelado mesmo?
— Pensei que assim como eu você tomava banho de roupa. — digo saindo depressa com as bochechas quentes.
— Ah, por favor... gostaria que não comentasse dessa história mais comigo.
— Pode deixar. —  falo e fecho a porta.

   Quando ele termina, aparece de toalha enrolada abaixo da barriga. Ele estava com o rosto tímido e abaixado. Ah, droga! Ele não deve ter roupa limpa pra vestir. Ah, porcaria! Claro que ele não tem, burra! Há uma solução idiota mas tenho medo do que possa vir a ser. Vou ter que fazer isso.

— Olha, vista isto. — entrego uma cesta de roupa do Ryan. Ele deixa umas peças aqui quando Melanie, ele e eu fazíamos nosso cineminha à noite. Coisa de melhores amigos malucos.
— É do seu namorado? — ele pergunta e fico em choque. Não sei o que falar.
— É do Ryan.
— Pois bem, o seu namorado. — ele joga uma mechinha molhada do cabelo pro lado e evita olhar para mim enquanto balança seus pés.
— Acho que não precisamos falar sobre isso.
— Se eu soubesse que você tinha um namorado, nunca teria te beijado. Você deveria ter me dito!
— Você iria saber que eu não queria aquele beijo, inclusive! — acabo deixando escapar. Ops, falta de ar mas agora continue! — Você tira suas próprias conclusões e acha que está tudo bem.
— Mas você não me impediu. Eu fui devagar. Se você não quisesse teria me afastado. Mas você correspondeu! Não pense que eu obrigo garotas a fazer coisas que elas não querem, Hailey. Eu fiz o que nós queríamos! Mas eu me sinto mal agora. Na real nem sei o que estou fazendo aqui, na casa de uma estranha, contando minha vida, tomando banho, usando da toalha que ela nunca usou, até sentindo a mesma vontade idiota! Ah, vai se ferrar, Ashton! Você é idiota! — ele grita para si próprio e começa a enrolar a mecha de cabelo nos dedos, ameaçando puxar.
— NÃO! — grito — Você não é idiota. Olha quanta coisa você viveu e fez. Agora escolhe uma roupa aí e vista. — vou para a sala esperar até que ele aparece com uma blusa preta simples e uma calça preta também. Ryan é bem alto, então foi uma sorte lhe cair razoavelmente bem, apesar de lhe apertar as coxas, já que Ryan tem as pernas mais finas.
— Já me arrependi. Vou vestir minhas roupas sujas e voltar para aquele lugar. — ele diz.
— Fica aqui comigo. — digo baixinho pensando que ele não escutou mas no mesmo instante ele aperta os punhos e morde os lábios. — Acho que precisamos da companhia um do outro por enquanto.
— Eu sou insuficiente pra ser companhia.
— Eu sou companhia de menos pra ser suficiente. Fica. — enrugo a testa.
— Você é a primeira pessoa que me pede algo assim em anos. Por que quer fazer isso comigo? Não precisa ter pena de mim.
   Fico sem expressão. É muita informação para um minuto apenas. Não tenho ideia do motivo de pedir para esse rapaz estranho permanecer no meu lar. Sei apenas que preciso que permaneça. E eu nunca soube disso até agora.

