Pacto de sangue

Capítulo 2

"Aqui, eu suponho." Os passos suaves de Clarke bateram levemente na telha barata da cozinha, e Lexa se virou para ver onde ela estava indo. Ela estava vagando pela sala de estar, e Lexa não teve escolha senão segui-la. A única coisa pior do que ter um demônio em seu apartamento era deixar o demônio sem supervisão.

"Lugar legal", disse Clarke enquanto estudava a televisão e os cartazes de Guerra nas Estrelas acima dela. "Acolhedor. Não tem companheiros de quarto? Namorado? Namorada ?"

Lexa piscou surpresa. "Oh não..."

Clarke sorriu para ela, mostrando as pontas de seus incisivos pontudos. " Se sente solitária?"

"Não realmente", disse Lexa. "Eu estou acostumado a ficar sozinho, com a faculdade e tudo, e ... eu nem sei por que estou te dizendo isso."

"Porque eu deveria saber um pouco sobre você, se vamos ser colegas de quarto."

O queixo de Lexa cai. Leva vários momentos para formar palavras e, quando o faz, é uma gagueira espantada. "Espere o que?"

"Eu sou um demônio, Lexa. Não posso pedir a um senhorio que me alugue um apartamento. Além disso, preciso de uma fonte de comida e sou sua responsabilidade."

Fonte de alimento? Ela nem tinha pensado nisso. Claro que Clarke precisaria se alimentar..

Esperar. Não consigo pensar nela como uma espécie de animal de estimação. Ela é uma pessoa. Demônio. Tanto faz.

"Então, o que você come?" Lexa perguntou, temendo a resposta.

Os olhos azuis brilhantes de Clarke se estreitaram e Lexa sentiu que eles a entediavam. "Emoções. Suas emoções. A excitação é a melhor, desde que eu sou uma succubus e tudo mais, então agora, eu estou bem cheia. "

Lexa não tinha absolutamente nenhuma ideia de como responder a isso. Dizer qualquer coisa seria praticamente uma admissão de culpa. Era verdade que o corpo dela estava respondendo a Clarke - como não poderia? A mulher estava nua e apenas a alguns passos dela, e a não esteva com ninguém desde a sua separação com Costia, mas isso não significava que ela tinha que ser uma desentendida sobre isso.

"Então você só vai ficar aqui e ... comer?"

Clarke assentiu. "apenas suas emoções. Não se preocupe, eu não vou ficar no seu caminho. E se você precisar de algo..."

Lexa quase engasgou em sua própria língua. Era óbvio o que Clarke estava sugerindo, mas não havia como ela aceitar uma oferta como essa. De jeito nenhum. Ok. Talvez essa não tenha sido a melhor frase para usar nesta situação.

"Posso fazer mais uma pergunta?"

"Tecnicamente, isso é uma pergunta, mas pode."

"Se você vai ficar por um tempo, você pode por favor usar algumas roupas?" Lexa perguntou, tentando não soar como se estivesse implorando. "Você pode usar alguns das minhas se você quiser."

O lábio inferior de Clarke se destacou em um leve beicinho. "Aww. Não é um espírito livre, né? Tudo bem. Becca me pediu para usar roupas também."

Esse foi outro choque. Quase mandou Lexa cambalear. "Esperar. Você... você conhecia minha Nan? Como?"

Para a surpresa de Lexa, Clarke pareceu um pouco desapontada. "Sim claro. Ela nunca me mencionou? Ela foi minha primeira amante. Oh, não olhe para mim desse jeito - acrescentou Clarke quando Lexa recuou horrorizada. "Eu não fodi sua avó. Ela só gostava de homens, infelizmente. Na verdade, fui eu quem a juntou com o seu avô. Esse foi um serviço grande o suficiente para ganhar minha libertação. Eu fiquei até que os filhos dela nascerem, depois os deixei para brincar de família feliz. Quero dizer, um demônio para madrinha? Um pouco estranho, mesmo para os anos sessenta."