Sehun se espreguiçou na cama. Estava cansado, nem sequer abriu os olhos. A única coisa que lembrava era que estava no quarto de seu pai na noite passada pegando remédios e...
Esticou o braço, procurando por ele, mas não encontrou. Abriu os olhos. A cama estava vazia.
"Era bom demais pra ser verdade."
Fechou os olhos, tentando voltar a dormir, mas, apesar do cansaço, o sono realmente havia chegado ao fim.
Se sentou na cama, com um rosto amassado, os cabelos desgrenhados e a roupa toda amarrotada.
Ainda estava de uniforme, mas isso não importava. Estava sozinho e não sairia de casa, pois era o primeiro dia das férias.
Voltou a deitar e olhou para o lado, mais precisamente para a cômoda de seu pai. Aquela mesma caixinha ainda estava ali. Parecia intocada, mesmo quase 3 semanas após Sehun ter a aberto pela última vez.
Ele estava decepcionado. Decepcionado com seu pai por não ter o acordado entre de ir trabalhar, como sempre fazia quando dormia a família inteira junta. Decepcionado com Kyungsoo e sua mãe por terem mentido para ele. E decepcionado consigo mesmo por não saber se deveria acreditar nas palavras do pai ou dos Do.
Ao fechar os olhos, tudo o que conseguia imaginar era Suho ali com ele, o abraçando e lhe dando conselhos. Chanyeol e Baekhyun à beira da cama, fazendo bagunça. Kyungsoo sozinho em seu canto, cozinhando para ele.
Luhan tinha razão. Ele tinha ótimos amigos. Ou não. Talvez seu pai estivesse certo quando disse que os Do não o queriam por lá. Talvez seu pai estivesse certo quando disse que ele só o traz problemas. E, principalmente, quando disse que não era uma boa influência para ninguém. De todos só conseguia ter uma única certeza: este último era, sem dúvida, uma verdade absoluta.
— Porra, Sehun! Não comece a chorar! — sussurrou sentindo a visão embaçar e o rosto molhar.
Sua auto-repreensão não foi suficiente, e lá estava ele de novo, com o rosto afundado, mas desta vez no colchão.
— Por que você tem que ser tão fraco? Por quê?!
Rolou na cama, tentado cessar suas lágrimas, mas não adiantou. Elas pararam apenas quando Sehun foi surpreendido pelo som da campainha.
Tocou uma vez, depois de um tempo, outra.
Sehun não ia levantar, mas não queria que tocasse de novo, então desceu esfregando os olhos e do jeito que estava.
Quando abriu a porta a claridade o cegou e o deixou tonto. Ao se recompor viu um ser castanho e de cabelo ondulado o olhando com olhos um pouco arregalados.
— Desculpa, te acordei?
— Luhan? O que faz aqui?
— Eu... Bom... Está sozinho?
— Como sempre. Entre.
Luhan obedeceu. Sehun o mandou se sentar enquanto tentava arrumar os cabelos, e assim Luhan fez, se sentando no sofá maior. Sehun se sentou no menor, um pouco afastado do garoto.
— Então...?
— O que aconteceu ontem à noite?
— Como assim?
— Encontrei com seus amigos na balada. Ficamos um pouco juntos. Mas bem pouco. Suho parecia bem preocupado e Kyungsoo furioso.
— E por que teria a ver comigo?
— Por que todos estavam esperando por você. E Chanyeol disse que tinha.
— Sempre aquele bocudo.
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Lutherapy
FanfictionA mãe já não está entre nós, seu pai é como se não estivesse. A cada lembrança, um copo. Sehun está passando dos limites e sabe disso, mas enquanto as memórias estiverem lá, sua melhor amiga, cerveja, também estará. "É para o seu bem", foi o que esc...