— Eu preciso pensar em alguma coisa pra te tirar de lá pra sempre. — digo.
— Todas as vezes que fugi eles me acharam.
— Talvez você não saiba se esconder direito.
— Eu sei lugares que nós podemos nos esconder mas dificilmente um pra me estabelecer. Então dou minhas escapadas pra aproveitar uma liberdade momentânea.
— O único lugar que a liberdade existe é no pensamento.
— O que sua liberdade te diz, Hailey? — Ashton pergunta se aproximando.
— Se eu contasse deixava de ser liberdade.
— Por quê?
— Teria o risco de você discordar.
— Talvez fosse a minha liberdade também... Seria a liberdade um bem individual ou pode ser compartilhado com quem trabalha nos mesmos ideais? Uma liberdade solitária me parece meio patética.
— Não sei o que te dizer.
— Você nunca sabe. Você tem opinião formada ou só parece idiota perto de mim?
— Eu não sou idiota. — digo baixinho.
— Você fica estranha, ou você é esttanha?
— Pare de me ofender no meu próprio lar. — fecho os punhos e olho para minhas mãos.
— Não é uma ofensa! Juro! — Ashton segura meu rosto com suas mãos gigantes — Só me parece que você fica... não sei...
— Fraca? — acabo dizendo sem pensar.
— É assim que você se sente? — pergunta e me mantenho calada. Meu coração dispara e então percebo que ele estava olhando nos meus olhos e esperando o mesmo de mim.
— Eu só pensei que você diria isso...
— Não. Hailey... você se sente fraca perto daquele menino?
— Ryan? Bem... Claro que não! — digo e conserto — Porque ele me faz forte.
— Não me parece que você esteja forte nesse exato momento. E seu namoro parece meio estranho. Na broderagem, resumindo, vocês parecem colegas de PlayStation.
— O que faço ou não com ele não é da sua conta nem preciso de sua aprovação pra nada.
— Você não ama ele. — Ashton afirma.
— Como diz isso com tanta clareza?
— Você não olhou pra ele como está me olhando agora.
— Mas eu não te amo. — meu corpo congela e ao mesmo tempo pega fogo.
— Então okay. Não te questiono. Talvez esse tempo abafado dentro de um lugar louco me tenha tirado noção da realidade. Você nem ao menos disfarça! — ele gargalha e bate a mão na parede. — É engraçado estar assim.
— Começo a achar que você quem gosta de mim! — acabo gritando.
— Você acha mesmo que eu gostaria de você? — ele ri — Você é bonita sim mas só isso mesmo. Garota chata, cheia de frescura! Nem sei o que estou fazendo aqui.
— Nem eu. — digo segurando uma lágrima. — Vai embora da minha casa.
— Como quiser. — diz tirando as roupas que lhe emprestei, ficando apenas de cueca. — Fique com seu orgulho de merda e na real não ligo se você espalhar o que eu disse.
— Eu não sou uma pessoa baixa. — digo empurrando ele pra fora. Sinto sua pele macia em contato com meus dedos. Solto um suspiro.
— Se não fosse... não estaria me expulsando da sua casa com roupas íntimas.
— Você quem quis tirar a roupa.
— Ah, legal. Vai tirar as roupas do seu namorado.
— Eu sou virgem, tá bem? — acabo deixando escapar.
— Oh meu Deus! Então você está me expulsando porque não quer me ver nu. Pobre virgem!
— Okay, fique na minha casa, mas vá embora assim que a chuva parar. Não quero ter remorso de você ficar doente ou ser preso.
—Não preciso da sua misericórdia, Santa Hailey.
— Faça o que quiser. — digo revirando os olhos. — Vou dormir. Tenha uma boa noite.

   Vou para um banho antes de dormir. Fecho o box e deixo a água quentinha relaxar meus músculos. As palavras de Ashton falando que eu não faço o tipo dele me machucam e eu nem sei um exato motivo. Minha confiança é baixa e eu talvez estava pulando mais alto que a corda. Sinto um barulho na porta e fico nervosa. Ashton abriu a porta e sinto barulho de água do lavatório. Provável que pensou que eu iria dormir diretamente.

— Droga! Achei que tinha desligado o chuveiro aquela hora. Hailey está me afetando. — ouço sua voz puxada meio pro agudo dizer. Oh não!

   Ashton abre o box. Tento esconder meus órgãos dele e ele fica congelado sem reação assim como eu. Ele ainda estava apenas de cueca. Estou realmente envergonhada e não sai nenhuma palavra da minha boca.

— Desculpa... — diz atrapalhado — Pensei que... enfim... desculpa! — ele sai de lá meio desorientado e fico preocupada. Saio atrás dele mesmo estando nua e vejo ele parado no corredor chorando. — Agora ela vai achar que eu quis abusar dela.
— Eu não vou achar isso. Eu sei que você não fez por querer.
— Por que ainda está nua? — diz e há um volume na sua cueca boxer. — Sai da minha frente.
— Eu não faço mesmo o seu tipo? — digo e um segundo depois me arrependo de ter dito isso.
— Na real é meu tipo perfeito. Eu só disse porque não queria ficar por baixo...
— Ashton... sei que você está mentindo.
— Nunca estive sendo tão sincero. Olha esse corpo, olha esses lábios, seu coração...
— Me beija?
— Você quer mesmo isso? Estando assim? — pergunta e eu assinto.

   Ashton me empurra levemente corredor até o banheiro novamente e pressiona seus lábios contra os meus. Ele segura meu corpo e percebo que estamos debaixo do chuveiro. Seus cabelos estavam molhados e eu senti algo estranho no meu corpo. Uma sensação que nunca tive antes. Ashton coloca um dedo no meu mamilo e começa a massagear. Sinto um arrepio e acabo afastando pra trás. A sensação era boa. Ele escorrega sua mão até minha intimidade e eu estou em brasas. Um dedo começa a esfregar na região e era muito bom. O dedo vai entrando devagar e fazendo movimentos leves que vão se apressando aos poucos. Começo a gemer e ele cala com beijos. Depois de cansada ele pára e apenas me beija.

   Não sei o que houve aqui mas eu gostei. Sinto que foi algo que possa me arrepender depois porém por agora me parece bom demais pra deixar passar.

Hey, demorei mas postei. Comentem e coloquem estrelinha com o que acharem. Beijinhos!

(Espalhem a história com quem você sabe que pode gostar, por favor!!!)

Demorei pra postar por causa do Enem e depois dei uns dias de pausa pra mim mas os próximos capítulos sairão mais rápido hehe.

Beijinhos de luz!

Room 89: Madhouse [5SOS/ Ashton Irwin] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora