CAPÍTULO 33- VAZIO

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"Insira aqui um número decimal

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"Insira aqui um número decimal. Essa será a numeração dessa postagem, já que eu parei de contar.
Vocês já pararam pra pensar sobre como o amor é traiçoeiro?
Sobre como uma pessoa pode ir dormir certa de que conhece esse sentimento a fundo, certa de que as borboletas dentro dela estão -finalmente- vivas, e acordar no dia seguinte sentindo o peso de estar vazia novamente?
Sentindo. O. Peso. Do. Vazio.
É como estou agora.
E não sei nem porquê."

Leio e releio a publicação umas dez vezes antes de postar, com medo de que Zac leia, com medo de que alguém possa interpretar errado.
Porque eu não estou vazia.
Ou estou?

- Você não vai a aula, meu bem? - Sandy entra sem bater, me fazendo pular da cadeira.
- Vou. - Digo enquanto fecho o MacBook e o coloco na mochila. - Papai está lá embaixo?
- Sim, te esperando pro café da manhã.
- Desço em um minuto.

Desde que comprei outra mochila de rodinhas, a vida ficou mais fácil, mas as vezes sinto como se eu não fosse mais a Frida que usa mochila de rodinhas, como se eu fosse a que usa mochilas estilosas e salto alto na escola. E não gosto muito dessa Frida.

- Bom dia. - Meu pai diz ao me ver descendo as escadas.
- Bom dia. - Deixo um beijo em sua bochecha e me sento na mesa ao seu lado. Nunca percebi o quanto essa mesa é grande pra uma casa onde moram duas pessoas. Se bem que tudo nessa casa é grande demais pra duas pessoas.
- Tem alguma coisa errada?
- Não, por que?
- Está distraída. - Ele bebe um gole do café. e estica o jornal, virando a página.
- Essa mesa é muito grande. - Dou de ombros e começo a comer minhas panquecas de morango com mel. Sandy as prepara muito bem, mas eu sinto falta da comida da minha mãe.
- Está incomoda com a mesa? - Ele franze as sobrancelhas.
- Essa casa é muito grande, eu só estou levando tempo demais pra me acostumar.
- Está aqui a quase um mês e é a primeira vez que te ouço falar disso. Está tudo bem? - Meu pai abaixa o jornal e me direciona um olhar atencioso enquanto coloca sua mão em cima da minha.
- Acho que quero ir pra casa.
- Você está em casa.
- Quero ir pra casa em Harvey.

As últimas palavras são quase um sussurro, já que não sei como será a reação de Michael.

- Aconteceu alguma coisa?
- Não! - Respondo rápido. - É só que... - Respiro fundo. - Eu amo esse lugar. Amo o Sandy, meu quarto, a piscina, mas...eu quero a minha casa. Minha mãe.

Sem saber porque, meus olhos enchem de lágrimas.

- Está tudo bem, querida. Pode fazer as malas hoje. Mas espero que volte.
- Todo fim de semana, eu prometo. - Sorrio.
- Jante comigo hoje, por favor, posso te levar quando terminarmos.
- Ok. - Respondo sorrindo.
- Está pronta?
- Maisie vem me buscar.
- Você precisa começar a pagar o combustível dessa garota.
- Eu já pago. - Sorrio.

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