Outro tom de azul

Marimbondos: pele e boca

"Love is the answer at least for most of the questions in my heart: 'why are we here? And where do we go? And how come it's so hard?' It's not always easy, and sometimes life can be deceiving. I'll tell you one thing: it's always better when we're together." (m. Better Together – Jack Johnson)

A presença de Killian e Danny na cozinha, após o café da manhã, passou a ser um hábito, muito diferente do que era nos primeiros dias dos Jones por ali. E Mary Margaret adorava a companhia dos dois, entretanto, em momentos como aquele, ela só queria ficar sozinha e livre de qualquer barulho.

Numa repetição do que fora a sexta feira, alterando apenas os protagonistas, senhor e senhora Nolan sentavam nos bancos da grande ilha, sofrendo com a ressaca provocada pelos shots da noite anterior.

E tudo o que os outros conseguiam fazer era zombar da cara deles.

— Será que dá pra rir um pouco mais baixo? – David indagou quase num sussurro. – Eu estou velho demais para isso...

— A tia Mary disse que a cabeça dela tá fazendo tuum, tumm. – Daniel comentou, reprimindo uma risadinha.

— Quando crescer, querido, não beba. Escute a tia Mary, não faça isso de forma alguma, tudo bem?

— Prometo! – respondeu sem hesitar. – Eu posso continuar tomando suco?

— Pode e deve, amigão. – foi a vez de Killian falar, embora soubesse que talvez não livraria o filho do consumo de bebidas alcoólicas. E sabia que, se exigisse tal comportamento do garoto, seria um grande hipócrita.

Jones apenas suplicava em silêncio para que o mais novo fizesse sábias (e boas!) decisões na vida, mesmo que, em alguns casos, tivesse que seguir o oposto dos exemplos que ele próprio demonstrava.

— Espero que ele continue assim... – Swan murmurou, mas apenas o moreno ouviu, recebendo um olhar grato em retorno.

— E Daniel, como você vai ficar com eles hoje de novo, por favor, não faça muito barulho e nem dê trabalho, tá bom? – o canadense continuou, insistindo para que o menino se comportasse.

— Ele é sempre um anjo, Killian. Não se preocupe com isso. – David garantiu.

— Mesmo assim, é melhor deixar claro.

— Eu posso brincar com o Thor lá fora?

— Pode sim, mas não quero saber de você comendo besteiras antes do almoço.

— Aye, aye, capitão! – Danny brincou ao bater continência para o pai, fazendo os outros rirem, embora somente Emma emitiu algum som significativo.

— O que é isso agora?

— Hm, essa semana eu li Peter Pan para ele. – o moreno explicou sem jeito. – Acho que ele gostou do Capitão Gancho e do Senhor Smee.

— E não do Pan? – Nolan indagou confuso.

— Aquele garoto tira crianças de suas casas no meio da noite, isso é sequestro!

— E ainda tenta os convencer de que viver sem os pais é a melhor opção. – a loira complementou a explicação. – Você ainda culpa a escolha do Patinho, pai?

— Mas o papai disse que ele é de mentira e não vem me pegar. – Danny comentou. – Igual a bruxa.

— Exatamente, filhão. – disse ao bagunçar os cabelos negros da criança, como de costume. Mas logo prosseguiu. – Bom, eu tenho que ir, tenho duas trilhas para fazer antes do almoço!