Capítulo 4 - Sentimentos

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Lídia retornou à sala trazendo consigo um jovem da minha altura, talvez apenas um ou dois dedos mais baixo do que eu, coisa mínima. Ele aparentava ter em torno de uns vinte e cinco anos de idade, e no geral, ele era bonito.

Seu corpo era esguio, mas pelo pouco que dava pra ver de sua estrutura física, ele possuía alguns músculos bem definidos. Seus cabelos e olhos eram castanhos, sua pele era branca, porém estava cheia de pintinhas charmosas.

Ele usava uma calça jeans justa que possuía vários rasgos e desfiados, uma camisa xadrez vermelha sobre outra camisa, esta cinza e sem estampa alguma. Botas que lembravam a um estilo mais antigo, óculos de armação grossa com uma cor berrante, chapéu marrom e uma barba de lenhador... Ele era um legítimo Hipster.

Lídia cochichava alguma coisa para ele enquanto o rebocava pelo braço até a sala, os dois andavam agarradinhos como se fossem duas amigas adolescentes, eles riam abertamente.

— Ai meu Deus! Para tudo! — Ele estaqueou no lugar ao avistar Dante e Dylan, sua voz era meio fanha e puxava para um lado mais afeminado, na verdade até o modo como ele movia o corpo era afeminado.

Acho que agora entendo porque meu pai queria me juntar com ele caso eu viesse morar aqui com eles. Talvez na cabeça do meu pai, por esse rapaz ser assim, eu automaticamente seria o homem da relação.

— Menina! — O rapaz virou para Lídia com um ar de espanto um tanto quanto exagerado — O que você fez para invocar esses dois Deuses do Crossfit aqui na sua sala? — Ele questionou ao se abanar, como se estivesse com calor.

— Pergunte para o meu enteado aqui — Lídia apontou para mim com um sorriso brincalhão — O menino nasceu com a bunda virada para lua, só pode, pois ele está namorando esses dois Deuses Gregos aí.

Céus! A Lídia ainda me mata de vergonha, que ótima maneira de ser apresentado, não é mesmo?

— Ah, muito prazer! Me chamo... — Fui tentar me apresentar, mas ele me interrompeu antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

— Espera aí — Ele colocou as mãos na cintura e me lançou um olhar irritado — Está me dizendo que eu suei horrores na academia, me mudei para o lugar mais badalado da cidade, fui a todas as boates gays da região caçando um boy magia pra mim e você... — Ele me encarou dos pés à cabeça rapidamente — Você conseguiu dois gatos desse tipo numa cidadezinha mixuruca daquelas, ao qual eu duvido que tenha até cinema o que dirá uma boate, é isso mesmo?

— Pois é... — Ri sem graça por não saber como reagir a esse tipo de papo, eu me sentia intimidado pelo modo patricinha que ele usava.

Mas o que eu poderia dizer? Que na verdade eu não estava em busca de boy nenhum, mas acabei sendo atropelado por um deles e posteriormente segui o veículo que supostamente sequestrou meu melhor amigo, e só depois de me enfiar numa loucura mortal de Lobisomens que eu acabei num triangulo amoroso cheio de sexo selvagem, é isso que eu diria? Não me parece uma boa história para contar à família.

— Me diz agora onde fica essa sua cidade que eu estou me mudando hoje mesmo! — Ele riu escandalosamente e eu o acompanhei por gentileza.

— Prazer... Me chamo William, mas pode me chamar de Will. — Ele estendeu a mão com um sorriso amistoso e eu a apertei de leve.

— S-sou Ethan — Me apresentei rapidamente antes que ele desatasse a falar novamente.

— Você é gulosa, hein bicha! — Ele piscou um olho pra mim antes de avançar até onde Dante e Dylan estavam.

Os dois até então pareciam indiferentes à chegada de uma nova pessoa ao aposento, eles na verdade estavam mais interessados em disputar a atenção de minha irmãzinha. Estavam até apostando para descobrir quem ela iria escolher primeiro para segura-la.

O segredo de EthanOnde as histórias ganham vida. Descobre agora